2012 . Ano 9 . Edição 73 - 28/08/2012
A matéria de capa desta edição busca responder uma pergunta crucial nos dias que correm: quem financia o desenvolvimento brasileiro? Não é preciso elaborar profundas reflexões para perceber que o Estado cumpre aqui uma função única. São os grandes bancos e fundos públicos os agentes determinantes para a recuperação da economia. A constatação não é apenas brasileira. Demonizado como centro dinâmico da atividade econômica, o Estado é chamado, em tempos de crise, a desempenhar o papel intransferível de agente e planejador do desenvolvimento, num cenário em que os efeitos da crise externa são sentidos por aqui desde o final do ano passado.
O autor da reportagem, Marcel Gomes, fez um levantamento dos fundos que podem suprir a retomada da economia num quadro de retração mundial, a partir de pesquisas realizadas pelo Ipea.
Com preocupação semelhante, Rogério Lessa Benemond conversou com especialistas e examinou relatórios e projeções de diversos órgãos oficiais para saber se a expansão do crédito e do consumo ainda são ferramentas seguras para um novo ciclo de crescimento.
Nesse cenário de incertezas, como ficam as reivindicações dos trabalhadores? O repórter Igor Ojeda gastou sola de sapato e saliva para saber o que pensam as principais lideranças sindicais brasileiras e os estudiosos do tema na academia. Depois de mais de uma década na defensiva, o movimento conquistou aumentos salariais acima da inflação, beneficiado por um quadro de expansão do emprego. No plano político, recuperou muito do espaço que conheceu nos anos 1980, embalado por um diálogo mais aberto com o governo federal.
Na seara internacional, apresentamos uma matéria sobre a situação argentina, realizada por Martin Granovsky, jornalista do Pagina/12, um dos mais conceituados periódicos do país.
A seção História traça um panorama sobre o grande debate do desenvolvimento, realizado nos anos 1940 entre o economista liberal Eugenio Gudin e o industrial desenvolvimentista Roberto Simonsen. Não se trata de uma volta ao passado, mas de se verificar as bases de uma controvérsia entre correntes de pensamento e interesses que persiste até os dias de hoje.
As várias seções e artigos de estudiosos completam um cardápio consistente e variado.
Ótima leitura!
João Cláudio Garcia, diretor geral da revista Desafios do Desenvolvimento
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