2010 . Ano 7 . Edição 58 - 26/02/2010
Mercosul Senado aprova adesão da Venezuela
Depois de meses de debates, audiências públicas e de uma série de tentativas frustradas de votação, o Plenário do Senado aprovou, no dia 15 de dezembro, o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Agora só falta a aprovação do Paraguai para o ingresso da Venezuela no bloco. O acordo de adesão foi firmado em Caracas em 4 de julho de 2006 pelos presidentes dos países do Mercosul.
No Congresso brasileiro, o tema causou muita divergência, como demonstra o resultado da votação no Senado - 35 votos a 27. A entrada da Venezuela no Mercosul representa um passo importante no sentido da ampliação da democracia e dos direitos humanos na região, na avaliação do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Para a oposição, o problema é o presidente Hugo Chávez, que pode trazer problemas para o bloco. "Não estamos fazendo uma avaliação do governo Chávez, porque os governos passam, mas a integração econômica, política e cultural vai ficar. O isolamento será pior para a causa democrática na Venezuela", reagiu o senador Aluisio Mercadante, líder do PT.
A inclusão da Venezuela no Mercosul deverá propiciar, segundo Jucá, boas oportunidades para a agricultura e indústria do Brasil, cujos produtos têm grande demanda no país. Mais de 70% das exportações brasileiras para a Venezuela são de produtos industrializados, com elevado valor agregado e alto potencial de geração de empregos. Em 2008, o Brasil teve superávit comercial de US$ 4,6 bilhões com a Venezuela. Ao incluir o novo membro, o Mercosul passa a constituir um bloco com mais de 250 milhões de habitantes, numa área de 12,7 milhões de quilômetros quadrados, e terá um Produto Interno Bruto (PIB) superior a US$ 1 trilhão, o que corresponde a 76% do PIB da América do Sul, pondera o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O comércio global do bloco, prevê, aumentará para cerca de US$ 300 bilhões, o que tornará o Mercosul "um dos mais significativos produtores mundiais de alimentos, energia e manufaturados".
Haiti Uma agência para reconstruir o país
As instituições multilaterais e os países que socorreram o Haiti após o terremoto de 12 de janeiro estão discutindo a criação de uma agência para a reconstrução do país, de acordo com a diretora do Banco Mundial para a América Latina, Pamela Cox. "Há muitas discussões, ainda não concluídas, sobre se uma agência de reconstrução é necessária para realizar a reconstrução física" das áreas devastadas, comenta. A reconstrução, diz ela, "não consiste somente em construir prédios, e sim em reconstruir a economia, a vida das pessoas". Os doadores de recursos e as instituições multilaterais devem se reunir em março para avaliar projetos e necessidade de recursos para o Haiti.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já adiantou US$ 14 bilhões para a reconstrução da infraestrutura haitiana. "Estamos propondo um fundo multidoadores, que foi utilizado com êxito em lugares como Afeganistão ou Iraque, no qual os doadores bilaterais podem colocar seu dinheiro e utilizar os mesmos procedimentos" para definir os projetos, o que ajuda a coordenar a ajuda, explica.
Internet Banda larga para todos
O Estado deve garantir o acesso à internet em banda larga para a sua população como forma de estimular a inovação, aconselhou Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, durante reunião, em dezembro, da XIX Cúpula Iberoamericana de Chefes de Estado e de Governo, em Estoril, Portugal. Segundo ela, a banda larga é peça chave para evitar a exclusão digital na região, e deve ser garantida pelo Estado. Ela citou os principais pontos do documento Inovar para crescer. Desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável e inclusivo na Iberoamerica, elaborado pela Cepal.
É possível combinar crescimento, sustentabilidade e melhora na distribuição de renda com um processo de inovação, socialmente orientado, afirmou Bárcena. "É necessário inovar para crescer, crescer para igualar e igualar para crescer com mais emprego e produtividade", disse, acrescentando que a Cepal está apoiando a elaboração de planos de ciência, tecnologia e inovação em vários países da região.
Clima Custo alto para a região
Se não houver um acordo mundial para mitigar os efeitos da mudança climática, os custos para os países da América Latina e Caribe poderão chegar, neste século, a 137% do PIB da região, de acordo com o informe A economia da mudança climática na América Latina e no Caribe, publicado pela Cepal. O estudo, apresentado na XV Conferência das Nações Unidas sobre Clima (COP 15), conclui que, sem ações internacionais de mitigação, a região poderia sofrer perdas importantes no setor agrícola e na biodiversidade, e ainda ficaria sujeita a fortes pressões sobre a infraestrutura e a maior intensidade de eventos extremos.
Segundo a Cepal, embora seja a segunda região - a primeira é a África - que menos emite gases do efeito estufa, a América Latina e o Caribe estão sofrendo os efeitos do aquecimento global mais do que outras regiões. Por isso, é urgente que a região conte com apoio tecnológico e financeiro dos países desenvolvidos.
BNDES Apoio a outros países em estudo
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda a criação de uma linha que permitirá a empresas da América Latina e da África comprar máquinas e equipamentos brasileiros com financiamento em parceria com bancos de outros países no exterior. Os recursos virão de um programa do BNDES, o Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame).
"De acordo com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na Argentina os entendimentos estão praticamente concluídos com o Banco Itaú. Mas há negociações com todos os grandes bancos que operam na América Latina, informa a Agência Brasil. A operação funcionará por meio de um contrato do BNDES com um banco no exterior. O fornecedor brasileiro vende o produto lá fora e recebe do BNDES o pagamento em reais, ou seja, o dinheiro não sai do País. O banco no exterior financia o valor para o comprador e depois devolve o dinheiro ao BNDES.
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