Observatório Latino-americano - Mercosul terá placa de veículos unificada |
2011 . Ano 8 . Edição 65 - 05/05/2011 Livre circulação Os veículos dos países que integram o Mercosul deverão rodar usando placas unificadas dentro de até dez anos. A medida vai permitir a livre circulação de carros, motos, ônibus e caminhões entre o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai. A unificação das placas foi aprovada pelos chanceleres dos países do bloco, que participam de encontro em Foz do Iguaçu, em dezembro de 2010. A placa será igual para os países do Mercosul, com uma alusão ao bloco, mas a combinação alfanumérica vai continuar a ser determinada por cada uma das autoridades nacionais. Segundo o Itamaraty, hoje os veículos de carga e de passageiros (ônibus e caminhões) circulam entres esses países com o Certificado de Inspeção Técnica Veicular que atesta o cumprimento das condições de segurança para o deslocamento na região. Esses veículos serão os primeiros a receber a placa do Mercosul, o que deve ocorrer a partir de 2016. Em 2018, as placas começarão a identificar também os veículos novos. Pesquisa As empresas latino-americanas são as mais otimistas do mundo em relação ao comportamento da economia em 2011. A conclusão é da companhia internacional de contabilidade Grant Thornton. De acordo com a pesquisa, os empresários latino-americanos mostram um índice líquido de otimismo de 75%, em uma escala entre -100% (pessimismo total) e 100% (otimismo total). As empresas chilenas são as mais otimistas com a economia em 2011, com um índice líquido de 95%. O Brasil aparece em quinto entre os 39 países pesquisados, sendo o segundo país latino-americano com o maior índice de otimismo (79%). Além do Chile e do Brasil, a pesquisa mostra um grande otimismo entre as empresas argentinas (70%, em 10º lugar no ranking) e mexicanas (64%, em 14º). O otimismo das empresas brasileiras está em seu maior nível desde que o país começou a ser incluído na pesquisa, em 2007, quando o índice ficou em 47%. No ano passado, o índice de otimismo das empresas brasileiras foi de 71%. Haiti O terremoto no Haiti gerou comoção mundial e reações por parte de organizações estrangeiras, de entidades civis e da comunidade internacional. Mas, depois de um ano do tremor ainda há um milhão de pessoas em alojamentos improvisados. Responsável pela morte de 3.481 pessoas e o registro de 157 mil casos de contaminação, a epidemia de cólera agrava a situação de alerta. Imagens de prédios destruídos, lixo e falta de estrutura básica ainda marcam o país. A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que apenas 19% da população no Haiti tem acesso à água, ao saneamento e à higiene. Para especialistas, o baixo acesso às condições de higiene explica o agravamento das epidemias. A falta de comida e de emprego é outro fator de preocupação das entidades estrangeiras. A expectativa era que o país recebesse um bilhão de dólares, mas apenas 72% desse valor foram repassados, registrando deficit de US$ 400 milhões. Há promessas de repasses de US$ 3 bilhões, que serão investidos em projetos de diferentes áreas. Só para o controle da cólera são necessários US$ 174 milhões. Eleições A América Latina terá neste ano um período de eleições presidenciais. Em quatro países - Peru, Guatemala, Argentina e Nicarágua - os eleitores irão às urnas para escolher o novo chefe de Estado. No México e na Venezuela, as eleições estão marcadas para 2012. Os primeiros a viver o clima de campanha serão os peruanos, em abril. No Peru, quatro candidatos têm possibilidade de suceder o atual presidente, Alan Garcia. São eles Luis Castillo e Alejandro Toledo, além de Keiko Fujimori (filha do ex-presidente Alberto Fujimori) e Ollanta Humala. Na Guatemala, a corrida às urnas será em setembro. Uma das candidas é Sandra Torres, a atual primeira-dama, mulher do presidente Álvaro Colom. Também disputa as eleições o ex-general Otto Pérez Molina. Os argentinos escolherão o sucessor da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em outubro. A morte do ex-presidente Néstor Kirchner, no fim do ano passado, deixou um vazio no cenário político local, segundo especialistas. Na lista de candidatos estão Elisa Carrió, Fernando Pino e o vice-presidente Julio Cobos. Em novembro, será a vez de os eleitores da Nicarágua irem às urnas. O atual presidente, Daniel Ortega, tenta a reeleição, mas na disputa estão também os candidatos Arnoldo Alemán e Fabio Gadea. No México, ao longo deste ano, serão escolhidos governadores de 11 estados. O governo federal, comandado pelo presidente Felipe Calderón, lançou uma campanha nacional e pede o apoio dos governos estaduais no combate aos grupos organizados que atuam no tráfico humano e de drogas. Cepal A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) estima que a economia da região vai crescer em torno de 6% em 2010, uma significativa recuperação em relação à queda de 1,9% no ano anterior. A recuperação será dirigida especialmente pelos países da América do Sul, com o Brasil à frente, em razão de sua importância econômica. Mas o Brasil não terá o maior crescimento percentual da região, apesar da Comissão calcular expansão de 7,7% para a economia nacional.
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