2012 . Ano 9 . Edição 75 - 28/12/2012
Em outubro de 2012, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros (Selic) para 7,25% ao ano. Em termos reais – descontada a inflação – o percentual corresponde a pouco mais de 2%, um dos menores indicadores da história.
A ousadia da medida – articulada a outras destinadas a reativar a economia – suscitou um intenso debate entre especialistas na matéria. Qual seria o patamar mínimo daquilo que em inglês pode ser chamado literalmente de “taxa de interesse”? Quais os riscos para um descontrole monetário que pode resultar na volta da inflação? A controvérsia é mais do que pertinente num país que já enfrentou, há pouco mais de uma década, taxas anuais de 45%.
O jornalista Marcel Gomes se colocou diante de um cipoal de indicadores e pontos de vista e trouxe ao leitor a reportagem de capa desta edição, um panorama amplo sobre as decisões que envolvem o preço do dinheiro no Brasil.
A edição apresenta também uma alentada entrevista com Marcelo Neri, presidente do Ipea, feita por Najla Passos. Um dos maiores especialistas brasileiros em questões sociais e combate à pobreza, Neri traça planos para a instituição e mostra otimismo com o futuro. Segundo ele, “o Brasil é muito mais o país que está fazendo uma revolução social do que um milagre econômico, como no passado”.
Ainda na pauta social, Igor Ojeda enfrentou um tema espinhoso: a reforma agrária. Ela teria saído da agenda nacional? Em busca de respostas, ele ouviu partes interessadas e estudiosos do tema, para mostrar ao leitor os aspectos econômicos, políticos e sociais da questão.
Espinhoso também é outro assunto que atormenta a vida dos brasileiros: a má qualidade e os altos preços da telefonia celular. Daniel Cassol passou semanas estudando o tema e realizando entrevistas para mostrar os impasses desse setor essencial para o desenvolvimento.
O aumento da renda e dos níveis de escolaridade da população tem uma de suas expressões na expansão do mercado editorial. Um de seus nichos que mais cresceu nos últimos anos foi o segmento de livros e revistas voltados para a história do Brasil. Ana Luiza Campregher Augusto e Pedro Henrique Lutti Lippe conversaram com jornalistas e historiadores em busca de uma explicação para o fenômeno.
A edição se completa matérias sobre as Conferências Estaduais do Desenvolvimento, o estreitamento das relações do Brasil com a África e uma matéria sobre a crise econômica que atingiu o Brasil após a Independência, em 1822, além de artigos e seções.
Boa leitura!
João Cláudio Garcia, diretor geral da revista Desafios do Desenvolvimento
|