2013 . Ano 10 . Edição 76 - 25/02/2013
Em janeiro último, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que visa reduzir em 20% os preços de energia elétrica. Com 78% da geração baseada em fontes hídricas – mais baratas que as de outras modalidades –, o Brasil tem, contraditoriamente, uma das tarifas mais caras do mundo. Através de medidas como prorrogações das atuais concessões e desonerações fiscais, o governo começa a mudar opções feitas nos contratos de privatização nos anos 1990, que elevaram os preços em patamares muito acima dos indicadores de inflação. A repórter Rita Casaro saiu a campo, ouviu especialistas e checou dados sobre o setor, para mostrar vantagens e desvantagens das regras adotadas.
Outro serviço público que merece atenção é o da saúde. Embora a Constituição de 1988 tenha estabelecido as bases de uma das redes mais abrangentes do mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS) padece de carências e insuficiências grandes. O jornalista Pedro Estevam da Rocha Pomar buscou identificar em estudos e depoimentos os obstáculos para que os brasileiros possam ser atendidos em postos, clínicas e hospitais eficientes, universais e gratuitos.
O entrevistado da edição é o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, ex-presidente de uma das mais respeitadas instituições de pesquisa do país, a Fundação Casa de Rui Barbosa. Com sua agudeza habitual, Santos analisa o quadro partidário brasileiro e ressalta a sensibilidade do eleitorado na escolha de seus representantes.
A dupla Cristina Charão e Henrique Costa, por sua vez, traça um panorama do crescimento do mercado editorial brasileiro. Com aumento de tiragens, investimentos externos e queda no preço real dos livros, o setor vê nos e-books e na difusão de lojas virtuais um caminho para sua expansão nos próximos anos.
No cenário internacional, Igor Ojeda volta-se para a desaceleração da economia chinesa e suas consequências para o Brasil e outros países exportadores de commodities. Com a crise econômica nos países da OCDE, as vendas de manufaturados chineses para esses mercados têm recuado nos últimos anos, o que leva, em outra ponta, a uma redução das compras no exterior. A reportagem examina as alternativas para o Brasil diante de um horizonte ainda pouco nítido.
A edição traz ainda matérias sobre as possibilidades abertas para a cidadania com a vigência da Lei de Acesso à Informação e um longo retrospecto da luta pelos direitos trabalhistas no Brasil, no ano em que se comemoram os setenta anos da promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Vale a pena conferir nas próximas páginas.
João Cláudio Garcia, diretor geral da revista Desafios do Desenvolvimento
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