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Intérpretes e protagonistas da história econômica brasileira

2005. Ano 2 . Edição 6 - 1/1/2005

Paulo Roberto de Almeida

Poucos são os livros que, no momento de sua publicação, podem ostentar, de imediato, a classificação de "clássico" ou mesmo de "indispensável". No terreno da teoria econômica, e particularmente no das políticas econômicas, livros costumam ser tão efêmeros quanto as políticas e as circunstâncias históricas que os viram nascer. No que se refere à história e às políticas econômicas da era republicana no Brasil, um exemplo de clássico é a coletânea organizada por Marcelo de Paiva Abreu para sintetizar os primeiros cem anos de experimentos levados a cabo pelos mais distintos regimes políticos: A Ordem do Progresso.

Economia Brasileira Contemporânea é, igualmente, um livro que já nasce clássico, não apenas porque complementa e amplia a discussão iniciada com aquela coletânea publicada em 1989, mas porque descreve e analisa, com rara maestria, o itinerário econômico do Brasil contemporâneo e seus principais problemas: a luta pela estabilidade, o desafio do crescimento sustentado e do desenvolvimento, a restrição externa e a dependência financeira, os problemas da pobreza, da desigualdade distributiva e da baixa qualificação educacional da população brasileira. Isso se deve ao fato de que não apenas os organizadores possuem competência acadêmica, experiência prática e faro político, mas também souberam cercar-se dos melhores nomes. Registre-se que realizaram a proeza, tanto intelectual quanto prática, de reunir dois inimigos da história econômica recente, Antonio Delfim Netto e Gustavo Franco.

O texto de Delfim analisa a evolução da economia brasileira entre 1947 e 2003, com ênfase no processo de desenvolvimento e sua principal restrição: as crises de balanço de pagamentos. Gustavo Franco segue o itinerário da luta contra a inflação e chega ao Plano Real, do qual foi um dos principais formuladores e administradores, até sair no episódio da passagem para o regime de flutuação cambial, em janeiro de 1999. Outros autores comparecem com temas relevantes, como a restrição de poupança (Edward Amadeo e Fernando Montero), as causas do crescimento econômico (Regis Bonelli), seu financiamento (Rogério Studart), a desigualdade distributiva (Lauro Ramos e Rosane Mendonça) e a terrível escassez de educação (Sergio Guimarães Ferreira e Fernando Veloso).

Esses são os eixos temáticos dessa obra verdadeiramente indispensável, mas eles constituem apenas a segunda parte do livro, pois a primeira está dedicada a oferecer, sob responsabilidade dos próprios organizadores (com a colaboração de Sérgio Besserman Vianna), uma visão panorâmica e abrangente de todo o desenvolvimento da economia e da política econômica brasileira entre 1945 e a atualidade. O grande mérito desse livro sobre outras coletâneas, situa-se na combinação do material histórico, de enfoque propriamente cronológico, com a discussão pormenorizada oferecida nos capítulos temáticos.

A obra não se dirige em primeiro lugar aos economistas profissionais, mas fundamentalmente aos estudantes universitários. Também deve interessar ao cidadão comum que busca entender não só as raízes da presente situação - um notável desempenho industrial, um pujante agronegócio, ao lado das mazelas sociais conhecidas e de persistentes desequilíbrios macroeconômicos, seja no plano fiscal e da dívida interna, seja ainda na vilipendiada "dependência financeira externa" - como as causas de nosso frustrante fracasso em alcançar os países de maior desenvolvimento relativo.

 
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