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Livros e publicações

2007 . Ano 4 . Edição 36 - 10/10/2007

rd36sec03img01Dinastias: esplendores e infortúnios das grandes famílias empresariais
David Landes Editora Elsevier, 2007, 373 páginas, R$ 75,00

 

 

 

 

 

Aristocracia empresarial

Paulo Roberto de Almeida

Elites são invejadas e, não raro, avaliadas depreciativamente,o que é paradoxal. A despeito do preconceito freqüentemente exibido por alguns donos do poder, o Brasil tem muito a se orgulhar de velhas famílias que estão na origem do capitalismo nacional. Foram empreendedores familiares os que, em grande medida, construíram empresas bem-sucedidas, que ganharam o respeito internacional e que, hoje,suscitam a admiração e a cobiça dos novos membros da nomenklatura e de velhos políticos fisiológicos. São elas que produzem a riqueza que alimenta oficialmente os cofres públicos e, oficiosamente, os cofres desses "sócios" indesejáveis.

David Landes, conhecido por duas outras obras - Prometeu Desacorrentado e A Riqueza e a Pobreza das Nações -, retraça a história dos maiores empreendimentos familiares, do século XVIII à atualidade, em três campos de atividade: a intermediação bancária, teatro de grandes ganhos, mas também de desastres monumentais; a indústria automobilística, que ainda define, com o petróleo,nossa civilização industrial; e os "tesouros da terra" - os barões do petróleo e da siderurgia. São doze dinastias, que nada ficam a dever, ao menos em termos de riqueza e prestígio - apenas, talvez, com um pouco menos de charme e poder -, às famílias monárquicas de tradições seculares.

Quem são? Os Barings, os Rothchilds e os Morgans, para a atividade bancária; Ford, Agnelli, Peugeot, Renault, Citroën e Toyoda, para os veículos; e os Rockefellers, os Guggenheims, os Schulemberger e os Wendels, para os "frutos da terra".

Ainda que muitos acreditem que empresas familiares sejam inerentemente instáveis, que elas acabam acumulando prejuízos e entrando em crise,em virtude da saga tortuosa que parece acometer a maioria - segundo o roteiro do avô empreendedor, que faz do filho um milionário, e o neto incompetente que dilapida o patrimônio familiar -, o fato é que a maioria das empresas no mundo atual ainda é de base familiar. A moderna teoria da administração pretende que negócios bem geridos, hoje em dia, são essencialmente de natureza corporativa, com direção profissional e executivos bem pagos, focados exclusivamente nos resultados do trimestre, em vez de caprichos familiares que consomem lucros e diminuem as possibilidades de investimentos inovadores, dado o conservadorismo inerente a descendentes acomodados no sucesso da geração anterior. Landes demonstra, com base não apenas na reconstituição da trajetória de "suas" dinastias, mas também em dados objetivos de balanços,que não é bem assim: empresas familiares podem ser tão bem geridas e inovadoras quanto as grandes corporações. Estruturas gerenciadas podem esconder fabulosas fraudes, como o caso da Enron ainda o demonstrou recentemente.

Começando pelos Barings, Landes retraça sucessos e fracassos das doze dinastias. Nem sempre foi fácil o acesso às fontes. Um biógrafo dos Agnelli, um jornalista inglês do Financial Times, relata, por exemplo, que foi hostilizado pela família: ela o chamou de "neocolonialista, racista, agente do Mossad, assecla da extrema-direita do Pentágono". Com Landes não chegaram a tanto: algumas o convidaram para suntuosos almoços em castelos franceses. Certos fundadores enganaram despudoradamente acionistas minoritários, outros ficaram conhecidos como "barões ladrões" e alguns ramos desapareceram na voragem da globalização, como a família Baring, que "acabou sufocada pelo próprio sucesso". Cento e setenta anos depois de ter realizado o maior lucro já obtido em uma única operação - US$ 150 milhões,em valores de hoje - e após ter sido salvo pelo Bank of  England, ao custo atual de US$ 1 bilhão,graças às suas conexões políticas, o banco Baring soçobrou, vítima de um desses garotos que especulam com derivativos: foi vendido por uma libra a uma companhia de seguros holandesa. Uma dinastia a menos...

Qualquer que seja o futuro das dinastias remanescentes, o mundo, segundo Landes, precisa do capitalismo familiar. Caçadores de fortunas também...

Brasil e Argentina: reincidentes no erro?

Paulo Roberto de Almeida

Os autores simbolizam a história dramática dos dois maiores países da América do Sul:vindos da esquerda e da luta pelo socialismo, se naturalizaram no país que os abrigou de uma terrível ditadura. Estão, portanto, preparados para analisar a trajetória do Brasil e da Argentina no contexto das democracias de mercado. A descoberta de realidades políticas similares, ainda que sob roupagens distintas, e o comparatismo inevitável que esse tipo de situação cria permitiram-lhes constatar como os mesmos diagnósticos equivocados feitos por lideranças políticas, lá e aqui, redundam em perda de oportunidades de inserção no atual mundo globalizado.

Roberto Campos costumava dizer que o Brasil é um país que não perde a oportunidade de perder oportunidades. Nessa competição, a Argentina ganha do Brasil: a sua trajetória em direção à decadência foi mais profunda.No caso do Brasil, pode-se aplicar o dito de Mário de Andrade: "Progredir, progredimos um tiquinho, que o progresso também é uma fatalidade".

O fato é que, a despeito de uma história singular, que corre em trilhas próprias, Brasil e Argentina reproduzem equívocos similares de políticas públicas cometidos por diferentes regimes políticos ao longo do século XX: a maior parte dos problemas deriva de erros de gestão macroeconômica e de escolhas infelizes das elites nas respostas aos desafios internos e externos.

O livro discute as novas condições da economia global e os padrões atuais de organização política, que os autores chamam de "hegemonia das democracias de mercado". Eles constatam como são anacrônicas as demandas de militantes de causas equivocadas, com slogans retirados de um já mundo desaparecido nas dobras da história - como os conceitos de "dependência" ou de -antiimperialismo" -, e que insistem em defender causas que não são mais de vanguarda, sequer progressistas.

A oposição a reformas que permitiriam inserir mais rapidamente os países da América Latina nas correntes dinâmicas da globalização - reformas política, previdenciária, trabalhista, tributária, sindical ou educacional - não é conservadora; ela é reacionária, em vista dos imensos problemas acumulados em áreas que têm a ver com as perspectivas de emprego, renda e oportunidades de ascensão social de imensas massas ainda hoje excluídas de qualquer possibilidade de inserção produtiva.

Os autores confessam sua decepção com os intelectuais que exibem um agudo senso de anticapitalismo, o que os faz cúmplices objetivos das piores barbaridades cometidas contra os direitos humanos e a democracia, como em certa ilha,por exemplo. Na América Latina, a insistência em velhas soluções, a repetição dos erros do passado,a tendência a encontrar bodes expiatórios no exterior e a alimentar teorias conspiratórias sobre as razões do fracasso local são tão mais surpreendentes quando estão disponíveis boas análises sobre as razões da trajetória errática e da miopia das elites.Este livro constitui um bom diagnóstico e um excelente antídoto intelectual.

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 Negócios com o Japão, Coréia do Sul e China - Economia, gestão e relações com o Brasil
Gilmar Masiero
Editora Saraiva, 2007, 356 páginas, R$ 68,00

 

 

 

 

 

 

Desvendando os negócios do outro lado do mundo

Luciana Acioly da Silva
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De autoria do professor Gilmar Masiero, o livro lançado pela editora Saraiva chega em boa hora. Frente à intensificação das relações do Brasil com os países asiáticos e diante da escassa literatura no país sobre o tema,levanta pontos importantes para aqueles que querem conhecer os países que alcançaram sucesso econômico e desejam desvendar seus caminhos e/ou fazer negócios com eles.

Trata-se de uma análise dos principais aspectos do desenvolvimento econômico do Japão, Coréia do Sul e China, a partir de uma visão abrangente desses processos, passando pela discussão das características de seus sistemas gerenciais e pelas relações diplomáticas e de comércio e investimento do Brasil com aquelas três economias.

Ao se mergulhar no texto, nota-se que, quanto ao método, ele foi organizado ?do todo para a parte?.O tema,apesar de sua complexidade, é colocado dentro de uma moldura em que a apresentação das peculiaridades não sacrifica a compreensão geral. O livro tem sua estrutura argumentativa distribuída em três partes: nos três primeiros capítulos, são traçadas as principais linhas do desenvolvimento econômico do Japão,Coréia do Sul e China, centrando em aspectos importantes da construção de seus sistemas industriais e financeiros, das reformas, das questões políticas e ideológicas e das dimensões culturais.

O autor mostra com muita propriedade que as empresas japonesas, por exemplo,têm liderado o desenvolvimento econômico no Leste Asiático e que os grandes grupos empresariais de hoje (também os coreanos) nasceram à sombra de fortes políticas governamentais. No caso da China, sua expansão econômica vem sendo permeada de uma cuidadosa política cambial e de uma reforma financeira que colocou as finanças a serviço da produção.

Já os capítulos 4, 5 e 6 descrevem as características gerais e particulares de cada um dos sistemas gerenciais das empresas dos três países, que estão longe do modelo ocidental de administração de empresas ilustrado pelo "sonho americano" de mobilidade.Naqueles sistemas produtivos, a importância do Estado, da idéia de grupo, família e cooperação só encontram amparo em sociedades não totalmente permeadas por valores individualistas e onde a "vergonha" regula a conduta social. Por fim, no capítulo 8, o professor Masiero faz a pergunta que não quer calar: "O que fazer para o Brasil voltar a crescer economicamente"?. Vale a pena conferir a lista dos itens -pró-crescimento" observada pelos países asiáticos.

O livro apresenta não apenas a economia daqueles países e a organização de suas empresas, mas também enriquece muito o tema ao colocar aspectos pouco conhecidos do "lado de cá" relacionados às dimensões políticas, sociológicas e culturais dos mesmos e que, diga-se de passagem, são essenciais para compreendermos a lógica oriental de crescer e de fazer negócios.

rd36sec03img02O Brasil nas Nações Unidas, 1946-2006
Luiz Felipe de Seixas Corrêa (organizador)
Funag, 2007, 768 páginas, R$ 62,00 
Abrindo as Assembléias

 

 

 

 

 

Abrindo as Assembléias

Paulo Roberto de Almeida

Reedição, revista e sensivelmente ampliada, da coleção de pronunciamentos feitos pelo Brasil na abertura de cada Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), já coletados previamente, até 1995, no livro A Palavra do Brasil nas Nações Unidas. O embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa teve o cuidado de recolocar no contexto histórico essas exposições sobre a postura do Brasil no cenário internacional, examinando as circunstâncias que presidiram a tomada de certas posições. De uma forma geral, os discursos permitem ao pesquisador acompanhar a evolução do pensamento oficial em temas de grande relevância na agenda mundial.

Muitos temas são previsíveis: reforma da Carta, ingresso do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas, prioridade latino-americana seguida da opção preferencial pela América do Sul, integração regional e apego ao multilateralismo e à solução pacífica de controvérsias. Algumas diferenças transparecem, como as menções às crises financeiras e à globalização, nos governos Fernando Henrique Cardoso, e a ênfase na justiça social e na correção das desigualdades, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 
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