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Agricultura - O caminho das flores

2006. Ano 3 . Edição 29 - 11/12/2006

Curguligo, stricta e sassy. Esses são os nomes de apenas três das diversas flores que o Brasil vende para o exterior. Com um pouco de pesquisa e investimento, a produção, o comércio e a exportação de plantas ornamentais vêm evoluindo muito. O país aproveita suas qualidades naturais para melhorar as contas externas e a vida das pessoas no meio rural

Por Eliana Simonetti, de São Paulo

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Fim de ano, tempo de festas, sol e flores. Não poderia haver momento mais apropriado para Desafios plantar um jardim em suas páginas. Em meio ao colorido das flores, aproveita para tratar de temas menos brandos: agricultura,ciência e comércio internacional, mas sem esquecer a beleza. As boas notícias,nessa seara,brotam por toda parte. No Brasil são cultivadas espécies de todos os tipos de clima (não apenas as tropicais), adaptadas às condições de diferentes regiões. Existe uma vasta produção de bromélias, sem dano ao meio ambiente. O brasileiro anda tomando gosto por ter a casa colorida com vasos e jardins,e isso tem aumentado o consumo interno. No Acre e em Rondônia há pesquisa de melhoramentos e novas espécies, e exportação de plantas ornamentais e flores. Ceará e Minas Gerais atualmente são grandes produtores de rosas, admiradas e compradas pela Holanda. E o melhor é que grande parte dos produtores são pequenos agricultores,muitos deles organizados em cooperativas ou em arranjos produtivos locais (APL) - o que aumenta a qualidade da vida no campo.

As novidades são muitas e pouco divulgadas, desconhecidas de grande parte dos brasileiros. Até os nomes soam estranhos. Alpínia,wagneriana e bihai são plantas ornamentais brasileiras,produzidas às margens da Mata Atlântica,em Alagoas. São exportadas para a Europa pela Flora Atlântica, uma empresa pequena,com cinqüenta funcionários, que produz cerca de trezentas caixas de flores por semana - ou 6 toneladas. Trata-se de uma das principais exportadoras do estado, ao lado da Cooperativa dos Produtores e Exportadores de Plantas, Flores e Folhagens Tropicais de Alagoas (Comflora). “O carro-chefe das vendas é a alpínia. Mas também há grande procura por wagneriana, curculigo, stricta, sassy, episcopalis”,diz Adriana Outicica,sócia da Flora Atlântica. A exportação dessas plantas, que dão como mato no Brasil,são exóticas em lugares como Europa, Estados Unidos e Japão, onde ornamentam jardins de casas, empresas e parques. Foi possível depois de muita pesquisa feita em universidades e na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - para que crescessem rapidamente e mantivessem o padrão de coloração e a forma, exigências do comprador estrangeiro.

Surpresa? Pois há mais. Alagoas é uma revelação. Exportou 128,8 mil dólares em flores e plantas ornamentais entre janeiro e agosto de 2006, resultado 263% maior do que o de 2005. As informações resultam de levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Alagoas vende toda semana,para supermercados franceses e suíços, 1,5 mil buquês. Holanda,França e Suíça são exemplos de destinos da produção nacional de flores e plantas ornamentais. O cardápio dos compradores inclui trinta países, entre eles Estados Unidos, Itália, Canadá,Espanha, Alemanha e México (veja a tabela Os cinco maiores importadores de produtos de floricultura brasileira). “Trabalhamos, agora, para abrir as portas dos países árabes a nossos produtos”, diz Léa Lagares, coordenadora nacional de floricultura do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

agricultura3_46Plantas que são comuns no Brasil, de ervas daninhas a bananeiras, são exóticas e servem de ornamento em casas e jardins europeus, americanos e asiáticos experimentação da Fiat do Brasil

Mercado global
No planeta, o mercado da floricultura rende 8 bilhões de dólares anuais. Holanda,Colômbia,Dinamarca e Equador estão entre os grandes vendedores. O Brasil ingressou nesse time há menos de dez anos. Responde por apenas 0,22% da exportação mundial e tem potencial para crescer 1,5% nos próximos anos, segundo o Ministério da Agricultura. É relativamente pouco,mas já foram registrados bons resultados. De acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o setor movimenta no país,anualmente,em torno de 1,2 bilhão de dólares e ocupa 2. 545 produtores em 4. 850 hectares. Desde o ano 2000, o incremento das exportações foi de 515%. Entre janeiro e setembro deste ano,as vendas externas de produtos de floricultura somaram 24,2 milhões de dólares - crescimento de 16,1% em relação ao mesmo período de 2005,segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior (Secex). O saldo da balança comercial registrou aumento de 5,6%. De acordo com as previsões do Ibraflor, em 2008 os embarques alcançarão 80 milhões de dólares. “Com novas tecnologias e divulgação, o mercado está reagindo”, diz o presidente da Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas Ornamentais do Ministério da Agricultura,Renato Optiz.

No final de outubro foi realizada a maior feira de floricultura do mundo,a Horti Fair, em Amsterdã,na Holanda - na qual só participa quem é convidado. Neste ano estiveram presentes dezoito países,o Brasil entre eles. Trata-se de uma boa oportunidade de negócios, como constataram os cearenses. Eles estiveram na feira pela quinta vez. A cada evento,abrem novos mercados. A área do estado dedicada à cultura de flores e plantas ornamentais praticamente dobrou desde 2004. Hoje chega quase a 300 hectares. “A exibição é decisiva para a projeção da nossa marca”,diz o gerente do Projeto Flores, da Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri) do Ceará,Rubens Aguiar. O estado criou, em 2005, o projeto Flores do Ceará, com selo e marca, para estimular o setor. O programa recebeu da Fundação Getulio Vargas e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o Prêmio de Gestão Pública e Cidadania.

A campeã de exportação de rosas do Ceará é a Reijers,empresa que também produz em São Paulo e Minas Gerais e abastece 40% do mercado interno. Criada na cidade de Holambra,no interior de São Paulo, em 1971,foi a primeira produtora brasileira de rosas em escala comercial. Não alcança essas marcas sem motivo. Suas rosas são cultivadas em estufas de aproximadamente 1 hectare,em vasos com substrato de coco, nos quais tubos levam nutrientes e água diretamente às plantas. Logo após a colheita, as rosas, transportadas em água para uma câmara refrigerada à temperatura de 8º C, são classificadas por variedade, tamanho de haste e ponto de abertura do botão. A temperatura cai para 2º C na câmara de embalagem - em caixas que discriminam, em inglês,o tamanho da haste e a variedade da rosa. Recentemente,a empresa associouse a um grupo equatoriano, o Flores de Cotopaxi,que tem duas fazendas,uma distribuidora em Miami e exporta para 35 países. Virou multinacional.

Há outros exemplos de grandes empreendimentos na área da floricultura. Um é mineiro. Barbacena é produtora de rosas há décadas. Ocupa o quarto posto no rankingmundial da espécie. Mas não fica por aí. Antúrios,gérberas,copos-de-leite e bocasde- leão colorem suas estufas,localizadas às margens da rodovia que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. Esse caso começou em 2003,quando trinta produtores da Associação Barbacenense dos Produtores de Rosas (Abarflores) buscaram parceiros para aumentar a competitividade. Acabaram estruturando o projeto Floricultura na Região de Barbacena. O trabalho foi minucioso. A associação detectou problemas, contratou um engenheiro agrônomo e passou a superar as dificuldades uma a uma. Então promoveu a capacitação gerencial dos produtores, a inovação tecnológica e a introdução de novas técnicas de manejo.

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Pesquisas aumentaram a produtividade das roseiras,durante o inverno, em 120% - fato importante, já que nessa época há falta do produto no mercado e,portanto,os preços sobem. No último ano, o faturamento dos sócios da Abarflores cresceu 22%. E o número de espécies aumentou 27%. Atualmente, suas vendas anuais somam 10 milhões de unidades. Mais: há três anos, eles repassam conhecimentos a outras áreas do estado. No município de Manhuaçu, no leste mineiro,já são cultivadas grandes áreas de plantas ornamentais tropicais com tecnologia transplantada de Barbacena.

O maior pólo de produção de flores,no entanto, fica no estado de São Paulo, concentrado basicamente em vinte municípios. O mais famoso é Holambra, mas também há cultivos importantes em Atibaia, Campinas,Dutra, Paranapanema e Vale do Ribeira. A Cooperativa de Holambra, que responde por 40% da produção brasileira, exporta para oito países: Holanda,Estados Unidos,Portugal,Canadá, Inglaterra,Uruguai, Emirados Árabes e Argentina. E está em negociação com Itália,Alemanha, França e Japão. Foi pioneira no cultivo protegido de flores e plantas no Brasil - o que faz a produção render o dobro daquela feita a céu aberto e aumenta a durabilidade das flores.

Credibilidade
Também está na cidade de Holambra a maior central de comercialização de flores e plantas do país, a Veiling. Concentra produtores e cerca de quatrocentas empresas de pequeno, médio e grande porte, de todo o território nacional, Mercosul, Estados Unidos e Europa. Seus produtores usam mudas e sementes selecionadas e contam com pessoal treinado e qualificado - o que garante credibilidade. Um sistema informatizado de venda antecipada dá tranqüilidade e segurança ao produtor no planejamento de sua atividade. Hoje, o estado é grande exportador de tulipas - produzidas com sementes trazidas da Holanda há vinte anos. Mais que as rosas, as tulipas são altamente perecíveis. Duram no máximo dez dias. Mas a demanda é garantida. E os produtores brasileiros aproveitam o período de maio a setembro, quando a produção da Holanda está em baixa, para explorar o mercado externo.

A tecnologia desenvolvida em Holambra não fica restrita à cooperativa. Os segredos do cultivo de rosas,palmas-de-santa- rita, gérberas, crisântemos,margaridas e cravos foram transmitidos,pelos técnicos, a duzentas famílias de Maracás, na Bahia. Essa ação faz parte do Programa Desenvolvimento da Floricultura, implantado pela prefeitura de Maracás e premiado pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat). A cidade,de clima e solo de região semi-árida, tem pouco mais de 31 mil habitantes e colhe cerca de 60 mil flores por mês. Associações comunitárias, formadas por desempregados, cuidam de comercializá-las.

As histórias são boas. Notáveis, entretanto, são as experiências que ainda estão se iniciando ou que envolvem produtores menores, como um caso potiguar. No ano passado, seis floricultores do Rio Grande do Norte formaram o grupo Ananas from Brazil,que vende o abacaxi do tipo lucidus, nativo da região Nordeste e bastante procurado para ornamentação,paisagismo e flor de corte. O Ananas from Brazil já exporta para Itália, França, Holanda, Portugal e Espanha. Outro caso,desta vez pernambucano: um grupo de 23 pequenos produtores da região do Crato,no Cariri, formou um condomínio, adquiriu 60 hectares de terra para o cultivo de flores e plantas ornamentais e, cinco anos depois,havia gerado 1,2 mil empregos. A área plantada já cresceu para 160 hectares, e a produção aumentou 742%. Uma terceira história é paulista e está relacionada a pesquisa. A ProClone,da bióloga Monique Inês,multiplica mudas de flores geneticamente idênticas,em grande escala,para comercialização. Sua especialidade são as orquídeas e a zantedeschia,um copo-de-leite colorido. “Estamos trabalhando com cerca de cinqüenta cores e formatos, pois o mercado quer novidades”, diz a bióloga.

agricultura5_46As bromélias são multiplicadas em laboratório, crescem e florescem rapidamente, e têm estimulado negócios de agricultores gaúchos

A cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, vem despontando como pólo regional de flores tropicais. Exporta para Alemanha, Suíça, Espanha e Portugal. Antigos plantadores de cacau estão mudando de ramo e transformando suas terras em jardins coloridos. A Associação de Produtores de Flores Tropicais e Plantas Ornamentais do Sul da Bahia (Florassulba) conta com mais de quarenta associados. Sua primeira edição do Seminário e Exposição Técnica de Flores Tropicais da Mata Atlântica (Floratlântica), em novembro, teve uma face bastante prática, com orientações sobre procedimentos para exportação e conservação pós-colheita,produção de arranjos, cooperativismo e comercialização. Reuniu floricultores, empresários e instituições federais, estaduais e municipais. “Vamos fazer deslanchar a floricultura em nossa região”,diz o prefeito Valderico Reis - embora Ilhéus já seja o principal produtor de flores tropicais da região.

No Paraná,segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura,em 2005 o setor de floricultura foi o único segmento agropecuário que registrou crescimento - e um crescimento,diga- se,assombroso,de 72%. O Paraná não é grande exportador: produz para o mercado interno,em pequenas propriedades. O rendimento explica o incremento do setor: 100 mil reais por hectare plantado de flores como crisântemos e gérberas (que não exigem grande investimento tecnológico). Talvez pelo mesmo motivo, esteja previsto aumento de 30% na área cultivada de flores tropicais, folhagens e plantas ornamentais em Mato Grosso até dezembro de 2008.

Em Pernambuco, projeções da Associação dos Produtores de Flores e Plantas Tropicais (Perflora) apontam para um incremento nas vendas ao exterior da ordem de 30% em 2007. Atualmente,o estado exporta 6 mil unidades de hastes por semana. Segundo Arnaldo Pessoa, presidente da Perflora, apesar da concorrência com países como a Colômbia,o produto pernambucano tem tido bom desempenho: 60% do que é produzido segue para o exterior. E também há alta nas vendas internas. Apenas São Paulo compra 3 mil flores frescas e botões plantados no estado,todas as semanas. A demanda nacional pelas flores tropicais tem crescido entre 15% e 20% ao ano.

Bem, para resumir, há campos em flor em Ji-Paraná,Rondônia (helicônias, alpínias, musas,costus e gengibres),na mineira Formiga (copos-de-leite branquíssimos e enormes), na gaúcha Gravataí (onde doze agricultores cultivam 20 mil mudas de bromélias por ano), em Araguaína,Tocantins (plantas ornamentais de diversas espécies). O Brasil é um jardim. E ainda há espaço para muito mais. Na média, os brasileiros gastam 8 dólares por ano com flores. Na Europa são 60. Na Suíça, o gasto chega a 120 dólares. O crescimento da floricultura nacional em 2006 será superior ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB).

Problema urgente a solucionar: flor, é claro, tem de ser exportada em avião ou murcha antes de chegar ao consumidor. E faltam câmeras frias nos aeroportos e em compartimentos de carga dos aviões. Como afirma Ikuyo Kiyuna, do Instituto de Economia Agrícola (IEA) de São Paulo,em seu estudo “Flores:oportunidades nos mercados internacional e doméstico”,“os produtos que oferecerem beleza, emoção, encantamento e qualidade com durabilidade vão fisgar o consumidor em caráter definitivo. Para isso,no entanto,é necessário profissionalismo, competitividade,suporte em pesquisa e marketing certeiro em todos os elos da cadeia de produção”. No mais, é aproveitar a cor, o perfume e a alegria que essa face do agronegócio proporciona.

Para quem quer entrar no ramo
Produtores devem se inscrever no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), uma determinação da legislação que regulamenta a atividade e fiscaliza o cultivo de flores tropicais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

agricultura6_46Belo exemplar de antúrio cor de chocolate. O cultivo de flores e plantas ornamentais rende dez vezes ao agricultor do que o plantio de grãos: são, em média, 100 mil reais por hectare

No Brasil, dos 2 mil hectares de cultivo protegido de intempéries, cerca de 70% são dedicados à produção de flores. Os Programas de Financiamento e Incentivo à Exportação (Prodeagro-BNDES) estão proporcionando a consolidação de novos pólos produtores nos estados do Sudeste, Sul e Nordeste. O Prodeagro oferece crédito de até 100% a projetos, a juro de 8,75% ao ano, para pagamento em sessenta meses com carência de dois anos. Informações em www. bndes. gov. br

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), disponibiliza o sistema Vitrine do Exportador. Os exportadores podem criar páginas com imagem e texto para divulgação de seus produtos no portal. Importadores potenciais têm ferramentas para pesquisar informações por empresa, produto ou mercado. O sistema foi desenvolvido em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e usa a base de dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), atualizada mensalmente.

O governo federal criou o portal Aprendendo a Exportar Flores, com informações e links para empreendedores que desejam entrar no ramo. Traz dados sobre o setor, dicas de trâmites burocráticos e uma relação de instituições que podem dar apoio à produção.

A primeira edição da Revista Sebrae Agronegócios teve como título “Jardim de oportunidades: flores e plantas atraem investimentos e adubam lucros”. Foi distribuída gratuitamente a empresários do setor de floricultura, instituições, centros de pesquisas e universidades. Trata da expansão recente e do futuro da floricultura no Brasil.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou o estudo “Caracterização do setor produtivo de flores e plantas ornamentais no Brasil”, um livro acompanhado de CD realizado com base no acervo de informações do Censo Agropecuário 1995-1996. As estatísticas estão defasadas, mas é o que existe de mais completo sobre a potencialidade dos empreendimentos do setor produtivo de flores e plantas ornamentais no Brasil. Custa 20 reais e pode ser adquirido pela Internet no endereço http://www. ibge. gov. br/lojavirtual/fichatecnica. php?codigoproduto=8276.

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Colômbia e Equador
Na concorrência internacional, vence quem inova

A Colômbia tem terras férteis e clima favorável para o cultivo de flores. Atende 60% da demanda norte-americana, mas vem perdendo terreno no mercado global - no qual ainda ocupa o segundo lugar no ranking, logo depois da Holanda. Sua história começa na década de 1970, quando alguns fazendeiros descobriram que poderiam fazer um acordo com as companhias aéreas e exportar flores para os Estados Unidos a bom preço, especialmente no inverno norte-americano. Evoluíram rapidamente. Anos depois, os dinamarqueses desenvolveram tecnologia que lhes deu maior competitividade internacional. Para resolver o problema, os floricultores colombianos pediram ao governo que reduzisse seus impostos. Resultado: muitos quebraram. “Os produtores de flores estavam perdendo dinheiro e, desconsolados, diziam apenas:‘Não é nossa culpa’”, contam os dois economistas que acompanharam a ruína da floricultura colombiana nos anos 1990, Michael Fairbanks e Stace Lindsay, no livro Plowing in the Sea (em português,“Arando no mar”). A situação piorou quando a Internet passou a ser usada para compras. Os produtores colombianos não se adaptaram facilmente às mudanças de gosto dos consumidores. Não investiram em pesquisa para diversificar a produção, criar novas variedades e cores. Vêm perdendo na corrida com o Equador.

Em terras equatorianas o cenário é completamente diverso. Com 400 milhões de dólares em exportações em 2006, as flores ocupam o terceiro lugar entre as vendas externas do país. Um dos maiores produtores de rosas do mundo, o Equador cria variedades exóticas em laboratório. A Hilsea, uma das três mais importantes produtoras equatorianas de flores, começou a exportar no final deste ano cinco rosas geneticamente aperfeiçoadas. Vende 170 milhões de talos, especialmente para Estados Unidos e Europa. Cultiva 35 novas variedades de flores de verão com características únicas. Tudo isso fruto do investimento em pesquisa e de um intenso trabalho de divulgação: atualmente, a expressão “rosas do Equador”começa a se tornar uma marca reconhecida no planeta.

 
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