2004. Ano 1 . Edição 5 - 1/12/2004
Carta ao leitor
Ottoni Fernandes Jr., diretor
Entra governo, sai governo, o déficit de moradias, especialmente para a população de baixa renda, continua a ser um dos mais graves problemas sociais brasileiros.Desde o tempo do Banco Nacional da Habitação, as linhas de financiamento e os negócios imobiliários estão voltados para habitações destinadas à classe média, embora a carência esteja concentrada na população com renda familiar inferior a cinco salários mínimos mensais.Outro fator que dificulta a solução do problema é a baixa eficiência da indústria de construção de residências,dominada pela informalidade, em contraste com o nível de excelência da indústria de construção pesada.A reportagem de capa desta edição de Desafios do Desenvolvimento aborda essas questões e mostra como a falta de financiamento para a construção e a compra de habitações, e os ultrapassados códigos de obras e de uso do solo, impedem a correção dessa chaga social e acarretam na falta de 6,7 milhões de moradias para brasileiras e brasileiros.
Outro caso de exclusão social que começa a ser resolvido diz respeito aos 25 milhões de brasileiros de baixa renda sem acesso a serviços bancários. O impulso para que bancos, cooperativas e organizações não-governamentais supram essa carência teve início em 2000 e os primeiros resultados aparecem. Já existe uma rede de 26,7 mil correspondentes bancários em açougues,mercearias,padarias, quase sempre na periferia das metrópoles e cidades com menos de 5 mil habitantes,que atende à população de baixa renda, empresta dinheiro, recebe contas e depósitos.O total de contas bancárias simplificadas, em que não é pedida comprovação de renda ou residência, chegou a 3,8 milhões em outubro.A reportagem da página 52 mapeia as mudanças no atendimento bancário para a população mais pobre. A importância do uso da tecnologia e do investimento em pesquisa e desenvolvimento é abordada na matéria que começa na página 44 .Ela mostra as vantagens competitivas das empresas que apostam na inovação.Na página 32 há outra reportagem sobre pesquisa.Esta traz algumas histórias a respeito da ciência daquilo que é praticamente invisível e que já resulta em produtos que transformam a vida das pessoas.
Registramos com pesar o falecimento,em novembro,do economista Celso Furtado,professor, pesquisador e homem público que engrandeceu a vida brasileira.Uma de suas últimas entrevistas foi concedida a Desafios do Desenvolvimento, em outubro.Ela pode ser lida na nossa página da Internet,no endereço www.desafios.org.br.
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