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A diplomacia vista da academia

2005. Ano 2 . Edição 14 - 1/9/2005

por Paulo Roberto de Almeida

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Política Externa Brasileira
Henrique Altemani de Oliveira
Editora Saraiva, 2005, 292 p., R$ 46,00

Os cursos de relações internacionais têm apresentado, no Brasil, um crescimento exponencial, empurrados pela globalização, o que lhes dá certo charme intelectual, mas embalados, também, pelo movimento antiglobalizador, o que garante espaço na mídia. A febre provocou o surgimento de bons livros, entre os quais se destaca Política Externa Brasileira, do coordenador de pós-graduação em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Henrique Altemani. Trata-se de um pequeno grande livro, pois que em menos de 300 páginas, consegue a proeza de resumir mais de um século de política externa republicana. Trata-se de obra essencialmente didática. Depois de um capítulo introdutório sobre o conceito de política externa, os sete capítulos sucessivos abordam as diversas etapas históricas de desenvolvimento da política externa brasileira.

O autor exibe pleno domínio dos temas e problemas da diplomacia brasileira em cada época, mas o excesso de transcrições de outros estudiosos pode deixar a impressão de alguma hesitação em expor os próprios argumentos ou em fazer julgamentos sobre os aspectos positivos ou negativos das grandes escolhas estratégicas feitas em momentos cruciais das nossas relações exteriores. A discussão sobre os elementos de mudança ou as características de permanência da política externa brasileira, por exemplo, ocorre duas vezes no decorrer do livro, no contexto da redemocratização dos anos 80 - que não alterou substancialmente os fundamentos da política externa - e na recente fase de liberalização econômica da era Collor-Fernando Henrique Cardoso, quando ocorre certo afastamento do perfil terceiro-mundista da nossa diplomacia e aumenta a ênfase na integração sub-regional. Ainda assim, Altemani considera que os traços principais da política externa brasileira foram mantidos, mesmo se com matizes diferenciados em relação aos primeiros exercícios de "política externa independente" (dos governos Quadros-Goulart).

Embora alguns autores citados por Altemani indiquem a subserviência do governo Collor aos ditames dos Estados Unidos, ele apresenta o consenso em vários outros estudiosos de que "o país necessitava efetivar determinados ajustes no seu processo de inserção, tendo em vista tanto as mudanças estruturais (em termos de alterações no sistema internacional) quanto as conjunturais". Na fase mais recente, alguns acadêmicos citados pelo autor preferem condenar a política externa dos anos FHC como "alinhada" ou constituída mais de retórica do que de substância, num suposto contraste com a ofensiva regional e terceiro-mundista do governo que lhe sucedeu, que seria "desenvolvimentista" em lugar de "subserviente". Altemani confirma, contudo, que as grandes linhas da diplomacia brasileira têm sido preservadas em sua substância, com inevitáveis adaptações de estilo, e representam "expectativas e estratégias em desenvolvimento nos governos anteriores".

 
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