2013 . Ano 10 . Edição 78 - 16/01/2014

Os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil em 2014, ano em que aqui acontecerão grandes eventos políticos, sociais, culturais e esportivos. Em julho, o país sediará a VI Cúpula dos BRICS, quando Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul buscarão acertar suas diferenças em torno de uma agenda comum que garanta crescimento e melhorias para os emergentes. Uma das apostas é a criação de um Banco de Desenvolvimento para o financiamento de projetos de infraestrutura.

Em março, o Ipea organizará o Foro Acadêmico e o Conselho de Think Tanks dos BRICS, com a participação de intelectuais dos cinco países, os quais, juntos, concentram 46% da população mundial e mais de 18% do PIB global. O Brasil contribuirá especialmente na área ambiental e com as experiências de redução da desigualdade social.

O autor do livro A Economia dos Pobres, Abhijit Vinayak Banerjee, é um dos entrevistados desta edição. Professor de Economia Internacional do Massachusetts Institute of Technology (MIT), esse indiano é considerado uma das mais respeitadas vozes da academia para esclarecer os mercados globais sobre a verdadeira natureza da pobreza. Por seu trabalho brilhante, tem sido lembrado no meio acadêmico como forte candidato ao Prêmio Nobel de Economia. Entre outros pontos, ele fala da possibilidade de redução da pobreza no mundo e da necessidade de compartilhamento de boas políticas e bons programas sociais, de modo que as famílias de baixa renda tenham ajuda externa e possam escapar das armadilhas econômicas. Leitura obrigatória para quem estuda ou se preocupa com o tema.

Outro entrevistado é o diretor de programas do Centro Internacional para Comércio e Desenvolvimento Sustentável (ICTSD, na sigla em inglês), Christophe Bellmann. Ele defende a ideia de que os países devem encontrar equilíbrio em seus acordos comerciais, de modo a não prejudicar o meio ambiente e as possibilidades de abastecimento das populações. Referência internacional em sustentabilidade, Bellmann diz que o papel dos países emergentes é essencial nas discussões sobre o ambiente e que o Brasil tem potencial para alcançar a posição de líder na América Latina.

A produtividade é outro assunto que dominará os debates a partir de 2014, nos setores público e privado. Os estudiosos do tema lembram que nos últimos 30 anos o Brasil reduziu a pobreza e os índices de desigualdade, contribuindo para o surgimento de uma nova classe média. Agora é preciso dar um salto qualitativo e a palavra-chave é produtividade. A SAE e o Ipea decidiram lançar um olhar mais aprofundado sobre essa questão e elaboraram um mapa das políticas públicas para a produtividade, a ser divulgado em 2014, com foco em determinantes microeconômicos.

E entre os diversos assuntos desta edição, o leitor ainda conta com as opiniões bem elaboradas de nossos articulistas e colaboradores.

Boa Leitura!

João Cláudio Garcia, diretor geral da
revista Desafios do Desenvolvimento