Análises e Previsões: Pesquisa mostra que 39,5% dos brasileiros não possuem conta bancária |
2011 . Ano 8 . Edição 65 - 05/05/2011 Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que tipo de percepção os brasileiros têm dos bancos no país. Em sua quinta edição, o Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) mostra que, para a população brasileira, as instituições bancárias têm como função primordial movimentar e guardar dinheiro (62,1%), enquanto apenas 4,5% enxergam o empréstimo de dinheiro como papel principal dos bancos. A pesquisa também concluiu que 39,5% dos brasileiros - o equivalente a 53 milhões de pessoas - não têm conta em banco."Nas regiões mais desenvolvidas economicamente (Sudeste e Sul), há uma menor percepção da relevância da concessão de crédito em comparação com o resultado nacional, enquanto nas regiões menos desenvolvidas economicamente (Nordeste e Norte) os entrevistados atribuem uma maior relevância a essa função dos bancos", afirma o estudo, que foi apresentado pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann, e por Lisa Gunn, coordenadora-executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em janeiro. "Há uma penalização da população de baixa renda, que, por não ter conta bancária, paga juros maiores no varejo", afirmou Pochmann. "Os que têm renda estão incluídos no sistema bancário. Os que não têm, só agora começam a fazer parte. Mas devemos discutir se o sistema bancário brasileiro é adequado à realidade nacional", destacou o presidente do Ipea. Lisa Gunn acrescentou que a boa avaliação da segurança na realização das operações bancárias em agências e da satisfação com relação ao horário de atendimento deve ser vista com ressalvas, pois tais instituições aparecem entre as recordistas de reclamações por parte dos consumidores. Segundo o SIPS, 71,2% dos entrevistados estão satisfeitos com a segurança nas agências. Quanto à posse de conta, a situação é pior no Nordeste, onde 52,6% dos entrevistados disseram não tê-la. Dentre os brasileiros que não têm conta em banco, 40,6% declararam que gostariam de abrir uma, e 26,6% se consideram em condição financeira necessária para isso. As mulheres constituem a maior parte da população excluída do sistema bancário e a população jovem está tendo acesso mais cedo ao sistema, enquanto os maiores de 45 anos tiveram um avanço menor. Quanto ao processo de escolha do banco, o gráfico 9 traz a distribuição regional dessas motivações. A motivação para a escolha do banco tem características regionais bem definidas. A escolha por parte da empresa onde trabalha o cidadão é a única exceção, porque é decisiva em todas as regiões do país, sendo o maior índice o da Região Sudeste.
Já a tradição no relacionamento com o banco (pessoal ou familiar) tem muita relevância na Região Sul, sendo seu valor quase o dobro do índice nacional, enquanto no Norte há menos influência desse fator sobre a decisão de escolha. A confiança no banco como fator decisivo para escolha tem maior importância nas regiões menos desenvolvidas economicamente, Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com destaque para esta última, em que essa razão foi apontada por quase 40% dos respondentes. Nas regiões mais desenvolvidas (Sudeste e Sul) o fator de confiança tem influência reduzida na decisão em comparação aos outros motivos.
A localização do banco tem peso destacado como fator decisivo de escolha na Região Sudeste e a falta de alternativas, na Região Norte.
|