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Livros e Publicações

2006. Ano 3 . Edição 27 - 5/10/2006

Eliana Giannella Simonetti

O leitor conhece a Feira do Troca, que ocorre semestralmente na pequenina cidade de Olhos d'Água, localizada no coração goiano? Sabe que existe, em Salvador, na Bahia, desde 1998, o Mercado Cultural, uma feira de produção autoral independente que reúne mais de 1, 5 mil artistas e milhares de visitantes? E o Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga, 109 quilômetros distante de Fortaleza, no Ceará? Pois em 2005 turistas que foram vêlo deixaram 3 milhões de reais na cidade. Economia da cultura e desenvolvimento sustentável - O Caleidoscópio da cultura, de Ana Carla Fonseca Reis, lançado em outubro pela Editora Manole, com o apoio do Instituto Pensarte, conta casos assim, curiosos, desconhecidos da maioria dos brasileiros. Compõe um texto saboroso que, em alguns pontos, assume o seguinte tom: “Quem já teve o privilégio de visitar cidades de nomes tão singelos como Pedralva (Minas Gerais), Alta Floresta (Mato Grosso) e Salgado de São Félix (Paraíba), irá de algum modo reviver essa experiência. Quem nunca passou por lá terá o deleite de conhecê- las. Essas comunidades e mais de uma centena de outras estão representadas na Casa da Vila, uma loja de artesanato brasileiro instalada em uma das poucas construções originais da década de 1920 ainda existentes no bairro paulistano da Vila Mariana. Nesse sobrado de cômodos espaçosos, o pinho-de-riga é pano de fundo de tapetes e móveis feitos à mão; e o papel de parede inglês emoldura uma constelação de O produtos elaborados com matérias-primas de ecossistemas regionais. A visita à São Paulo da época, cujos hábitos e organização familiar são refletidos na distribuição dos ambientes, é complementada por uma viagem às tradições e técnicas de produção cultural do Brasil. . . ”A reprodução se interrompe aqui para não roubar ao leitor o gostinho da obra completa.

Bem, mas se o primeiro parágrafo deste texto deixou a impressão de que se trata, aqui, de um livro informal, por assim dizer, atenção: essa é só uma de suas faces. A autora é administradora pública e economista; trabalhou quinze anos com marketing e comunicações, em empresas multinacionais, na América Latina, em Londres e Milão; e atualmente, entre outras atividades, é consultora especial em Economia Criativa da Organização das Nações Unidas (ONU) e curadora da conferência Creative Clusters, do Reino Unido. Foi uma das autoras de Teorias de Gestão - de Taylor a nossos dias (1997) e escreveu Marketing Cultural e Financiamento da Cultura (2002). Sua obra é a primeira publicação brasileira a tecer um estudo abrangente sobre uma área pouco explorada e na qual o Brasil tem potencial de sobra: a economia ou indústria cultural. Traz definições teóricas, estatísticas, análises bibliográficas, citações - tudo o que compõe um trabalho de formato acadêmico. Contempla, também, aspectos práticos, como estratégias empresariais e políticas públicas. Pode, ainda, ser lida como um manual para o melhor aproveitamento de oportunidades de negócios no âmbito da indústria cultural.

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Economia da cultura e desenvolvimento sustentável - O Caleidoscópio da cultura
Ana Carla Fonseca Reis Editora Manole, 2006, 385p. , R$ 60, 00

 

 

 

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Quem imagina que as parcerias público- privadas (PPPs) sejam uma modernidade faria bem em revisar sua lição de história. Elas começaram mais de um século atrás, em pleno império, como solução à crônica falta de capitais no Brasil para obras de grande porte. E persistiram durante a Velha República. Percival Farquhar foi, segundo Gauld, o “maior vulto americano da história do Brasil”, demonizado pelos nacionalistas, incompreendido pelos políticos, hostilizado pelos xenófobos e nada conhecido pelos atuais promotores das PPPs. Nos países vizinhos, ele seria chamado de gringo explorador. No Brasil, foi respeitado no início de seus muitos investimentos em obras públicas e empreendimentos extrativistas, passou a ser temido quando adquiriu as dimensões de um Mauá estrangeiro e foi impiedosamente expropriado ao longo da era Vargas. Poucos sabem que a Vale do Rio Doce começou pelas suas mãos: a Itabira Iron Ore Company, que, aliás, já existia antes de ele adquiri-la, em 1919. A Vale, a Acesita, a Ports of Pará - construída para exportar a borracha da Amazônia e que começou a funcionar no momento mesmo da crise trazida pela concorrência da Malásia, em 1913 - e várias outras companhias fundadas por Farquhar foram nacionalizadas no decorrer da dura batalha que ele travou contra os demolidores do formidável império econômico que foi construindo a partir de 1904.

A despeito do tom laudatório, Gauld reconstrói, além do itinerário desse imperialista exemplar, vários capítulos de nossa história econômica: quase não há setores - que os militares chamariam de “estratégicos” - em que ele não tenha colocado os capitais de seus associados estrangeiros: bondes, ferrovias, navegação, portos, hidrelétricas, pecuária, processamento de carne, agricultura e silvicultura, extração mineral, indústrias de papel e siderurgia. Como Mauá, ele enfrentou inúmeros problemas, a maior parte vinda do próprio Estado brasileiro, mesmo tendo praticado a arte (não inusitada) de “comprar”deputados e jornalistas para defender os seus interesses. Imperialista bizarro, Farquhar apreciava mais o risco do investimento do que a cor do dinheiro; foi um verdadeiro pioneiro, como seus ancestrais quacres, podendo até ser equiparado, sem nenhum exagero, aos nossos bandeirantes.

“Os brasileiros”, disse uma vez Farquhar, “chamaram minha atenção pela rapidez de raciocínio, embora estejam igualmente prontos a chegar a conclusões apressadas. ” Em 1906, ele já se queixava da “constante flutuação da taxa de câmbio”e, no final da vida, em 1952, registrava a “vã manifestação de esperança”, mantida durante meio século, de que algum dirigente corrigisse a “instável economia do Brasil, em perpétua inflação”. A obra reflete o momento em que foi escrita (1962), quando os EUA consideravam que o Brasil corria o risco de tornarse uma “grande Cuba”. Gauld não esconde uma incontida admiração pelo seu herói e certa impaciência com os nacionalistas brasileiros. Os editores e a tradutora estão de parabéns pela corajosa iniciativa de publicar essa obra esquecida.

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O Futuro Chegou - Instituições e Desenvolvimento no Brasil Maílson da Nóbrega Editora Globo, 2005, 400 p. , R$ 45,00

 

 

 

 

O esqueleto chinês

Carlos Campos Neto

A infra-estrutura é uma face da economia chinesa nem sempre valorizada. Os recursos inicialmente aplicados no litoral para instalação das Zonas Econômicas Especiais (ZEE's) permitiram transferências para o interior, criando uma economia continental integrada e inserida no contexto mundial. O geógrafo Elias Jabbour visitou e estudou as três maiores obras de infra-estrutura do mundo atual: a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas, o Gasoduto Oeste-Leste (Xinjiang-Xangai) e a ferrovia Qinghai-Tibet. Outras são apresentadas em detalhes.

As idéias de Ignácio Rangel sobre os mecanismos de desenvolvimento econômico ajudaram o autor a decifrar seu tema. Elias Jabbour demonstra que na China os meios de aceleração da acumulação de riqueza social criados pelo capitalismo são administrados de forma planejada pelo Estado. O planejamento combina controle flexível e pragmático dos principais instrumentos de acumulação, como sistemas de crédito, câmbio e finanças; descentralização administrativa; e competição no mercado de bens. Há políticas industriais e normas destinadas a favorecer a formação de grandes conglomerados nacionais, freqüentemente em associação com empresas estrangeiras, na busca de apropriação tecnológica.

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China - Infra-estruturas e crescimento econômico
Elias Jabbour Editora Anita Garibaldi, 2006, 256 p. , R$ 30, 00

 

 

 

 

 

 

 

 
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