resep nasi kuning resep ayam bakar resep puding coklat resep nasi goreng resep kue nastar resep bolu kukus resep puding brownies resep brownies kukus resep kue lapis resep opor ayam bumbu sate kue bolu cara membuat bakso cara membuat es krim resep rendang resep pancake resep ayam goreng resep ikan bakar cara membuat risoles
Quem te ensinou a pescar? - Programa de Manejo de pescadores da Amazônia alia sustentabilidade a maiores rendimentos, protegendo e preservando a pesca do Pirarucu.

Programa de Manejo de pescadores da Amazônia alia sustentabilidade a maiores rendimentos, protegendo e preservando a pesca do Pirarucu, uma das maiores riquezas da região

O setor de pesca no Brasil fatura cerca de R$ 3,6 bilhões ao ano, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de 2007. A pesca marinha é responsável por 70% a 80% da atividade no país, o restante é realizado em águas continentais, como é o caso das comunidades do entorno da cidade de Tefé, no Amazonas, há 523 km de Manaus. A preocupação com a pesca predatória teve início nos anos 1970, quando houve uma diminuição significativa de peixes como a sardinha, por exemplo. Desde então, governo e comunidade científica buscam formas menos agressivas de explorar os recursos pesqueiros do país. O Projeto de Manejo Comunitário de Mamirauá é um exemplo de como é possível aliar pesca sustentável ao aumento de rendimento dos pescadores.

Vencedora do 3º prêmio de Objetivos de Desenvolvimento Milênio (ODM), a colônia de pescadores de Tefé realiza uma pesca sustentável de forma cooperada, em que todos ganham ao preservar e respeitar o meio ambiente do bioma onde vivem. O Programa de Manejo Comunitário da região foi desenvolvido pelo Instituo Mamirauá - Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, criada em 1990 pelo governo do Estado do Amazonas. Tem como principal objetivo restringir a exploração do pirarucu Arapaima gigas, espécie de maior importância para as comunidades pesqueiras de lagos e rios da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM).

O pirarucu foi a primeira espécie de peixe amazônico a apresentar sinais de sobreexploração. A diminuição significativa da captura começou a ser percebida ao longo da década de 1970, quando a espécie tornou-se comercialmente extinta próximo às grandes cidades e, em algumas áreas, desapareceu completamente. Segundo o técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Paulo Viana, que participou do Programa de Manejo, as colônias de pescadores não respeitavam as restrições de pesca do Pirarucu impostas pelo Ibama/AM. "Como essa espécie era responsável pela maior geração de renda daquela região, pescadores capturavam o pirarucu independente do tamanho ou do período do ano. De acordo com as normas legais, o peixe deveria ser pego apenas com um metro e meio de comprimento e entre agosto e novembro de cada ano", explicou Viana.

As comunidades da região da RDSM foram muito resistentes ao Programa iniciado em 1999. Os técnicos incentivavam os pescadores a explorar espécies alternativas - chamadas de miúdas - para que o pirarucu deixasse de ser explorado por seis anos. No entanto, a pesca de outros peixes não compensava comercialmente para os pescadores. A solução encontrada pelo Instituto Mamirauá foi solicitar junto ao Ibama que as comunidades explorassem 30% dos peixes adultos existentes na região, durante os meses permitidos. Curiosamente, o volume de peixes capturados nos meses permitidos do ano é relativamente maior ao volume dos pescados o ano todo.

O que mais contribuiu para que o sistema de pesca sustentável funcionasse na área da Reserva de Mamirauá foi o processo de pesca coletiva, no qual os associados da colônia trabalham conjuntamente na pesca, vigília, beneficiamento e comercialização do pescado. Atualmente, os pescadores revezam-se o ano inteiro para fazer vigília nas áreas da Reserva que podem ser exploradas. Além disso, a pesca coletiva permite melhores preços na hora de vender os peixes, já que há uma escala maior do produto na comercialização. Para participar da associação de pesca, os moradores da região têm que assinar um acordo que evidencia as regras de manejo sustentável do pescado. A Colônia de Pescadores, depois de organizar-se formalmente, inicia um trabalho de conscientização e educação ambiental com as famílias e com os próprios pescadores, utilizando, inclusive, um programa de rádio semanal.

Aliando tradição à pesca sustentável, as comunidades da Reserva de Mamirauá deixaram de pescar os bodecos, como são chamados os peixes com tamanho inferior ao permitido para pesca. Hoje as espécies da região não correm mais risco de extinção e o volume de peixes para pesca aumenta a cada ano.

 
Copyright © 2007 - DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação sem autorização.
Revista Desafios do Desenvolvimento - SBS, Quadra 01, Edifício BNDES, sala 1515 - Brasília - DF - Fone: (61) 2026-5334