2005. Ano 2 . Edição 13 - 1/8/2005

Marina Nery

Subir na pirâmide social brasileira pode até ser possível, mas não é para qualquer um. A esfera da pobreza, por exemplo, tem endereço certo: crianças e jovens, índios, negros, os que não migraram, desempregados e trabalhadores empregados nas áreas rurais ou no setor informal. O livro resulta de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Banco Mundial. Estuda esses grupos, que têm menor mobilidade, e procura detectar qual a percepção dos brasileiros sobre a desigualdade. É um trabalho multidisciplinar e conta com a participação de um grupo diversificado de autores brasileiros. No livro são analisados os últimos 20 anos da dinâmica da renda no Brasil. Também, são feitas recomendações para a elaboração de políticas públicas que alterem a situação atual de diferenças sociais.

O Brasil conta com o pior dos cenários nesse campo: alta desigualdade e baixa mobilidade. O estudo aponta, em números e análises, o retrato de uma sociedade organizada em classes bem demarcadas, com certo grau de fluidez dentro de cada uma delas, mas com significativa rigidez quando se trata de cruzar fronteiras.