resep nasi kuning resep ayam bakar resep puding coklat resep nasi goreng resep kue nastar resep bolu kukus resep puding brownies resep brownies kukus resep kue lapis resep opor ayam bumbu sate kue bolu cara membuat bakso cara membuat es krim resep rendang resep pancake resep ayam goreng resep ikan bakar cara membuat risoles
Esporte - Pátria das bicicletas, quimonos, raquetes e chuteiras

2007 . Ano 4 . Edição 33 - 10/4/2007

Com uma predileção especial pelas práticas esportivas, o brasileiro sua a camisa em muitas modalidades, mostrando um gosto que vai muito além do futebol. Pesquisa realizada sob encomenda para o canal por assinatura SporTV mostra como, quando e por que a população entra em movimento

Anderson Gurgel, de São Paulo

esporte1_46

No quesito prática esportiva, a modalidade preferida pelos entrevistados da pesquisa é a caminhada, sendo a primeira opção para 40% das mulheres e 21% dos homens

Quem não se lembra dos "90 milhões em ação / pra frente, Brasil / salve a Seleção"? Na década de 1970, quando essa canção foi criada, seu objetivo maior era exaltar a euforia de um país que tomava partido (de preferência dos mandatários da época), mas que vestia a camisa, calçava as chuteiras e ia a campo na sua torcida eufórica por uma grande equipe, que se tornaria um dos maiores símbolos da nação. Independentemente dos vieses políticos, o que já se via naquela época era a percepção intuitiva, por parte dos dirigentes, de que o brasileiro, assim como muitos povos, sempre teve (e continuaria tendo) uma relação muito forte com os esportes, tanto no ato de praticar quanto no de torcer.

Os militares do Golpe de 1964 não foram os primeiros. Muito antes deles, Getúlio Vargas já sabia que falar a linguagem do esporte poderia ser um bom jeito de fazer política:muitas decisões daquele governo eram anunciadas no Estádio de São Januário, do Vasco da Gama, antes das partidas de futebol. E até hoje a regra continua valendo para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que encontrou na metáfora esportiva o melhor jeito de discursar para o povo.

Por tudo isso, fica muito claro que o esporte tem um acesso fácil aos corações e mentes nacionais. Contudo, por muito tempo essa paixão ficou no escuro. Sabia-se que o brasileiro é fã de esporte, mas não o quanto. Até mesmo a adoração pelo futebol, que estudiosos como o antropólogo Roberto DaMatta já chamam de "instituição nacional", era mal dimensionada. Saber quantos, como, onde praticam e quais esportes era praticamente impossível.

Para todos que se interessam por esse assunto, a boa notícia é que estudos recentes ajudam a lançar luz sobre a relação do brasileiro com os esportes e, também, de como é a estrutura para a prática de inúmeras modalidades desportivas por todo o território verde-amarelo. O principal desses estudos é o Atlas do Esporte no Brasil, um esforço coletivo e virtual que está gerando o maior banco de informações esportivas do país, criado em fins de 2004. Outra novidade, mais recente, é o Dossiê Esporte, feito pelo Instituto Ipsos Marplan, sob encomenda do canal de TV por assinatura SporTV. Entre outras iniciativas, podem ser computadas também pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre municípios, e do Ibope, sobre torcidas. Pioneiros, esses estudos são preciosos para o balizamento do mercado esportivo nacional e das políticas públicas na área. Prometem dar um novo rumo ao mundo esportivo a partir de agora.

Quantos acompanham

Nunca
24%
Ás vezes/quase nunca
22%
Quase sempre/regularmente
31%
Sempre
23%

Dossiê Esporte

 

esporte2_46
Dossiê Esporte
 
Outra paixão do brasileiro é o esporte de "sofá": 28% dos entrevistados acompanham esportes sempre, outros 30% revelam assistir a esse tipo de programa regularmente ou quase sempre
  

esporte3_46O Dossiê mostra que caminhada é o esporte predileto dos brasileiros, sobretudo à medida que envelhecem

EntusiasmoDaina Ruttul, diretora executiva do Ipsos Marplan, é responsável pelo Dossiê Esporte e mostra-se entusiasmada com o resultado do trabalho. A principal conclusão tirada do estudo é que quase todo mundo se interessa por esporte, e isso é confirmado pelo alto índice de 94%, considerando os que praticam e/ou assistem a atividades esportivas. "O esporte é muito presente na vida de todos, o que também faz com que seja um tema universal e com alto grau de importância na vida das pessoas", diz Daina Ruttul.

Do total dos participantes da pesquisa, 23% afirmam praticar esportes sempre; 31%, regularmente; 22%, às vezes; e 24% nunca fazem atividades esportivas. Brasília se destaca como capital dos atletas, onde 27% da população se dedica a algum esporte regularmente; em São Paulo são 23% da base avaliada. A pesquisa traz um dado surpreendente:35% dos cariocas afirmam ser completamente sedentários, ou seja, nunca praticam atividades esportivas - os que sempre praticam alguma atividade física somam 24%.

Além de gostar de esporte, 74% dos brasileiros sabem que ele tem relação direta com a saúde. Apenas 5% das pessoas pesquisadas discordam dessa afirmação. Outros 53% declaram gostar da sensação de esforço que o esporte proporciona e 48% procuram um bom condicionamento físico. Em termos de modalidades esportivas, as mais representativas são o futebol, o vôlei, a natação e o basquete.

No quesito prática esportiva, a modalidade preferida pelos entrevistados da pesquisa é a caminhada, sendo a primeira opção para 40% das mulheres e 21% dos homens. Do total, 31% dos pesquisados caminham para manter a forma e ter saúde, e 30% gostam de jogar futebol. Separados por gênero, 54% dos homens têm o futebol como o esporte mais praticado. Já para as mulheres, depois da caminhada, vem o vôlei, adotado por 14% delas. Esse esporte, que tomou o lugar do basquete no gosto da população, está em terceiro lugar, no consolidado, com 13% da preferência dos entrevistados .

A pesquisa ainda consegue apontar novas tendências, como o fenômeno das corridas. Já são 5% do total de entrevistados que afirmam praticar esse esporte. Constata- se uma expansão muito grande dessa tendência, inclusive com a percepção de empresas e mídias do aumento do interesse da população pelo assunto. Surge no país um circuito de corridas, com provas em várias cidades. Por causa desse fenômeno, empresas já estão patrocinando eventos, montando equipes para correr juntos, aliando estratégias de recursos humanos com a promoção da saúde. Um dos casos mais famosos é o Nike 10k, uma corrida de rua realizada em São Paulo patrocinada pela fabricante de artigos esportivos norteamericana, que teve mais de 25 mil inscritos na sua segunda edição, em 2006, envolvendo atletas e amadores num percurso de 10 quilômetros.

Fases da vida A pesquisa mostra que a prática esportiva está presente ao longo da vida, porém com diferentes intensidades. "No auge profissional é difícil manter a regularidade esportiva, mas, na terceira idade, há uma volta à prática, agora com uma opção por atividades que promovam a saúde e a qualidade de vida, como caminhada", revela a diretora do Ipsos-Marplan.

A fase de maior energia e tempo dedicados ao esporte é a que vai dos 12 aos 14 anos. Dos 18 aos 24, observa-se uma queda na prática esportiva, que se acentua profundamente dos 30 aos 44 anos - auge da carreira profissional. A volta ao esporte é observada após os 55 anos, quando a energia para a atividade física diminui, mas há mais tempo disponível para estabelecer essa rotina, aliada às necessidades de saúde. Entre as modalidades praticadas, o futebol aparece na faixa etária que vai dos 10 aos 18 anos entre os homens, caindo continuamente até chegar próximo a zero na faixa dos 69 anos.

Quantos acompanham

Nunca
10%
Ás vezes/quase nunca
32%
Quase sempre/regularmente
30%
Sempre
28%

Dossiê Esporte


esporte4_46
Dossiê Esporte
 
 
O PIB do esporte tem aumentado a taxas acima do crescimento do PIB do país. Entre 2000 e 2005, o PIB esportivo saltou de 21, 7 milhões de reais para 37, 1 milhões - um aumento de 71%


Maturidade De maneira geral, a prática de todos os esportes diminui ao longo da idade, com exceção da caminhada, que cresce proporcionalmente ao envelhecimento. Certamente a explicação é o baixo impacto dessa modalidade no corpo, especialmente nas articulações. Um bom exemplo de trabalho com o público acima dos 60 anos é o do Serviço Social do Comércio (Sesc) de São Paulo. A entidade oferece esporte como atividade de tempo livre, mas com especial significado para os praticantes. "Entendemos o esporte como uma manifestação cultural contemporânea que tem compromissos com o desenvolvimento da cidadania e com a melhoria da qualidade de vida das pessoas", explica Olegário Machado Neto, gerente da unidade Vila Mariana, localizada na zona sul de São Paulo.

O público-alvo do Sesc, trabalhadores do comércio e de serviços, além de dependentes e a comunidade em geral, forma uma massa de cerca de 1, 3 milhão de pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos. "O pessoal acima dos 60 anos tem muito interesse em participar das nossas atividades e, cada vez mais, são presença constante nos programas oferecidos", afirma Machado Neto. O esporte atua como instrumento educativo para essa parcela da população, colocando-os novamente no centro de um cenário. "Com o esporte o pessoal da terceira idade faz novos amigos e muitos até participam de competições. "

O Sesc não trabalha com o esporte de alto rendimento. O foco das ações são as do esporte voltado para a inclusão social e a aprendizagem. "A idéia é criar a cidadania esportiva, ideal para as pessoas em geral", comenta Machado Neto. "As empresas privadas podem se dar ao luxo de trabalhar com demandas; nós temos de criar as demandas. " Um exemplo disso é a formação de uma turma para a prática dominical de badminton no Sesc Vila Mariana. Essa modalidade, pouco conhecida no Brasil, é uma prática de jogo parecida com o tênis, substituindo-se a bola por uma peteca. O gestor explica que a região tem muitos descendentes de orientais, que trazem a cultura de praticar esse esporte dos países de onde vieram suas famílias. Com isso, foi detectada a oportunidade para atrair essas pessoas com o esporte. O programa de badminton daquela unidade já tem mais de trezentos praticantes inscritos, com uma freqüência média de sessenta pessoas por fim de semana.

esporte5_46Os ídolos influem muito na preferência dos telespectadores. O automobilismo até hoje se beneficia dos grandes pilotos brasileiros

Pela TV Outra grande paixão do brasileiro é o esporte de "sofá", ou seja, ver a competição esportiva pela TV. A pesquisa abrange também o interesse da população pelo acompanhamento, por meio dos veículos de comunicação, das competições esportivas. Segundo números do Dossiê do Esporte, que mapeia os gostos, as preferências e os hábitos do entrevistado relacionados ao esporte, 28% dos brasileiros acompanham esportes sempre. Outros 30% revelam assistir a esse tipo de programa regularmente ou quase sempre. Às vezes ou raramente é a resposta de outros 32%. Somente 10% dizem que nunca vêem os jogos. Brasília e São Paulo são as praças com maior número de pessoas acompanhando esporte pela mídia com regularidade - 32%.

O Dossiê do Esporte constatou que a esmagadora maioria dos torcedores aposta na eterna preferência nacional, o futebol. Assim, 82% dos pesquisados acompanha sempre o mundo da "bola na rede"pela TV. Sendo que o percentual aumenta entre os homens:96% dos torcedores ante 89% das torcedoras - número que reflete o erro da frase "futebol é coisa de homem". Um contraponto importante é que 54% dos entrevistados afirmam que nunca freqüentam estádios de futebol e somente 2% dos que mantêm esse hábito aumentaram a assiduidade nos últimos tempos. O vôlei e o automobilismo seguem como os esportes que alcançam, em seguida, grande interesse na cobertura televisiva.

Aqui entra outro ponto abordado pela pesquisa, o fator ídolo. Muitos dos que ainda preferem o automobilismo citam os grandes brasileiros do esporte na categoria, Nelson Piquet, Ayrton Senna e Emerson Fittipaldi. Daina Ruttul comenta que a pesquisa apontou que essas personalidades do mundo dos esportes realmente ficam na memória do torcedor. "O ídolo passa a ser um exemplo na percepção das pessoas", diz. Há uma importância muito grande desses ídolos na formação da população. Ela dá como exemplo o caso do automobilismo: desde a morte de Ayrton Senna, há quase treze anos, o esporte caiu em produtividade de campeões e vitórias brasileiras, mas a audiência televisiva foi pouco prejudicada no mesmo período.

Mas o amor por um clube ou por um ídolo não se transforma, necessariamente, em prática esportiva. "Torcer por um clube pode levar à prática esportiva, mas não conseguimos obter dados que justifiquem essa afirmação; o maior incremento dos torcedores chamados de fanáticos é mesmo no acompanhamento midiático do esporte, especialmente do futebol", comenta Daina Ruttul.

Pioneiros Time de pesquisadores Lamartine DaCosta, professor da pós-graduação da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, e também membro do comitê de pesquisas do Comitê Olímpico Internacional (COI), mostra entusiasmo com a iniciativa do Dossiê Esporte. Ele é um dos pioneiros em mapear o esporte no Brasil, com o lançamento em 2005 do Atlas do Esporte no Brasil, uma publicação que surgiu do esforço coletivo de muitos pesquisadores espalhados pelo país. Sem parâmetros de comparação nem mesmo diálogo até então, o pesquisador manifesta alegria com algumas conclusões do trabalho da Ipsos Marplan que se mostram convergentes com o que vem sendo feito no Atlas.

Pedro Garcia, diretor de negócios da SporTV, empresa que fomentou a pesquisa na qual se baseia o Dossiê Esporte, concorda com o responsável pelo Atlas do Esporte no Brasil. Ele comenta que sempre sentiu a necessidade de mais informações sobre os gostos e as práticas do brasileiro na área esportiva, dados fundamentais para a geração de negócios e parcerias. "Para desenvolver o esporte no país, precisamos entender melhor como o público se relaciona com as práticas, que tipo de atividades prefere exercitar, o que gosta de ver", comenta.

DaCosta explica que o Atlas do Esporte no Brasil é um imenso banco de dados que segue um modelo único de produção em território nacional. Ou seja, o estudo é constantemente alimentado por uma rede de pessoas que ajudam a mapear as práticas esportivas em todo o Brasil. "Seguimos uma metodologia coletiva que permite uma gestão compartilhada do conhecimento", diz. Quando lançado, no final de 2004, eram cerca de 410 pessoas. Atualmente, são aproximadamente 1. 000 voluntários participando das várias equipes de pesquisadores que alimentam constantemente essa base de dados.

esporte6_46
O futebol é o esporte preferido dos homens, tanto como prática como para acompanhamento. A fase em que eles mais se dedicam à "paixão nacional" é entre os 10 e os 18 anos

Estagnação De lá para cá, a equipe de Da- Costa mantém a preocupação de não interpretar os dados dessa área como se fossem de um setor qualquer, já que é importante entender que determinada modalidade pode ter uma fase de crise e retomar o fôlego depois. Ele explica que, analisando historicamente, percebe-se que quase todas as modalidades cresceram no Brasil, mas boliche, futebol e basquete passam por um período de estagnação em quantidade de adeptos. Outro dado importante é que o número de clubes esportivos vem caindo ao longo dos anos. "A melhor forma de entender essas oscilações é verificando que os esportes são como produtos e modismos, variando em função da oferta e da clientela", explica.

Sem dúvida, já fomos o país unicamente do futebol, mas hoje existe uma variedade incrível de atividades esportivas sendo praticadas no Brasil. Além das modalidades tradicionais e recentes, há outras que são importantes em determinados nichos, como o handebol no universo escolar. Ou ainda o fato de que existem no país cerca de 50 milhões de bicicletas rodando por aí. Outro exemplo notável é o total de 1, 3 milhão de piscinas recreativas, soma superada somente pelos Estados Unidos.

DaCosta ainda lembra que o esporte é multiprofissional, mas tem um grupo que está mais vinculado a ele, que são os profissionais de educação física, medicina e mídia. Na educação física, ele lembra, há um crescimento impressionante no número de formados, já que esse grupo profissional praticamente dobra a cada três anos. Em 2001, eram 77 mil estudantes em faculdades de educação física. Atualmente, são cerca de 120 mil. "No Brasil, somente o turismo está à frente da educação física em crescimento de número de profissionais. "

Um programa citado pelo coordenador do Atlas como exemplar no incentivo ao esporte no Brasil é o Agita São Paulo. Criado pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o projeto visa acabar com o sedentarismo do paulistano e propõe a prática de 30 minutos de atividade física por dia, seja no cotidiano doméstico, seja ao ar livre, seja no trabalho. "O Agita São Paulo tem cifras de envolvimento de pessoas que são até superiores aos números da Europa Ocidental", conta DaCosta. Para ele, esse item, que é a prática esportiva pela qualidade de vida, é um ponto que ainda precisa ser mais bem estudado.

Nessa questão, ainda, uma pesquisa do Ministério da Saúde publicada em março deste ano mostra dados realmente alarmantes. O Vigitel Brasil 2006, trabalho realizado por meio de ligações telefônicas para cidadãos de todo o Brasil, concluiu que 29% dos adultos de todas as capitais brasileiras não praticam nenhuma atividade física em casa, no trabalho ou no lazer;43% estão acima do peso, 11% dos quais estão obesos. Ou seja, apesar de pequenas divergências entre as pesquisas, fica claro que é importante separar a paixão ativa pelos esportes da passiva (pelo consumo nas mídias), sendo esta última um caminho bastante rápido para o sedentarismo. Também não se pode concluir que todo sedentário terá problemas de peso.

O PIB do Brasil e o PIB do esporte brasileiro (em bilhões)

1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
em R$
Brasil
974
1, 101
1, 199
1, 346
1, 556
1, 769
1, 902
em R$
Esporte
18,6
21,7
23,7
26,4
26,4
34,1
37,1
% do PIB
Esporte
1,91
1,97
1,98
1,96
1,93
1,93
1,95
Dossiê Esporte

Economia Uma herança fundamental do esporte é o retorno em investimento que ele pode trazer para países, municípios e comunidades - essa é, por exemplo, a principal discussão a respeito dos Jogos Pan- Americanos do Rio de Janeiro, neste ano. Pesquisa do IBGE de 2003 mostra que os recursos aplicados na função de desporto e lazer têm aumentado na última década. Nesse período, o crescimento foi próximo dos 20%. O Dossiê Esporte também mostra que o esporte é um grande empregador: em 2004, o número de empregos diretos e indiretos gerados pelo esporte era de 1, 174 milhão. E a massa salarial diretamente originada pelo esporte totalizou 71, 29 milhões de reais em 2005.

Outro dado importante é que o PIB do esporte tem aumentado, inclusive em taxas acima do crescimento do PIB do país. Em 2000, o PIB brasileiro ligado ao esporte foi de 21, 7 milhões de reais. Em 2005, o número foi para 37, 1 milhões de reais (leia tabela acima). Um crescimento de quase 71% em cinco anos. Apenas de impostos, o valor repassado ao governo pelas modalidades esportivas cresceu de 5, 39% do PIB para 9, 27% no mesmo período.

Com o Pan-Americano se aproximando, a questão sobre a importância e o legado do esporte para o Brasil se torna mais urgente na pauta do país. Como membro do grupo de pesquisas do COI, DaCosta está acompanhando de perto as novas tendências para a montagem dos grandes eventos. Por isso mesmo, ele comenta que não há mais dúvida sobre a importância deles para os países em que serão realizados, exceto quando eles são mal administrados. "É provável que o Pan-Americano do Rio tenha dificuldades em dar o retorno previsto", diz. Segundo ele, houve muita briga entre as diferentes instâncias de governo no começo dos trabalhos. "Para deixar um legado, é fundamental fazer um evento de maneira que se trasnforme o país que o está sediando, principalmente a localidade central. O evento precisa ser tratado como uma alavanca para o desenvolvimento social. "

"Atualmente, o COI está se baseando nessas premissas para apoiar novos eventos", diz. A dúvida sobre o Pan vem do fato de que as obras mais importantes para essa herança local não foram feitas, como a despoluição da Baía da Guanabara e a linha de metrô que seria estendida até a Barra da Tijuca, sede dos jogos. O pesquisador não tem dúvida quanto ao apelo que o evento terá na população, mas lamenta a perda de oportunidade dos gestores. "Associar o esporte à qualidade de vida é a última tendência no assunto, mas nesse quesito o Pan deve ficar devendo", reforça.

Saiba mais:

Dossiê Esporte
http://globosat. globo. com/sportv/hotsite/dossie
/dossie_esporte. htm

Atlas do Esporte Brasileiro
http://www. atlasesportebrasil. org. br/

IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros / Esporte
http://portal. esporte. gov. br/arquivos/censo_esporte2003. pdf

Vigitel 2006 - Estudo sobre doenças crônicas
http://portalweb05. saude. gov. br/portal/arquivos/pdf/
relatorio_vigitel_2006_marco_2007. pdf

 
Copyright © 2007 - DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação sem autorização.
Revista Desafios do Desenvolvimento - SBS, Quadra 01, Edifício BNDES, sala 1515 - Brasília - DF - Fone: (61) 2026-5334