Capitalismo para céticos |
2005. Ano 2 . Edição 8 - 1/3/2005 por Paulo Roberto de Almeida Oque o grupo de rock Capital Inicial, O Capital, de Karl Marx, e a revista CartaCapital têm em comum? Todos se opõem, ao menos intelectualmente, ao capitalismo, ainda que dele não possam prescindir. O mesmo talvez deva ser dito dessa coletânea. O Brasil é um excelente mercado para os críticos do capitalismo, para os censores do FMI, para os opositores da globalização. Esse livro prova a tese. O pessimismo é de regra: precarização das relações de trabalho, mal-estar da globalização, impossibilidade de alcançar patamares altos de desenvolvimento, miopia liberal-conservadora, máscaras do imperialismo, tragédias ciclópicas rondando os incautos da periferia. Pode ser divertido ler, mas é duvidoso pretender que são "insucessos" as "atuais políticas inspiradas no liberalismo econômico". Teriam sido bem-sucedidas as políticas inspiradas no dirigismo econômico? Também é irônico ler sobre a "fúria reformista dos liberais", prova indireta de que os revolucionários, hoje, são os capitalistas, já que a esquerda acadêmica, saudosista do keynesianismo, parece ter se tornado irremediavelmente conservadora. |