Entre a economia e a ecologia |
2005. Ano 2 . Edição 9 - 1/4/2005 Ottoni Fernandes Jr.
O desenvolvimento sustentável deve ser a utopia do século XXI, mas é preciso qualificar o conceito, ainda trabalhado de maneira ingênua e fundamentalista. Essa é a mensagem principal do último livro de José Eli da Veiga, professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. O cuidado é necessário. Muitos consideram que sustentável é o mesmo que firme ou durável. O conceito é muito mais complexo, pois "existe uma contradição entre a lógica do desenvolvimento econômico e a reprodução da biosfera", adverte Veiga, que estuda a relação entre economia e meio ambiente há 30 anos. Seu livro mostra como o conceito de crescimento, medido pela renda per capita, evoluiu para o de desenvolvimento, incorporando dimensões como qualidade de vida, saúde e educação. Avalia a literatura que explica a disparidade de desenvolvimento entre as nações. Mostra como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é limitado por trabalhar com médias aritméticas. E diz que o conceito de sustentabilidade não está definido com exatidão, "pois ainda engatinha o conhecimento científico sobre a conexão entre fenômenos humanos e ecologia". |