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Políticas Públicas - O equilíbrio na diversidade

2007 . Ano 4 . Edição 33 - 10/4/2007

Por Eliana Simonetti, de São Paulo

Debates em torno das melhores formas para reduzir as desigualdades no país ocorrem em diversas esferas. Há inúmeros estudos a respeito do tema, os mais recentes realizados pelo Ipea, acerca dos fundos constitucionais de financiamento. Conclusão que sintetiza as análises: uma única fórmula é incapaz de resolver o problema. É preciso o envolvimento de todos no planejamento e na aplicação eficaz e eficiente de políticas e recursos que respeitem as características locais e promovam o desenvolvimento

politicas24_1A Política Nacional de Desenvolvimento Regional, criada em fevereiro, pretende servir para a sistematização de instrumentos de f inanciamento contidos no Orçamento

É sabido que regiões - países, estados, cidades ou mesmo bairros - não caminham de forma igual, equilibrada ou na mesma direção. As disparidades,muitas vezes, são pequenas. Em outras são notáveis e impingem dificuldades de toda sorte às populações menos favorecidas. Dados do Fundo Monetário Internacional indicam que a diferença de renda per capita entre a Suíça e Moçambique é de cerca de 500 dólares para 1.No Brasil também se verificam desproporcionalidades gritantes. O Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil,produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), indica que,no ano 2000,81,75% dos moradores do município de Belágua,no Maranhão,tinham renda inferior a 37,75 reais por mês.Não muito distante dali, em Fernando de Noronha,Pernambuco, esse mesmo percentual era de 0,02%.O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de São Caetano do Sul,na Grande São Paulo,era o mais elevado do país: 0,919.Manari, em Pernambuco, era o pior do ranking nacional:0,467.

No entorno do Distrito Federal,onde está instalada a administração do governo federal,há dezenove municípios que vivem basicamente do agronegócio.Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),Cristalina e Luziânia registram elevados índices de produção de grãos,e Águas Lindas e Valparaíso de Goiás nada produzem.Nesta última cidade,aliás, há 380 cabeças de gado,enquanto Formosa soma um rebanho de mais de 200 mil animais. Propriedades rurais mecanizadas,administradas em moldes empresariais, com uso intensivo de capital e baixa ocupação de mão-de-obra convivem com outras cujas técnicas são rudimentares - o que implica disparidades de produtividade e competitividade. O potencial turístico não é explorado. Não há empreendimentos de tecnologia de ponta. E, para completar, entre 1991 e 2003 a população cresceu à taxa anual de 5,67%,mais do que o dobro da média do estado de Goiás.

Aí,políticas públicas adquirem relevância na indução de mudanças estruturais para geração de empregos, promoção da competitividade,desenvolvimento do capital social e suporte ao ingresso no comércio internacional.A questão é que, embora o país acumule, em sua história, um vasto leque de políticas voltadas para dirimir o problema, ele persiste.Uma das razões,dizem os estudiosos, está no fato de que em geral as providências são adotadas sem análise prévia nem acompanhamento de resultados. Assim, são desperdiçados recursos - dinheiro público, esforços de empreendedores, esperança de trabalhadores e muito mais.

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) vêm se debruçando sobre o tema há anos.Em todos os trabalhos é reconhecida a importância da implementação de políticas públicas no sentido de abrandar dessemelhanças sociais e econômicas.De um lado,constatam que a redução da ação do Estado é prejudicial ao país como um todo.De outro,descobrem que a falta de acompanhamento dos programas, em especial numa situação de recursos limitados, afasta as chances de alcance dos objetivos pretendidos. A preocupação é produzir subsídios que permitam a obtenção dos melhores resultados ao menor custo.Essa é uma meta perseguida também por outros.Há exemplos de pesquisas em prefeituras,governos estaduais e ainda em organizações não-governamentais e instituições de fomento nacionais e multilaterais." Precisamos construir uma política que integre esforços.Somente assim a guerra fiscal poderá ser detida e haverá chance de crescimento equilibrado com respeito às características específicas de cada região", diz Alexandre Furlan, secretário de Indústria, Comércio e Tecnologia do estado de Mato Grosso.

politicas24_2Contrastes: em todos os setores e regiões do país, a mecanização convive com formas rudimentares de produção, o que compromete a competitividade dos produtos

Complexo O descompasso resulta de um complexo de fatores,e apenas uma medida, ou uma linha de ação,mesmo que bem executada, não basta para superá-lo."É preciso que haja recursos a juro baixo, que as pessoas estejam informadas e possam obtê-los sem grande burocracia.Que os empreendedores sejam preparados.Que haja educação de qualidade para as empresas encontrarem a mão-de-obra de que necessitam e os trabalhadores aumentarem seus rendimentos. É necessário, ainda, suporte à organização de sistemas cooperados,que reduzam custos e tornem os negócios mais competitivos. E devemos considerar que grandes empresas criam oportunidades,sua atividade tem poder multiplicador cujo efeito é a melhoria do ambiente", resume Tagore Vilarim de Siqueira, economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que dirige os trabalhos da instituição na região Nordeste.

O país conta com organismos que trabalham com os temas citados por Siqueira. O Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) oferece cursos, consultoria, estudos e suporte para que os empreendedores obtenham sucesso em suas investidas.Há um conjunto relativamente amplo de fontes de crédito para impulsionar o investimento privado.O BNDES atua nessa área desde o início da década de 1950.Crédito rural e habitacional também estimulam a atividade empresarial - e buscam imprimir maior dinamismo a regiões que,mesmo localizadas em áreas desenvolvidas, como o Sudeste e o Sul, apresentam níveis baixos de desenvolvimento. Na mesma linha, funcionam os incentivos fiscais de reinvestimento e de redução do Imposto de Renda.

No âmbito do governo federal,estão em operação mecanismos de intervenção voltados para áreas historicamente atrasadas - com melhores ou piores resultados, conforme a época e a região (veja o gráfico "Crédito governamental ao setor privado"). Exemplos são os Fundos Fiscais de Investimento (Finam, para o Norte, e Finor, para o Nordeste), o Fundo de Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo (Funres); e os Fundos de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e do Nordeste (FDNE).Os fundos constitucionais de financiamento do Nordeste (FNE),do Norte (FNO) e do Centro-Oeste (FCO) absorvem todos os anos o correspondente a 0,8% do PIB.Nas regiões Norte e Nordeste, programas desse tipo têm resultado em taxas inéditas de crescimento econômico - no caso do Nordeste,1 a 2 pontos percentuais acima da média nacional (leia o quadro "Fundos constitucionais de financiamento")."Se houvesse a organização dos trabalhos em rede e fossem detectadas as falhas nas ações empreendidas, certamente teríamos resultados melhores", argumenta Siqueira."Afinal, temos regiões deprimidas também fora do Norte e do Nordeste."

Aqui vale a pena anotar uma iniciativa do BNDES.Trata-se do Programa de Dinamização Regional (PDR).O banco eleva o valor de recursos investidos, reduz a taxa de juro dos empréstimos em 1 ponto percentual e admite operação sem intermediação em municípios onde a carência é maior. Só não contempla, independentemente da localização, empreendimentos relativos a comércio e serviços pessoais,infra-estrutura de energia elétrica e telecomunicações. Entre os que podem se beneficiar do programa estão municípios do sudoeste paulista, do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais,e do sul do Rio Grande do Sul - todos eles bolsões de pobreza com índices de desenvolvimento humano semelhantes aos do semi-árido nordestino.

Mais.A integração vem se verificando. No início de março, os secretários de Fazenda da região Norte formalizaram a criação de um fórum para a elaboração de políticas de desenvolvimento econômico e social. Em Mato Grosso, o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional reúne os municípios de Carlinda,Alta Floresta, Paranaíta,Apiacás,Nova Monte Verde e Nova Bandeirantes, cuja economia,basicamente rural,enfrentou um período de estagnação nos últimos anos.Resultado: de acordo com dados do governo estadual,entre 2002 e 2006, apenas com recursos do FCO liberados para o setor rural,foram gerados 285.014 empregos (97.897 diretos e 187.117 indiretos). Nos últimos quatro anos,o estado registrou 1,5 bilhão de reais de investimentos industriais consolidados.

politicas24_3Os fundos constitucionais de financiamento não se direcionam prioritariamente às áreas mais pobres e, assim, contribuem para o aumento das desig ualdades

A Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR),criada por decreto federal em fevereiro,pretende servir para a sistematização de instrumentos de financiamento contidos no Orçamento,dos fundos de desenvolvimento regional,de incentivos e benefícios fiscais. O maior volume de recursos concentra-se nos fundos constitucionais de financiamento,que dispõem de 9,3 bilhões de reais em 2007.

Radiografias As pesquisas desenvolvidas no Ipea buscam a compreensão de qualidades e falhas das ações empreendidas até o momento. Uma de suas linhas de pesquisa investiga os fundos constitucionais de financiamento. O trabalho mais recente,"Eficácia do gasto público: uma avaliação do FNE, FNO e FCO", é de autoria de Alexandre Manoel Angelo da Silva,Guilherme Mendes Resende e Raul da Mota Silveira Neto.Trata-se de uma investigação acerca dos resultados obtidos com empréstimos concedidos a empreendimentos das regiões Norte,Nordeste e Centro-Oeste,entre 2000 e 2003,em dois pontos: variação de vagas de trabalho e média salarial.Para tanto, compara o desempenho de firmas formais tomadoras e não tomadoras desses recursos.A conclusão: apenas no Nordeste os recursos do fundo constitucional tiveram algum impacto sobre o número de empregos, embora não sobre o salário.O trabalho é composto de uma série de equações, que buscam a medição mais precisa da variação de emprego e renda.Entretanto, seus autores reconhecem limitações."Não sabemos, por exemplo,se as empresas que não foram beneficiadas com recursos dos fundos constitucionais recorreram a outros meios de financiamento", diz Angelo da Silva."O que nos interessa,no caso,é abrir um precedente de acompanhamento mais minucioso dos gastos públicos e uma frente de discussão."

A pesquisa foi antecedida de outra,realizada em 2006, que chegou a uma constatação dramática: os empréstimos dos fundos constitucionais de financiamento não se direcionam de forma prioritária aos estados ou municípios mais pobres.Ou seja,são procurados por empresas prósperas, em regiões de índice de desenvolvimento humano elevado,onde há universidades e gente empreendedora."Identificamos um paradoxo em termos de políticas públicas,pois os recursos têm contribuído para o aumento das desigualdades dentro das regiões", revela Angelo da Silva. Ele trabalhou com Mansueto Facundo Almeida e Guilherme Mendes Resende na pesquisa "Uma análise dos fundos constitucionais de financiamento do Nordeste (FNE),Norte (FNO) e Centro- Oeste (FCO)".As razões para o fenômeno são muitas.Vão da carência de informação a complexidades burocráticas e falta de ações proativas das instituições financiadoras. Considerando que é necessária a tomada de medidas para a promoção de maior eqüidade no país,o próximo passo da equipe será uma análise dos contratos, das dificuldades de acesso a financiamento e do valor de recursos liberados por empresa." Somente uma série de estudos poderá fundamentar políticas mais eficientes e eficazes", conclui o pesquisador.

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"Intervenção estatal e desigualdades regionais no Brasil: contribuições ao debate contemporâneo", de Aristides Monteiro Neto,cuida da crise do Estado na última década e de suas conseqüências em termos de desigualdades regionais.Constata a redução da importância da intervenção governamental para minorar as disparidades entre regiões.Entre as informações que reúne,algumas são alarmantes.Entre 1990 e 2002, as taxas de expansão dos produtos regionais foram ainda menores do que as verificadas nos anos 1980, período recessivo conhecido como "década perdida" (veja as tabelas "Intervenção estatal e desigualdade")."A perda de raio de ação do Estado sobre instrumentos de política econômica implicou a deterioração de sua capacidade para imprimir trajetória benigna ao crescimento e o estancamento da desconcentração produtiva",diz Monteiro Neto.Faltaram investimentos públicos, e os privados não atenderam às necessidades dos menos favorecidos. Assim, acentuou-se a concentração de riqueza."A queda do investimento público se fez notar em todas as grandes regiões,com efeitos deletérios sobre as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita.Contribuiu para que a desconcentração produtiva no país fosse paralisada", acrescenta.Mais: sua pesquisa encontrou indicações de que a redução no gasto governamental nos períodos de 1991- 1995 e 1996-2000 teve efeito propagador mais que proporcional sobre a queda no nível de atividade - um alerta acerca do potencial expansivo dos investimentos públicos sobre a economia.

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MobilizaçãoEm anos recentes, a ação do governo tem-se feito notar.As superintendências de desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Nordeste (Sudene) foram recriadas. Entre 2003 e 2006,o Banco do Nordeste (BNB) injetou quase 20 bilhões de reais na economia do Nordeste,sendo mais da metade proveniente do FNE - valor que corresponde a mais de 40% do que foi aplicado desde a criação do Fundo.O Plano de Aplicação de Recursos do FNO do Banco da Amazônia (Basa) para 2007 inclui duas novas modalidades de financiamento. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (FNO-Pronaf) apóia atividades que empreguem produtores rurais e suas famílias.O Programa de Financiamento do Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (FNO-Amazônia Sustentável) subsidia empreendimentos que promovam a reabilitação de áreas degradadas,utilizem tecnologias para a redução de impactos ambientais,adotem técnicas que aumentem a competitividade,desenvolvam a aqüicultura e o potencial turístico da região.

O setor turístico também está no foco do Programa de Desenvolvimento do Turismo Regional do Centro-Oeste do FCO.Desde janeiro,as taxas de juro cobradas pelo Banco do Brasil (BB) nas operações para o setor caíram 17%.Os recursos podem ser direcionados para hotéis,pousadas, renovação de parque tecnológico,agências de viagens, restaurantes e outros bens e serviços - inclusive por médias e grandes empresas. Cada tomador pode emprestar até 4,8 milhões de reais - mas o montante pode atingir 40 milhões nos casos em que os projetos forem considerados de alta relevância para o desenvolvimento regional.A Perdigão, uma das maiores empresas de alimentos de capital nacional, e seus fornecedores sacaram empréstimos do Fundo para viabilizar a construção de um complexo industrial inaugurado no final de março na cidade de Mineiros,em Goiás.Ali estão sendo processadas 81 mil toneladas anuais de produtos à base de carne de aves.O complexo é um dos maiores empregadores do estado, com 2 mil funcionários e 9 mil trabalhadores indiretamente ligados a suas atividades. A Perdigão fornece insumos e assistência técnica aos produtores e compra sua produção.

O BB estabeleceu neste ano, também, uma estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS).No Mato Grosso do Sul, por exemplo, 750 famílias de agricultores do município Glória de Dourados,em que a principal atividade produtiva é a criação de gado leiteiro, vêm sendo beneficiadas. O programa envolve onze parceiros e dezenove ações para incrementar a produção, melhorar a qualidade do leite e a infra- estrutura produtiva, adequar as propriedades à legislação sanitária e ambiental, promover a recuperação do meio ambiente e reestruturar associações.

 

politicas24_5Fundos constitucionais favorecem empresários de regiões ricas e não alcançam mais pobres

Resultados Há sinais de que os esforços para encurtar a distância da prosperidade entre diferentes áreas geográficas e dos rendimentos dos brasileiros têm surtido efeito.Na última década houve redução de 11 pontos percentuais na proporção de pobres entre a população cearense.O estado ainda ocupa a oitava pior posição no ranking nacional da concentração de renda,conforme dados do IBGE.Mas a situação já foi bem pior:no ano 2000, o Ceará era campeão nacional nesse quesito.O avanço é atribuído ao combate à pobreza implementado no Programa de Desenvolvimento Econômico Regional, que tem investido na reestruturação espacial das cidades de médio porte do interior e na formação de Arranjos Produtivos Locais (APLs).Em 2006, entre os onze estados beneficiados pelo FNE, o Ceará foi o segundo colocado,tanto em volume de recursos quanto em número de operações realizadas.Recebeu mais de 86 mil empréstimos, num valor total de 586 milhões de reais,que corresponderam a 12,8% dos recursos disponibilizados pelo fundo.

 

 

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Estudos do IBGE e do Ipea mostram que o Espírito Santo também evoluiu em termos de desigualdade social.Entre 1992 e 2005, o número de pessoas pobres residentes no estado caiu quase à metade.Para a obtenção desse resultado foram aplicados recursos federais,mas também foram implementados programas estaduais,de investimento na melhoria dos serviços de educação e saúde, transportes,meio ambiente e saneamento,que possibilitaram a interiorização do desenvolvimento econômico. Para que os indicadores melhorem ainda mais,foi criado,em março,o Fundo de Desenvolvimento do Interior,com 30 milhões de reais provenientes de parte do lucro obtido em 2006 pelo Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes).

Mato Grosso é o estado brasileiro que mais cresceu nos últimos vinte anos. Seu PIB saltou 315% e a atividade agropecuária registrou aumento de 1.200% entre 1985 e 2004.Um dos investimentos provenientes do FCO que contribuíram para esse desempenho: a expansão da usina da empresa Barralcool,em Barra do Bugres,no interior do estado.No final de 2006, a instalação se tornou a primeira usina integrada de produção de biodiesel, álcool combustível e açúcar; e a terceira maior unidade de produção de biodiesel entre as catorze existentes no país,segundo informação do Ministério de Minas e Energia.Os dados do ministério indicam que suas atividades envolvem catorze municípios, empregam 600 pessoas na zona rural e 80 na área urbana.

 

 

Fundos constitucionais de financiamento
Criados em 1988,os fundos constitucionais de financiamento são compostos por 3% da arrecadação de dois impostos: Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - transferidos pelo Tesouro Nacional para o Ministério da Integração e, daí, aos bancos Nordeste (BNB), Amazônia (Basa) e do Brasil (BB), que cuidam das operações - e pelos juros resultantes dos empréstimos. Das transferências de impostos, o FNE (do Nordeste) fica com 1,8%,e a cada um dos outros dois fundos, do Centro-Oeste (FCO) e do Norte (FNO), cabe 0,6%.Assim, o dinheiro disponível depende do desempenho da arrecadação (resultado do dinamismo econômico) e também da boa administração dos financiamentos. O que não é repassado a empresas é aplicado em títulos públicos - e rende juros que aumentam o bolo disponível para crédito no ano posterior. Segundo estimativas do Departamento de Gestão dos Fundos do Ministério da Integração Nacional, cerca de 45,5 bilhões de reais emprestados desde 1989 garantiram a manutenção ou a criação de mais de 6 milhões de empregos.

O FCO disponibiliza crédito aos setores industrial, agroindustrial, agropecuário, mineral, turístico,comercial e de serviços.Sua área de atuação abrange o Distrito Federal e os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - 463 municípios.

O FNO alcança os estados do Acre,Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins - 449 municípios.Oferece crédito a micro, pequenas, médias e grandes empresas dos setores mineral, industrial, agroindustrial, turístico, de infra-estrutura, comercial e de serviços.

O FNE tem como área de atuação 1.952 municípios do Nordeste,norte de Minas Gerais e Espírito Santo.Pelo menos a metade de seus recursos vai para a região do semi-árido.Produtores, empresas,associações e cooperativas de produção podem ser beneficiárias. É dada preferência a pequenos e miniempreendedores em projetos que envolvam preservação ambiental ou atividades inovadoras.

Recentemente, o Instituto Mundial de Pesquisa para o Desenvolvimento Econômico, da Universidade das Nações Unidas (UNU-Wider), lançou um projeto sobre disparidades espaciais no desenvolvimento humano que reuniu estudos, alguns sobre o Brasil,numa série denominada "Spatial Disparities in Human Development". Embora tratem de realidades diferentes, permitem conclusões genéricas.A desigualdade é elevada e, em muitos países, crescente. Isso por motivos naturais (de localização, qualidade da terra e disponibilidade de água,por exemplo),de concentração populacional (pois nas cidades tende a haver maior investimento em educação e tecnologia, o que gera elevação de produtividade num círculo virtuoso), de infra-estrutura e abertura comercial.A aplicação de políticas públicas adequadas à administração das disparidades e à descentralização da atividade econômica é, de acordo com os estudos, necessidade evidente em todo o planeta.O Brasil, como se viu nesse apanhado de estudos e casos, está nessa luta, para dar maior qualidade de vida à população e deixar de figurar, nos rankings internacionais, como um dos países mais desiguais do mundo.

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