resep nasi kuning resep ayam bakar resep puding coklat resep nasi goreng resep kue nastar resep bolu kukus resep puding brownies resep brownies kukus resep kue lapis resep opor ayam bumbu sate kue bolu cara membuat bakso cara membuat es krim resep rendang resep pancake resep ayam goreng resep ikan bakar cara membuat risoles
Políticas Públicas - Rodando no escuro

2006. Ano 3 . Edição 29 - 11/12/2006

O Brasil vira centro de excelência para projeto e desenvolvimento de novos modelos de veículos fabricados pelas montadoras instaladas há mais tempo no país e exporta produtos e tecnologia, como, por exemplo, o conceito pioneiro de fábrica modular de caminhões da Volkswagen

Por Ottoni Fernandes Jr... de São Paulo

politicaspublicas1_20

Eles estão presentes em toda parte, mas é difícil ter noção do tamanho do problema que eles representam. De certa forma, todo brasileiro arca com as conseqüências dos acidentes de trânsito.Claro que as vítimas e seus familiares passam por um sofrimento enorme, mas cada cidadão desembolsa um pouco a cada ano para pagar as contas dos acidentes de trânsito.O número, fruto de um trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), surpreendeu até especialistas do setor. O custo, para a sociedade, dos acidentes de trânsito,somente nas rodovias brasileiras, é de 22 bilhões de reais por ano, o equivalente a 1,2 % do Produto Interno Bruto (PIB) do país e mais do que o total do orçamento do Ministério da Saúde.

"Com todo o pessimismo imaginávamos um número na casa dos 10 bilhões de reais,mas esses valores são realmente chocantes", admite Alfredo Peres da Silva, diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran),órgão vinculado ao Ministério das Cidades.A base de informações altamente confiáveis do Banco de Dados de Acidentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o rigor metodológico característico dos trabalhos do Ipea não deixam dúvida quanto ao teor dos resultados: o poço é bem mais fundo do que se supunha.O trabalho foi encomendado pelo Denatran ao Ipea e executado com o suporte gerencial da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e o auxílio técnico da Tecnométrica Ltda.A equipe de quase vinte especialistas constatou que as rodovias nacionais contabilizam, em média, trezentos acidentes por dia, o que corresponde a um acidente a cada quatro minutos e meio. Entre esses, acontece um atropelamento a cada duas horas, resultando na morte de mais de 1.000 pedestres por ano.Os motoqueiros também fazem parte do grupo mais vulnerável nas rodovias;o número de mortes a cada ano é próximo de 1.000.

Para chegar às cifras, vale citar o que os pesquisadores levaram em conta.O grupo dividiu a soma em quatro grandes componentes de custo: os associados às pessoas, aos veículos, às vias públicas e às instituições. Os primeiros dizem respeito aos valores de remoção da vítima do local do acidente, aos cuidados com a saúde e aos gastos previdenciários.Também foi calculado o custo com a perda de produção, resultante da interrupção temporária ou permanente das atividades profissionais das vítimas. O segundo grupo contabiliza as despesas com danos materiais dos veículos, a perda de carga e a remoção dos automóveis do local do acidente. Já o terceiro componente está ligado à reposição e à recuperação do mobiliário público danificado ou destruído por causa dos acidentes. O último trata do tempo gasto pelos policiais para atendimento no local do acidente e no deslocamento até o hospital ou a delegacia.

Questionários
Ao longo de um ano e meio de trabalho,médicos, policiais, vítimas e seus familiares, entre muitos outros espalhados por todo o país,preencheram onze diferentes questionários."É um método inovador e abrangente", resume a coordenadora adjunta do trabalho,a pesquisadora Patrícia Alessandra Morita, do Ipea. Ainda assim, alguns ingredientes ficaram fora da receita.Os danos ambientais com o derramamento de carga tóxica em rios e lagos e o estresse pós-traumático causado tanto pela morte de entes queridos como pelo envolvimento direto no acidente. Embora sejam de valor indiscutível, esses tópicos não foram contabilizados.

politicaspublicas2_20

Os custos médios dos acidentes são fortemente influenciados pela sua gravidade. O custo médio de um acidente com morte no período de 1º de julho de 2004 a 30 de junho de 2005 ficou na casa dos 418,3 mil reais.É bem mais alto do que um acidente envolvendo "apenas"feridos, estimado em 86 mil reais.O custo dos acidentes com ilesos chegou a 16,8 mil reais. Já o custo acumulado dos acidentes é liderado por aqueles com feridos: 3,2 bilhões de reais; seguido dos com morte, com 2,2 bilhões; e os sem vítimas,com 1,2 bilhões.

A pesquisa também estimou o custo total dos acidentes por região do país e verificou que o Sudeste lidera o ranking, com mais de 2,4 bilhões de reais, em função da gigantesca frota e da enorme malha viária. O custo individual médio mais alto,no entanto, fica com a região Centro-Oeste: 67,7 mil reais por acidente.A explicação é simples: o custo para chegar até o local de um acidente é muito alto na região,onde as distâncias são medidas em dias de viagem e as estradas são de qualidade duvidosa.

O trabalho não teria saído do papel não fosse o extenso e detalhado acervo de dados da PRF, constantemente elogiado pela equipe de estudiosos.Há dados sobre quantidade de mortos,feridos e ilesos,trecho da rodovia onde ocorreu o sinistro,os veículos envolvidos e seu tipo de carga - o que foi um prato cheio para os pesquisadores.As planilhas contabilizam 109.745 acidentes nas rodovias federais em 2005,ante 112.457 no ano anterior,uma redução de 2,4% (veja gráficos ao lado). Porém, houve acréscimo de 3,8% nas mortes,evidenciando que os acidentes apresentaram uma gravidade maior,embora o número de pessoas envolvidas tenha decrescido (-9,3%),assim como o de feridos (-0,1%).

Ao cruzar os dados,foi possível calcular algumas proporcionalidades.Por exemplo: a cada dezoito acidentes registrados nas rodovias federais há uma vítima fatal. Enquanto a cada 3,4 atropelamentos de pedestres, uma pessoa morre."Isso indica a alta gravidade dos atropelamentos; e as travessias urbanas das rodovias federais podem estar sendo a principal arena dessa violência contra a vida dos pedestres.A mensagem é clara: as pessoas precisam tomar muito cuidado nesses trechos; e os governos têm de melhorar a segurança nos pontos onde as rodovias cortam as cidades",pondera a coordenadora-geral do projeto,Iêda Lima.

Na esperança de não deixar de fora dados importantes, os pesquisadores incluíram até mesmo o valor de depreciação dos equipamentos hospitalares ou ainda o preço da reconstrução da mureta de proteção de um viaduto atingido por um veículo.A implicação de um acidente de trânsito no mercado de trabalho também foi calculada: qual é o prejuízo para uma empresa que deixa de contar com um funcionário morto em um acidente? A indagação acima, mesmo considerando que uma vida não tem preço, levou a pesquisadora Patrícia Morita a conclusões que, à primeira vista, parecem chocantes. "Os mortos custam muito caro", diz, ao lembrar que os cálculos levam em conta o trabalho que um funcionário deixará de fazer por ter falecido. Além dos dados da PRF, os pesquisadores tiveram acesso a bases de dados das polícias dos três estados da região Sul, de São Paulo,Ceará, Espírito Santo e do Distrito Federal.Municípios e estados com poucas estatísticas tiveram seus valores estimados.

politicaspublicas3_20A rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à capital mineira, é a mais perigosa do país. Ela registra o pior indicador de acidentes 8,34 por quilômetro

O trabalho final,com o título "Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras", faz parte de uma área de pesquisa do Ipea que trata das chamadas externalidades negativas do trânsito; ou seja, os prejuízos causados por alguém sobre os demais participantes (ou habitantes) sem a devida compensação.Um estudo anterior tratou do custo dos congestionamentos; e outro, publicado há três anos, foi a campo verificar o custo dos acidentes de trânsito nas cidades e regiões metropolitanas do Brasil.Aqui cabe parênteses: a conta da pesquisa de 2003,mesmo se valendo de um método diferente, alcançou 5,3 bilhões de reais. Se somarmos os valores das duas pesquisas, chega-se próximo dos 30 bilhões de reais,em valores de dezembro de 2005.

Imprudência
A contagem de fatalidades nas rodovias levou em consideração não apenas os óbitos no local, mas também os falecimentos até trinta dias depois do acidente em conseqüência direta dele.Somadas, foram perdidas 10.192 vidas em 2004 e 10.422 em 2005. É como se a tragédia da queda do Boeing 737-800 no meio da Amazônia se repetisse 67 vezes a cada ano, ou uma vez a cada cinco dias. O motivo de tantas mortes é tão óbvio que nem chegou a ser objeto de estudo dos pesquisadores.

Como já é sabido há muito tempo, a imprudência continua sendo a principal causa de acidentes nas rodovias.A pressa, o álcool, o excesso de confiança do motorista em si mesmo e na potência do motor formam uma combinação fatal.O que não faltam são exemplos de atitudes equivocadas dos condutores.

O fato de ser óbvia não quer dizer que seja fácil de combater a causa dos acidentes. Já se sabe que as campanhas de conscientização, sozinhas, não trazem resultados imediatos.Por isso foi preciso instalar fiscalização eletrônica,radares e lombadas de quilômetro em quilômetro para intimidar os condutores à força.As irregularidades registradas pesam no bolso e tem gente que considera a ação uma verdadeira "indústria da multa".O coordenador de controle operacional da PRF,Alvarez Simões, tem uma visão contundente a esse respeito. Não faz muitos anos ele trabalhava no posto policial de Porto Velho, em Rondônia. De lá parte a BR-364,que liga a capital do estado ao município de Itapuã do Oeste.A rodovia, de quase cem quilômetros de extensão, estava em terríveis condições de manutenção. O trânsito era lento em razão da buraqueira, mas fluía.Assim que o governo fez as melhorias, o número de acidentes cresceu assustadoramente, lembra Simões.A experiência serviu de lição."Quando uma rodovia passa por reformas,como recapeamento asfáltico ou duplicação de pistas, deslocamos mais policiais para o local porque sabemos que o número de acidentes aumentará significativamente."

politicaspublicas4_20

Perigo
Quer dizer que estrada boa é sinônimo de estrada perigosa? Bem, não é tão simples assim. De fato, a estrada mais perigosa do Brasil é a rodovia Fernão Dias (BR-381), que liga São Paulo (SP) a Belo Horizonte (MG). Ela é toda duplicada e tem asfalto de qualidade.Mesmo assim apresenta o pior indicador de acidentes por quilômetro: 8,34 (em 2004). Superior até ao da Régis Bittencourt,conhecida como a "rodovia da morte".A Régis é um trecho da BR-116 que liga Curitiba (PR) à capital paulista e tem o índice de periculosidade na casa dos 5,21 acidentes por quilômetro (em 2004).Por outro lado, na Pesquisa Rodoviária 2006,da Confederação Nacional dos Transportes (CNT),que avaliou as condições de 100% da malha rodoviária federal pavimentada e os principais trechos sob concessão e gestão estadual, a BR-381 e a BR-116 saíram-se bem. Obtiveram nota geral de 86,3 e 85,2 pontos, respectivamente (leia a tabela As dez estradas mais bem classificadas).Isso quer dizer que são perigosas, mas agradam aos motoristas.O mais provável é que o problema esteja relacionado ao enorme volume de veículos que trafegam diariamente por essas duas estradas do que à qualidade do asfalto."A questão é tão delicada que por si só merece outro trabalho",diz Iêda Lima.

O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (Fetcesp),Flávio Benatti,fica nervoso só de pensar numa análise dessa ordem. Benatti acredita que a interpretação da polícia é tremendamente equivocada.Segundo ele,muito mais sério e urgente do que as campanhas de conscientização de motoristas é a correção da geometria das pistas,a duplicação das rodovias,o aumento da sinalização e a construção de acostamentos."É muito fácil colocar a culpa nos motoristas. O que está faltando no país é uma política de recuperação das rodovias", diz, lembrando que as ações emergenciais, como a Operação Tapa-Buracos,iniciativa recente do governo federal,têm efeito muito curto.

Um argumento a favor dos que não concordam que estrada boa é estrada perigosa pode ser visto nos países desenvolvidos. Na Alemanha, as auto-estradas não possuem restrições de velocidade - o governo limita-se a recomendar aos motoristas que não ultrapassem os 130 quilômetros por hora.Apesar do crescente número de automóveis, de acordo com uma reportagem do canal de televisão Deutsche Welle, os índices de acidentes nas ruas e rodovias alemãs estão em queda.Segundo dados do Departamento Federal de Estatísticas alemão, em 2003 a polícia registrou 2,25 milhões de acidentes, que deixaram 6.606 mortos e 462,6 mil feridos."Os dados nunca foram tão baixos desde o início do registro estatístico, em 1953", dizem.A média alemã, conclui a emissora, é de oitenta mortes no trânsito por milhão de habitantes." Os acidentes são causados principalmente por velocidade inadequada (não só excesso),desrespeito às normas de trânsito e às condições climáticas (sobretudo chuva,neve e gelo na pista)."

politicaspublicas5_20A pesquisa do Ipea levou em conta os custos dos danos associados às pessoas: desde os primeiros socorros até os gastos previdenciários

A Polícia Rodoviária Federal não dispõe de um estudo comparativo com outros países, mas garante que a saída passa por investimentos na instituição. "O que precisa acabar é a sensação de impunidade por parte dos motoristas,mas isso requer estrutura para trabalhar.O governo deveria investir na PRF no mesmo diapasão que investe na melhoria das estradas",observa o inspetor Alvarez Simões.Hoje a PRF conta com 9,6 mil policiais rodoviários espalhados por 397 postos de fiscalização.A área de cobertura abrange cerca de 3 mil municípios brasileiros e há apenas 153 ambulâncias para efetuar os atendimentos emergenciais.

No início de outubro, durante uma apresentação prévia da pesquisa, no auditório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o presidente do Ipea, Luiz Henrique Proença Soares, disse que "essa é uma tragédia evitável". Ela requer, no entanto, forte engajamento de todos. Soares conclamou a imediata união dos governantes em torno da implementação de novas políticas públicas de baixo custo em um curto período de tempo. Para o representante da Opas no Brasil,Antônio Horacio Toro Ocampo, o "tema, muito preocupante, não é só de saúde pública, mas também de desenvolvimento social". O secretário nacional de Política de Transportes, José Augusto Valente,deu um triste panorama do quadro e admitiu que, apesar de todos os esforços feitos, eles ainda não surtiram os efeitos esperados.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a segurança e a prevenção de acidentes de trânsito em rodovias federais são obrigações das autoridades gestoras e operadoras de trânsito e transporte:o Ministério das Cidades, por meio do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran);o Ministério dos Transportes, por intermédio do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit); e o Ministério da Justiça,por meio da Polícia Rodoviária Federal (PRF); além dos Departamentos de Estradas de Rodagens (DERs) e dos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans).

Existem várias providências no sentido de reduzir acidentes de trânsito no Brasil. No Ministério dos Transportes, o carrochefe é o Programa de Redução de Acidentes no Trânsito (Pare),em operação há treze anos. Entre as iniciativas, cabe destacar a operação conjunta dos órgãos de trânsito, segurança e turismo dos estados do sul do Brasil, que entra em atividade durante as férias de verão nas rodovias da região.O objetivo é diminuir o número de acidentes no período em função do grande fluxo de turistas uruguaios, paraguaios e argentinos rumo ao nosso litoral.As medidas incluem divulgar as normas do Código de Trânsito entre os estrangeiros, alertar os brasileiros da presença de motoristas de outros países nas rodovias, evitar o desgaste da imagem do Brasil entre os visitantes,propiciar tratamento igual aos motoristas daqui e de fora, além de alertar para a obrigação legal quanto à quitação de eventuais infrações cometidas no país.A operação conta com o auxílio do Ministério da Justiça e da Embratur.

O Programa Pare também promove a capacitação técnica de equipes dos órgãos municipais de trânsito na implantação de ações corretivas de engenharia visando à prevenção de acidentes.Trinta e um municípios de diferentes regiões do país participaram de uma das etapas do projeto (em comum,eles tinham de 100 mil a 500 mil habitantes, faziam parte do Sistema Nacional de Trânsito e possuíam elevados índices de mortalidade no trânsito). Foram identificados 288 pontos críticos, sendo que 86 deles ganharam projetos de melhoria de engenharia de tráfego e 31 já estão em implantação.

Outro projeto, o Amigo da Vez, leva equipes a locais de grande concentração de bares desde 2000 a fim de conscientizar os freqüentadores sobre um dos principais causadores de acidentes: a mistura de álcool com direção.O objetivo é disseminar entre os consumidores o hábito de eleger um integrante do grupo que não vai ingerir bebida alcoólica e será o responsável pela condução dos demais.Mesmo assim parecem iniciativas muito tímidas diante dos números de acidentes, vítimas, gastos e, sobretudo, sofrimento.Desde que você, leitor, começou a ler esta reportagem,já ocorreu um novo acidente nas estradas do Brasil.Tomara que seja sem vítimas!

Para além dos números
A pesquisa "Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras" revelou um custo anual para a sociedade da ordem de 22 bilhões de reais, foram contabilizados mais de 100 mil acidentes,foram perdidas mais de 10 mil vidas... opa. Dez mil vidas? O que isso quer dizer? Quanto custa uma vida? A tabela de preços de toda seguradora tem esse valor, mas será que ele faz sentido? Uma vida a menos no mundo não significa apenas queda na produção, ela interfere no estado emocional das pessoas que conviviam com o falecido, ela muda o dia-adia de uma família: suas finanças, o relacionamento entre os filhos. São fatos que acontecem todos os dias, mas nem por isso podem ser considerados normais.

Na madrugada de 14 de junho de 2005, o casal Eurípides e Augustinha de Almeida deixou a cidade de Araxá, no interior de Minas Gerais, rumo a Brasília (DF).Tiraram o Vectra da garagem por volta das 4 horas da manhã, pois pretendiam almoçar na capital federal. A rodovia, de condições precárias, com trechos sem acostamento e toda esburacada, exigia mais atenção do motorista. Isso não era lá um grande problema, afinal Eurípides tinha sido instrutor da auto-escola da Polícia Civil, entidade pela qual se aposentou. Mas a bucólica paisagem do cerrado deixou-o tão disperso que ele acabou dormindo ao volante. Dona Augustinha percebeu a falha e gritou para chamar a atenção do esposo."Eu queria pegar no volante e tirar o carro da frente de um caminhão que se aproximava, mas ele segurou firme e nos tirou da pista pelo outro lado", conta emocionada. O casal escapou da carreta, mas bateu em uma árvore.

politicaspublicas6_20

Todo o lado esquerdo de seu Eurípides ficou comprometido. Ele perdeu sete costelas. Coração, fígado e baço sofreram sérios danos. Às 9 da noite do dia 22 de junho ele entrou para o triste rol das estatísticas de mortes em acidentes de trânsito. O policial aposentado, que tão bem conhecia os perigos do volante, acabou sendo vítima dele.Para isso não há planilha alguma que meça o dano.

Avaliação do estado das estradas brasileiras (2006)

politicaspublicas7_20

 
Copyright © 2007 - DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação sem autorização.
Revista Desafios do Desenvolvimento - SBS, Quadra 01, Edifício BNDES, sala 1515 - Brasília - DF - Fone: (61) 2026-5334