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Perfil - O abolicionista

2009 . Ano 7 . Edição 56 - 10/12/2009


Pedro Barreto - de Brasília


Joaquim Nabuco

Depois da luta contra a escravidão no Brasil, ele se retirou da vida pública decepcionado com a proclamação da República

A abolição da escravatura no País, em 1888, teve inspiração em um dos personagens mais ricos da História brasileira: Joaquim Nabuco. Político, diplomata, jornalista e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e da Sociedade Antiescravidão Brasileira, ele foi o maior porta-voz do abolicionismo. Grande escritor, Nabuco despertou reações passionais na vida política brasileira, mas todas com uma concordância: suas ideias contribuíram para que o País deixasse para trás uma das mais tristes marcas de seu passado.

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu no Recife, Pernambuco, em 1849. Era filho de um dos mais conhecidos políticos daquele tempo, José Tomás Nabuco de Araújo Filho. Estudou humanidades no Colégio Pedro II, na capital pernambucana, e concluiu bacharelado em letras e em direito, em 1870. Pouco depois, seguiu para Londres, Inglaterra, onde foi adido de primeira classe na Embaixada brasileira. Na sequência, exerceu o cargo em Washington, Estados Unidos.

Atraído pela política, elegeu-se deputado por Pernambuco. No Congresso Nacional, iniciou uma grande campanha em favor do abolicionismo. Apesar de ser um veemente defensor da monarquia, acreditava que a escravidão tinha grande influência nas mazelas enfrentadas pela sociedade brasileira. Em seus artigos e discursos, também era a favor da separação entre Estado e religião.

Segundo um dos maiores especialistas em Joaquim Nabuco do mundo acadêmico, o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor pela Universidade de Roma, Marco Aurélio Nogueira, o marco do pensamento de Nabuco foi abordar a escravidão brasileira com uma contundência social que não era comum no século XIX.

"Ele concebia a abolição como um primeiro passo que deveria ser seguido por reformas sociais abrangentes. Ou seja, não bastaria a emancipação jurídica dos escravos. O Estado teria que organizar melhorias profundas na nossa estrutura social. Nabuco lutava com posições radicais, mas sempre em busca de composições políticas, tratando a abolição como uma questão supra-partidária", analisa Nogueira, autor do livro As Desventuras do Liberalismo - Joaquim Nabuco, o Império e a República.

Em 1881, Joaquim Nabuco iniciou viagem pela Europa, onde se aprofundou nos escritos daquela que é considerada uma de suas principais obras. O Abolicionismo foi publicado em 1883 e tornou-se um dos marcos para que o fim da escravidão se tornasse causa nacional.

De volta ao País, foi novamente eleito deputado federal, mas após a proclamação da República decidiu retirar-se da vida pública. "Ele se decepcionou. Achava que a monarquia se fortaleceria após a abolição, mas não foi o que aconteceu. Passou a se dedicar a estudos e sua autobiografia", conta o professor da Unesp. Nessa fase, Nabuco viveu no Rio de Janeiro e se aproximou de nomes de peso de nossa história, como Machado de Assis e Gilberto Freyre. Mais tarde, de 1905 a 1910, seria o primeiro embaixador brasileiro nos Estados Unidos.

Em 2010, o País terá uma série de eventos em homenagem aos 100 anos de sua morte. A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) - órgão do Ministério da Educação fundado em 1949, que abriga grande acervo sobre o autor, como departamento de pesquisa social, centro de literatura e museu - se prepara para reeditar sua obra completa.

Humberto França, responsável pelo Memorial Joaquim Nabuco na Fundaj, conta que a cidade do Recife receberá um grande congresso sobre Nabuco, com pesquisadores, inclusive, de outros países. "Temos uma campanha para tornar o mausoléu de Santo Amaro, onde ele está enterrado, um monumento nacional. Tudo para manter vivas suas ideias e exaltar o grande brasileiro que foi Joaquim Nabuco."

 
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