2012 . Ano 9 . Edição 73 - 28/08/2012
Perspectivas para a saúde em 2030
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com participação do Ipea e cooperação técnica da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, publicou o livro Saúde no Brasil em 2030 – Diretrizes para prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro. O trabalho traz textos de trinta especialistas analisando cenários para a saúde nas próximas duas décadas. Nesse período está previsto um aumento significativo da população idosa: mais de 40 milhões de brasileiros terão idade superior a 60 anos.
O livro aborda a necessidade de se redesenhar o atual modelo assistencial em saúde, diante de possíveis desafios, tais como o aumento da obesidade, o surgimento de diferentes tipos de câncer e o agravamento de doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas e neuropsiquiátricas. Ao mesmo tempo, traz exemplos de sucesso do Sistema Único de Saúde (SUS), como a redução da mortalidade infantil, da desnutrição em crianças e dos óbitos por doenças infecciosas e parasitárias, além da diminuição da ocorrência de enfermidades que podem ser prevenidas por vacinas.
Os pesquisadores apresentam estudo detalhado das conquistas e limitações envolvendo a indústria nacional de fármacos e medicamentos, de equipamentos e materiais médico-hospitalares e odontológicos, bem como novidades tecnológicas. Outro aspecto tratado é a importância econômica do setor de saúde, correspondente a 8,8% do PIB e empregando cinco milhões de pessoas.
A obra está disponível em versão impressa e no site http://www.fiocruz.br. Ela se divide em seis partes: Desenvolvimento, Estado e Políticas de Saúde; População e Perfil Sanitário; Organização e Gestão do Sistema de Saúde; Força de Trabalho em Saúde; Estrutura do Financiamento e do Gasto Setorial e Desenvolvimento Produtivo e Complexo de Saúde.
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Políticas Sociais no Mato Grosso
Com objetivo de qualificar políticas públicas e entender o atual quadro social brasileiro, a Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) do Ipea elaborou a série Situação social nos estados. Sua última edição analisa o Mato Grosso. Já foram lançados diagnósticos de 23 Unidades da Federação, em todas as regiões do país.
De acordo com a apresentação, a coleção visa “produzir e disseminar conhecimento a fim de melhorar as políticas públicas tanto no aspecto nacional como também nas esferas mais descentralizadas do país”. Foram utilizadas várias bases de dados para compor os paineis, entre elas a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE).
A publicação, disponível no endereço www.ipea.gov.br, examina políticas sociais nas áreas de demografia, previdência social, pobreza e desigualdade, saúde, seguridade, trabalho e renda, educação, saneamento e habitação, cultura e desenvolvimento agrário. O período analisado compreende os anos de 2001 a 2009.
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Emergência da China e oportunidades para o Brasil
A complementaridade entre as economias do Brasil e da China é cada vez maior. O crescimento, que em três décadas transformou o país na segunda potência econômica mundial e o projetou em nível global. O Brasil, membro do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), é também um importante ator nesse processo Em 2009, o país asiático se tornou o principal parceiro comercial brasileiro e, em 2012, seu maior investidor. Para entender a crescente importância das relações sino - brasileiras e o novo significado dessa parceria estratégica bilateral, o Ipea lançou o livro China na nova configuração gobal: impactos políticos e econômicos. Como afirma Marcio Pochmann na introdução, o livro “busca identificar e analisar o papel destacado que esse país exerce na nova ordem internacional do século XXI, bem como os possíveis impactos dessa nova dinâmica para diversos países e regiões, especialmente para o Brasil”.
A obra, organizada por Rodrigo Pimentel Ferreira Leão, Eduardo Costa Pinto e Luciana Acioly, contém uma série de monografias que trata de diversos aspectos da China, de sua política externa e de suas relações com o Brasil. A obra pode ser acessada em www.ipea.gov.br
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Empresas investem no exterior
As transformações ocorridas nos fluxos mundiais de investimento externo direto (IDE) têm lançado novos atores no cenário internacional que procuram conquistar mercados, tecnologias e recursos naturais. Essa foi uma das principais conclusões do Comunicado nº 150 – Internacionalização de empresas: experiências internacionais selecionadas, elaborado pelo Ipea.
Desenvolvido em parceria com a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), o estudo tem como objetivo mostrar estratégias seguidas pelas empresas em seu processo de investir no exterior, com destaque às políticas públicas de apoio à internacionalização na África do Sul, China, Coreia do Sul, Espanha, Malásia e Rússia.
A pesquisa mostra que as empresas dos países em desenvolvimento estão cada vez mais agressivas em seus investimentos externos. O IDE desses países correspondeu a cerca de 30% do total mundial em 2010. Em 1990, o mesmo número ficava em torno de 5%.
Segundo o Comunicado, o fluxo médio anual de IDE oriundo dos países em desenvolvimento somou, nos anos 1980, cerca de US$ 6 bilhões, e chegou, na primeira década do milênio, a US$ 165,6 bilhões.
Pelos dados da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), a Ásia, liderada pela China, é a região mais dinâmica do mundo. Seus investimentos têm crescido aceleradamente, correspondendo a 70% dos fluxos de IDE entre os países em desenvolvimento ao longo da última década. A América Latina corresponde a 29% e a África a 1,6%.
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