Carta ao leitor |
2005. Ano 2 . Edição 17 - 1/12/2005 Carta ao leitor Dezembro é tempo de fazer balanços e avaliações sobre o ano que está terminando.Apesar das contas nacionais apresentarem excelente resultado, 2005 está deixando um gostinho de que não fizemos boa parte do que pretendíamos.O cenário político atravessou o segundo semestre embaixo de chuvas e trovoadas, para não dizer tiros e facadas, que consumiram as atenções de parlamentares e da população em geral. O resultado é que reformas ansiosamente aguardadas foram deixadas de lado. A reportagem de capa desta edição contabiliza o prejuízo provocado pela paralisação das votações no Congresso e avalia as perspectivas para 2006. Em compensação, longe de Brasília muita coisa está andando de vento em popa, especialmente no litoral. Uma conjunção de fatores faz com que empresários troquem os caminhões pelos navios na hora de transportar as mercadorias. Com isso, estaleiros e armadores esperam faturar mais no ano que vem.A reportagem da página 26 explica por que a cabotagem está em alta. Esse não é o único setor que comemora bons resultados.Antes mesmo de despontar o 1.° de janeiro, as empresas que investiram nas vendas pela Internet deverão registrar recordes históricos. A reportagem “Bit acelerado”mostra que o e-commerce está incorporando cada vez um número maior de consumidores, empresas e governos.Mas o movimento de inclusão, infelizmente, ainda não chegou a determinados grupos que continuam à margem dos benefícios da sociedade.A matéria “Retrato em preto e branco” aborda justamente a discriminação e o preconceito que fazem com que o Brasil trate de forma tão diversa seus filhos de diferentes raças.Vários estudos recentes comprovam que, 107 anos após a abolição da escravatura, ainda há um imenso e vergonhoso fosso a separar brancos e negros. É muito triste essa constatação, mas talvez ela sirva como uma boa sugestão de promessa para o ano novo.Assumir o compromisso de defender posturas mais justas, que ajudem a construir um país mais harmônico para todos nós que vivemos nessa casa comum que é o Brasil. Feliz 2006!
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