Análises e Previsões: Discriminação de sexo e raça ainda sobrevive no País |
2009 . Ano 6 . Edição 48 - 10/03/2009 Desigualdades: Discriminação de sexo e raça ainda sobrevive no País A terceira edição da publicação Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, realização conjunta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher constata que persiste, no País, discriminação mo tivada por sexo ou grupo racial em diversos campos da vida social. No sistema educacional, seus impactos incidem na reprodução de estereótipos ligados às convenções de gênero e de raça originando e reforçando uma segmentação sexual do mercado de trabalho e das ocupações sociais, que atrapalham o acesso e a permanência dos alunos negros. Na área de saúde, entre os indivíduos com rendimentos acima de três salários mínimos, 21% dos atendimentos e 23,8% das internações da população negra são cobertos pelo SUS, enquanto estas mesmas proporções são de 14% e 13,5% para brancos. Quando são analisados os dados de cobertura por planos de saúde privados, a situação 33,2% são brancos, enquanto apenas 14,7% dos negros estão na mesma situação. De outro lado, e mesmo com todas as dificuldades, ao longo dos últimos 15 anos observa-se a manutenção da tendência de aumento na proporção de famílias chefiadas por mulheres, que passou de 22,3%, em 1993, para 33%, em 2007. Tal indicador se verifica tanto nas zonas urbanas quanto nas rurais. No campo, as mulheres chefiam somente 19,3% dos lares, um pouco mais da metade dos 35,4% encontrados nas áreas urbanas. Enquanto o grau de crescimento neste caso foi de 11,1 pontos percentuais em 15 anos, nas áreas rurais foi de 5,8. |