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Livros e publicações

2009 . Ano 6 . Edição 51 - 07/06/2009

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A crise e a globalização
GJ. Carlos de Assis
Editora MECS - 188 páginas - R$ 30,00
A crise da globalização

Ben Bernanke, presidente do banco central norte-americano, identificou como raiz da crise financeira mundial os desequilíbrios no comércio e nos fluxos de capital mundiais, refletindo um excesso de poupança em relação aos investimentos em uns (Ásia, principalmente) e a uma insuficiência de poupança em relação aos investimentos em outros (Estados Unidos e Europa). No entanto, esses desequilíbrios poderiam perfeitamente durar algum tempo mais e eventualmente serem eliminados sem a explosão ocorrida no sistema financeiro.

A raiz da crise é o descolamento entre a esfera produtiva e de financiamento da economia real e a esfera financeira especulativa. Este é o enfoque do livro A Crise da Globalização (Editora MECS), do economista J. Carlos de Assis. Percepção que surgiu antes mesmo da quebra do Lehman Brothers, quando Assis verificou, pelas estatísticas do Banco de Compensações Internacionais, que o volume de derivativos no mundo se elevava a US$ 600 trilhões, enquanto o dos ativos financeiros, mais colados à economia real, ascendia a US$ 167 trilhões.

Era óbvio que isso não poderia sustentar-se por muito tempo, mesmo que se considerassem as duplas contagens. Afinal, o Produto Mundial Bruto no ano passado era calculado em US$ 57 trilhões. Até o momento, as perdas financeiras mundiais são estimadas em US$ 30 trilhões.

Teoricamente, a crise só vai acabar quando a esfera financeira especulativa, consideravelmente esvaziada, se aproximar mais da esfera real. Como o epicentro da crise está nos Estados Unidos e na Europa, a prioridade é regenerar seu sistema financeiro. Contudo, em que condições, e a que custo? Mesmo a estatização parcial ou total dos sistemas bancários, como vem ocorrendo, não garante a restauração plena de seu funcionamento.

Entretanto, mesmo que se encontre uma solução no médio prazo para o sistema bancário mundial, o problema do relançamento da economia não estará resolvido. Programas nacionais descoordenados não serão suficientes. Será preciso uma espécie de New Deal global, já sugerido pelo primeiro-ministro inglês Gordon Brown e encampado pelo chefe da Assessoria Econômica de Obama, Larry Summers. Trata-se da expansão coordenada dos gastos e dos déficits públicos, sobretudo nos países industrializados e na China.

De fato, o que temos é o colapso do liberalismo econômico que justifica a competição desenfreada entre as pessoas e os países. Esse colapso não aconteceu sozinho. E é esta talvez a parte mais relevante do livro de Assis. Pois colapsou também a liberdade ilimitada de produzir com a degradação da natureza; das nações nucleares de fazer a guerra generalizada para superar crises; da investigação científica no campo da genética.

Em um nível ainda mais fundamental, talvez estejamos no alvorecer de uma nova era, a Idade da Cooperação, no qual o paradigma da liberdade individual sem limites, introduzido pelo Iluminismo no início da Idade Moderna, terá de dar lugar ao princípio de cooperação. Já estamos vendo esse movimento inclusive na geopolítica, pelas primeiras iniciativas de Obama em relação a regimes políticos antes hostilizados por seu antecessor. Benevolência? Não. A concorrência desenfreada, o protecionismo exacerbado e a guerra já não são saídas. Temos, sim, os sinais de uma nova Idade.

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Jorge Abrahão de Castro,
diretor de Estudos Sociais do Ipea
 
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