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Sociedade - Uma mão na roda

2006. Ano 3 . Edição 26 - 1/9/2006

Segunda edição de pesquisa do Ipea mostra que 69% das empresas brasileiras desenvolvem algum tipo de ação voltada para a comunidade. 

 
Por Manoel Schlindwein, de Brasília

A maior parte das iniciativas das empresas é voltada para alimentação e abastecimento.

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Os problemas sociais brasileiros são inúmeros. Estão espalhados de norte a sul do país, atingem gente de toda idade, raça e sexo. Solucioná- los é um desafio para Hércules nenhum botar defeito. No entanto, apesar de todas as dificuldades, há cada vez mais gente disposta a colaborar na empreitada. É o que mostra a segunda edição da pesquisa "A iniciativa privada e o espírito público", que quantifica as empresas que desenvolvem algum tipo de ação social. Realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o levantamento constatou que o índice de empresas que praticaram ações voltadas para a comunidade subiu 10 pontos num intervalo de quatro anos. De 59% em 2000 pulou para 69% em 2004, o que corresponde à participação de mais de 600 mil das cerca de 870 mil firmas existentes no país.

Foram ouvidas 9. 978 empresas de todo o país com pelo menos um empregado. A seleção foi baseada em cadastro mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged). A pesquisa cobriu apenas uma das sete fatias do bolo da responsabilidade social. Em vez de falar dos compromissos que as empresas têm com fornecedores, investidores, consumidores, funcionários, estado e meio ambiente, o trabalho procurou refletir as ações sociais voluntárias desenvolvidas apenas entre as companhias e a comunidade. Assim, foram considerados desde trabalhos de atendimento emergencial, como doação de agasalhos, até iniciativas de duração prolongada e que requerem mais recursos, como projetos de educação a distância.

O perfil mais comum entre as que afirmaram promover ações sociais é o da companhia com até dez funcionários (68%), que atua no comércio (53%) e tem sede na região Sudeste (50%). Dados que coincidem com a maioria numérica de empresas brasileiras. A maior colaboração, nesse quatriênio, para o aumento de iniciativas veio das firmas nordestinas, que na pesquisa anterior não se mostravam tão engajadas socialmente.

A ação que tomou a dianteira no período foi aquela voltada para a alimentação e o abastecimento. A proporção de empresas que cooperaram para minimizar esses problemas foi de 41% para 52% no intervalo entre a primeira e a segunda pesquisa. Um fator que certamente estimulou esse tipo de iniciativa foi o lançamento do programa Fome Zero, do governo federal, que provocou discussões a respeito do tema, além de ter sido amplamente divulgado na mídia. A coordenadora- geral da pesquisa, Anna Maria Tiburcio Medeiros Peliano, observou que o perfil do atendimento privado ainda é "predominantemente emergencial", ou seja, a maioria das empresas atua em demandas imediatas da comunidade próxima de seu entorno. Os principais atendidos são as crianças (62%) e os idosos (39%). Merece atenção a redução no atendimento conferido à família. De 40% em 2000 o número caiu para 15% quatro anos depois. Porém, a redução pode ser devida a questões conceituais. O termo família é vago demais e também se confunde com "comunidade", igualmente abrangente.

Filantropia De acordo com os entrevistados, o desejo de "ajudar o próximo"de forma direta, ou seja, a motivação humanitária, é a principal mola propulsora das ações sociais entre as empresas. Apesar de uma redução considerável, ela ainda lidera com margem de 10 pontos percentuais em relação à segunda colocada, que é o atendimento de pedidos de outras entidades. "Filantropia é amor à sociedade, não há nada de mal em agir dessa forma", diz Anna Peliano, lembrando a conotação negativa que a palavra ganhou no passado por designar ações desprovidas de interação com os beneficiados. "O Brasil é desigual ao extremo. E os empresários brasileiros vêm percebendo que é inconciliável, tanto do ponto de vista ético como dos negócios, um cenário social em que coabitam empresas saudáveis e em crescimento, inseridas numa sociedade enferma, com um fosso cada vez maior a separar cidadãos ricos e pobres", afirma Fernando Rossetti, do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife).

Distribuição das empresas que realizaram ações sociais em 2000

sociedade2_16Fonte: Ipea

 

 

 

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sociedade4_16          No Movimento Natura, os consultores e consultoras da empresa estimulam pessoas com ensino fundamental incompleto a voltar para a escola

Essa noção parece estar cada vez mais enraizada na cabeça do empresariado. Setenta e oito por cento dele concorda que é obrigação do Estado cuidar do social, mas eles se sentem no dever a intervir porque os governos não cumprem sua tarefa . Os empreendedores não querem substituir o Estado, apenas compensar sua insuficiência em determinados pontos. E tem mais. Cinqüenta e um por cento deles disseram que só não atuam em prol da comunidade porque não têm mais recursos. Apenas 8% disseram que nada levaria a empresa a realizar ações sociais. Ou seja, há muita gente disposta a ajudar ainda mais os outros e a fazer mais pelo país.

Descobrir quais são essas empresas é muito fácil, apesar de o Ipea não revelar a identidade dos entrevistados. Basta folhear as revistas e conferir os balanços sociais publicados por muitas organizações. Uma delas é o grupo Telemar, que, em meados de 2004, por meio do Instituto Telemar, lançou o programa Comunidade Digital, destinado a fornecer acesso à Internet em banda larga à rede de ensino estadual e municipal de todo o Brasil. Do início até 2006, foram quase 2 mil escolas conectadas à rede mundial de computadores, o que torna o projeto um dos maiores em abrangência no país. O programa contabiliza 55 convênios espalhados por 1. 895 escolas instaladas em catorze estados brasileiros, o que permite que exatos 2. 069. 220 alunos da rede municipal e estadual de ensino estejam ligados à Internet.

A proporção de firmas que cooperam para minimizar esses problemas é de 52%

Mas nem tudo são boas notícias. A pesquisa revelou também que, apesar de o número de empresas que investem no social ter aumentado significativamente no intervalo de quatro anos, os recursos liberados por ano diminuíram 2, 2 bilhões de reais. Qual o motivo? Anna Peliano acredita que o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2003, cerca de 0, 54%, pode explicar o fenômeno. " Quanto mais prósperos os negócios, mais verbas serão destinadas ao social e vice-versa", afirma Peliano, levantando a hipótese de que os recursos disponibilizados pelo setor empresarial para o combate à pobreza acompanham os movimentos da economia. O aumento da participação de pequenas e microempresas investindo no social também pode justificar a diminuição do valor. A participação de empresas de menor porte, com até dez funcionários, subiu 12 pontos percentuais, mas isso não quer dizer que o montante de recursos aplicados seja proporcional. De modo geral, empresas menores têm receitas menores e conseguem destinar menos às iniciativas humanitárias.

Empresas que realizam ações

sociais (em %)

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Fonte: Ipea

Outro dado curioso é que apenas 2% das empresas aproveitaram os incentivos fiscais em suas ações sociais. Isso equivale a uma quantia de 4, 7 bilhões que contou com "subsídio"governamental. Várias são as razões citadas para que a classe empresarial evite a parceria com o Estado. Entre as principais está o medo de vincular a imagem à política partidária e aos governantes do momento. Outra zela pela prudência: como boa parte dos programas muda a cada eleição, os empresários temem que seus projetos não tenham continuidade.

É interessante saber que uma parcela considerável dos entrevistados (20%) informou que adota ações sociais motivada por convicções religiosas. Isso mostra que as iniciativas partem diretamente do coração do dono da empresa. "O principal agente é o proprietário, que age a título pessoal, por acreditar que melhora a qualidade de vida na comunidade e porque melhora seu bemestar pessoal", explica o economista Miguel Bacic, professor do departamento de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). De fato. A pesquisa mostrou que, em 56% dos casos, o dono da empresa é o responsável direto pela ação social - a diretoria vem em segundo lugar, com 23%. E nem sempre os projetos de ajuda contam com a participação dos funcionários. Mais especificamente, em apenas 31% há a colaboração dos empregados.

Distribuição das empresas que realizaram ações sociais em 2004

sociedade6_16Fonte: Ipea

 

 

O que, no entanto, não impede que encontremos grandes iniciativas com forte apoio dos empregados ou colaboradores. De novembro de 2004 até o primeiro semestre deste ano, cerca de 77 mil pessoas com o ensino fundamental incompleto se matricularam nas classes do EJA (programa de educação de jovens e adultos do governo federal), oferecido em escolas da rede pública de ensino. O número é resultado do trabalho voluntário dos revendedores autônomos da Natura, empresa do ramo de cosméticos, que se empenharam em identificar em seus círculos de relacionamento pessoas que não haviam terminado o primeiro grau. A mobilização das consultoras e dos consultores da Natura em torno da educação foi incentivada pelo Movimento Natura, projeto criado em 2005 que visa disseminar entre esse público o conceito da sustentabilidade, apoiá-lo em suas ações, dar visibilidade aos bons exemplos e valorizar as ações de voluntariado. No Movimento Natura, os consultores e consultoras são motivados a atuar como agentes de transformação local, realizando ações sociais e ambientais.

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sociedade8_16          Mais de 106 mil crianças já foram atendidas pelo programa de saúde ocular mantido pela SulAmérica Seguros, que doa óculos de grau para deficientes visuais

Polêmica Quando se fala em ação social das empresas, sempre surge a desconfiança de que as companhias exploram os problemas para associar sua imagem a aspectos valorizados pela sociedade, como respeito ao ser humano, ao meio ambiente e à ética nos negócios. Miguel Bacic, da Unicamp, defende a tese de que as grandes empresas tendem a ser mais racionais e formalistas no exercício da responsabilidade social, inserindo essas ações em seu planejamento estratégico e no orçamentário formal, sempre dentro da lógica custo-benefício (imagem, melhor relação com a comunidade, satisfação e produtividade dos funcionários). Já as firmas menores agiriam por decisão pessoal do proprietário, atendendo a escolhas privadas, como a igreja que freqüenta ou a entidade que simpatiza, por exemplo. "Em teoria, deve-se esperar que as empresas maiores tendam a ser mais calculistas nessas ações, que passam a ser avaliadas em relação ao seu retorno quanto ao impacto na comunidade, na imagem de marca e na produtividade interna", argumenta Bacic, e exemplifica:"A Coca-Cola se define como empresa cidadã e desenvolve programas de valorização do jovem, de alimentação e apoio a manifestações folclóricas no Amazonas. Observa-se que as ações mantêm coerência com seu público-alvo, reparando de certa forma as críticas à sua atuação, os desvios na alimentação que o uso de refrigerantes leva, especialmente para os jovens, e a americanização que o nome Coca- Cola faz lembrar" 

Maurício Bacellar, gerente de relações institucionais da Coca-Cola Brasil, informa que o que a companhia faz é uma espécie de prestação de contas para os consumidores. " A cada dia eles querem saber mais sobre o que a empresa faz e como são seus produtos. " Bacellar diz que o comportamento dos consumidores influenciou decisivamente na revisão do conceito dentro da empresa. Antes eles faziam questão de não veicular os investimentos no social, depois passaram a fazer o contrário. "Afinal, a Coca-Cola não faz as ações por interesse, ela faz por convicção, é uma coisa que está no DNA da empresa. "

 

 

 

 

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"Os empresários vêm percebendo que é inconciliável, do ponto de vista ético e dos negócios, um cenário social em que coabitem empresas saudáveis em uma sociedade enferma"

Outro exemplo de grande empresa preocupada em melhorar o seu entorno é a rede de hotéis Sofitel. Quem vê as sofisticadas instalações na Costa do Sauípe, no litoral baiano, pode ter a impressão de que ali se consome predominantemente comida importada, preparada e servida por mão-deobra de outras regiões. Nada disso. Os administradores do Sofitel fecharam um convênio com a Cooperativa de Pequenos Agricultores de Vila Sauípe (Coopevales), na qual a firma se compromete a comprar toda a produção local de alimentos que será utilizada na fina gastronomia dos dois hotéis da bandeira na região. Desde o início do ano, eles adquiriram mais de 800 jusquilos de hortaliças, frutas e verduras da cooperativa que reúne 105 agricultores. A expectativa é que, com a continuidade da parceria, as quantidades e a variedade de hortaliças compradas pelo Sofitel aumentem gradativamente.

A rede também investe na formação da mão-de-obra nas comunidades da região, antes voltadas somente para pesca, agricultura e artesanato. Por meio de uma cooperativa, o Sofitel seleciona candidatos que passam por um treinamento de quarenta horas dentro do hotel. Implementada em dezembro de 2004, a parceria já formou 118 pessoas, que hoje fazem parte de um banco de talentos acionado quando há necessidade de contratação de mais funcionários. Catorze empregados que se formaram pela cooperativa já foram contratados pelo Sofitel, mas a meta é que, até o fim de 2006, 70% das novas contratações dos hotéis da rede na Costa do Sauípe sejam oriundas da região.

Talvez a mais famosa iniciativa social do país venha de um dos setores mais criticados da economia: os bancos. É o caso da Fundação Bradesco, que há cinqüenta anos se dedica à educação dos brasileiros. Nos últimos oito anos, os recursos da fundação somaram pouco mais de 900 milhões de reais. Em 2005, foram atendidos quase 108 mil alunos, com investimento de 157, 6 milhões de reais. Outra firmas preferem atacar várias problemas simultaneamente. É o caso da SulAmérica Seguros. Além das tradicionais campanhas de arrecadação de agasalhos e de doação de brinquedos, a empresa desenvolveu um programa de saúde ocular voltado para crianças e adolescentes. Por meio dessa ação, ela doa óculos de grau a portadores de deficiências visuais - 106 mil crianças foram atendidas nas cidades de Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Brasília e Belo Horizonte. "É uma questão de solidariedade mesmo", justifica Dercy Costa, assistente social da empresa, satisfeita com o crescente interesse dos funcionários pela mobilização em torno das ações voltadas para a comunidade.

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A questão dos dividendos perante o público é daquelas que geram controvérsia porque nem sempre sabemos o que é ou não verdade em meio ao que é divulgado, mas uma das organizações não-governamentais mais atuantes acredita que não é mais tão fácil enganar as pessoas. "Já passamos pelo pior momento. Hoje em dia, o consumidor está muito mais atento, ele simplesmente não tolera práticas ilegais", diz Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil. No início dos anos 1990, no calor da Eco-92, foi a própria entidade que cunhou o termo "maquiagem verde" para se referir às discrepâncias entre a imagem que as empresas passavam ao público e o que elas realmente faziam com o meio ambiente. "O que se espera é o mínimo de responsabilidade por parte das empresas", enfatiza Furtado. E elas afirmam que têm o mínimo e muito mais. "Vejo hoje uma nítida evolução na importância dada pelas empresas à questão da responsabilidade social. Percebo que há mais maturidade, mais preocupação em obter resultados concretos e não só marketing. E a mídia e a sociedade estão cada vez mais atentas, sensíveis a essa evolução", confirma o diretor do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), Percival Maricato.

Segredo A coordenadora adjunta da pesquisa do Ipea, Luana Simões Pinheiro, revela que, ao contrário do que muitos pensam, boa parte das empresas não divulga suas iniciativas pelo temor de serem bombardeadas por pedidos. Essa informação foi obtida de outro trabalho desenvolvido pela mesma equipe do Ipea, com o sugestivo título "Bondade ou interesse? Como e por que as empresas atuam na área social?" A resposta, para sintetizar, é: nem uma coisa nem outra. De um lado, a preocupação com as questões humanitárias aumentou; de outro, os empresários perceberam que isso é bom para os negócios. A globalização fez com que os investimentos se tornassem verdadeiros diferenciais da marca, afinal os consumidores estão cada vez mais de olho no comportamento das empresas. Eles simplesmente deixam de usar um produto que contribui para o aquecimento global ou é fruto de mão-deobra escrava ou infantil. As ações das empresas, tanto para a comunidade como para os demais setores, passaram a ser importantes na hora da escolher o que comprar. " Não acredito que, mesmo empresas de pequeníssimo porte, não atuem socialmente em virtude de um 'lustro' na imagem. E isso não é ruim, não. O que tenho visto é certa hipocrisia em não dar essa justificativa para a atuação social. Como nos últimos tempos cresceu a crítica ao 'marketing social', as empresas andam respondendo que sua motivação não é essa", alfineta a professora Elisabete Adami Pereira dos Santos, coordenadora do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

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sociedade12_16          Os hotéis da bandeira Sofitel na Costa do Sauípe compram verduras de produtores locais . A Coca-Cola mantém programas de reciclagem (acima)

A professora faz questão de resgatar o conceito de empresa "amiga" da comunidade, lembrando que ele é mais antigo do que se imagina. "As empresas que nasceram, por exemplo, nos bairros de São Paulo, fundadas basicamente por imigrantes europeus, já tinham esse conceito de maneira natural, porque, com a formação das vilas operárias ao redor das empresas, seus vizinhos eram seus trabalhadores e, por interesse ou não, isso não importa muito, elas 'cuidavam' da qualidade de sua mão-de-obra", reflete.

O termo se tornou generalizado a partir da década de 1980, prossegue Adami, com a disseminação da abordagem da companhia como "organismo vivo", fruto da visão sistêmica que entende a empresa como um sistema aberto, dentro de um ambiente maior, e que troca, continuamente, "energia" com esse ambiente, recebendo influências dele e o influenciando, e que, portanto tem de criar valor nesnessas trocas, mas não consegue usar adequadamente o conceito de responsabilidade social. Esse conceito pressupõe que os parceiros da organização recebam dela, em troca da energia que deram a ela, valor adicionado, ou seja, a empresa tem de gerar valor em seu processo produtivo, em sua atuação.

O termo, lembra Elisabete Santos, também tem um desdobramento, chamado de sustentabilidade. Ele significa que uma organização que pensa e age dessa forma estrutura seu longo prazo, para ela e seus parceiros, e portanto garante sua perenidade e constrói um futuro melhor para todos. " Mas isso parece sofisticado demais para muita gente. Nossa esperança é que as novas gerações que irão entrar no mercado de trabalho tenham mais facilidade para entender essa visão e, também, não tenham motivos para hipocrisia. "

Se depender da mente de alguns obstinados, isso não vai ser problema. Entidades como o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social trabalham em tempo integral para expandir o conceito entre o empresariado. A organização contabiliza 1. 210 associados, que, juntos, têm faturamento anual correspondente a cerca de 35% do PIB brasileiro e empregam aproximadamente 2 milhões de trabalhadores. Recentemente, em parceria com o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), a Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (Fides) e a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento de Mercado de Capitais (Apimec), lançou o Prêmio Balanço Social, que, no final de setembro, brindará os vencedores de sua quinta edição. Foram inscritos 69 trabalhos, divididos em categorias conforme o tamanho das empresas. "Ele promove a transparência das ações e cria um canal de comunicação e diálogo entre empresas e sociedade", afirma Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje, ao comentar sobre o prêmio. Sinal de que a classe já sabe o que os consumidores esperam.

 
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