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Uma lupa para enxergar melhor o país

2014 . Ano 11 . Edição 81 - 05/10/2014

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Governos ganham novo instrumento para traçar políticas públicas

Wilson Santos

Um novo instrumento de trabalho vai permitir aos cientistas sociais e aos governos federal, estadual e municipal avaliar de maneira mais detalhada as condições de vida dos brasileiros. O Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, parte do projeto Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (www.atlasbrasil. org.br), agora traz o desempenho de regiões intrametropolitanas em mais de 200 indicadores divididos nos componentes expectativa de vida ao nascer, acesso ao conhecimento e renda municipal per capita. Para chegar a esse nível de detalhamento, a equipe do Ipea, Fundação João Pinheiro e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que elaborou o Atlas, dividiu essas regiões intrametropolitanas em Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs).

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“A plataforma permite que o gestor,
ou mesmo o cidadão, possa ter um
perfil consistente de todas as regiões
pesquisadas”
Marco Aurélio Costa
, Pesquisador
do Ipea

Com a UDH vai ser possível, por exemplo, verificar bolsões de pobreza em regiões ricas ou bolsões de riqueza em regiões pobres; baixos níveis de aprendizado em regiões onde há muitas escolas ou, ao contrário, alto nível de aprendizado em regiões com poucas escolas. A análise dos indicadores das UDH vai permitir, ainda, verificar as médias de crescimento de renda por regiões, volume e qualidade de serviços públicos ou expectativas de vida em bairros e localidades distantes das cidades. As UDHs são, na realidade, uma espécie de microscópio social do país. Se, antes, as análises socioeconômicas se atinham a macrorregiões, estados ou municípios, agora é possível ver o desenvolvimento humano e social em áreas dentro das metrópoles. A primeira pesquisa foi feita em 16 regiões metropolitanas, em bairros e pequenas regiões com, pelo menos, 400 domicílios. Foram avaliadas 9.825 UDHs em Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luis, São Paulo e Vitória.

São Paulo concentra as UDHs com os melhores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), tomando--se como parâmetro renda e educação, em regiões como Vila Madalena, Vila Cordeiro, Jardim Paulistano e Berrini, entre outras. Já os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil foram identificados em 13 distritos pesquisados, entre eles a Vila Bandeirantes, em Belo Horizonte, Núcleo Rural do Gama, no Distrito Federal e Parque Atheneu, em Goiânia.

Em relação ao ensino, o Atlas revela que o melhor desenvolvimento na educação está no Jardim da Penha, na Grande Vitória, e no Centro de Curitiba. A área mais deficitária é o Jardim Esmeralda, no Rio de Janeiro. A maior expectativa de vida está no Parque Interlagos, em São Paulo, e a pior, no Parque Estadual do Grajaú, no Rio de Janeiro.

A apresentação dos indicadores por UDH, segundo o coordenador da pesquisa pelo Ipea, Marco Aurélio Costa, permitirá a articulação de políticas públicas mais consistentes nas regiões metropolitanas pesquisadas. Isso porque, com a análise das UDHs, é possível ver, por exemplo, onde se encontram os maiores bolsões de pobreza, onde há mais deficiência de serviços públicos, onde há maior ou menor concentração de renda, ou onde existem os maiores problemas educacionais, entre outras informações.

“A plataforma permite que o gestor, ou mesmo o cidadão, possa ter um perfil consistente de todas as regiões pesquisadas”, diz Costa. Além de facilitaro fomento de políticas públicas, Costa acredita que as UDHs também podem ajudar o setor privado a fazer uma análise de deficiência de serviços passíveis de serem explorados, criando, assim, uma oportunidade de negócios. Para o pesquisador, o grande avanço das UDHs é permitir uma análise mais consistente das regiões metropolitanas, com base no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal.

Antes, os indicadores que compõem esse índice acabavam se mostrando amplos e imprecisos demais para retratar a realidade dentro das regiões metropolitanas, pois ainda não havia indicadores para cada UDH, apenas para os municípios ou para a RM como um todo. “Dentro de determinadas áreas estão escondidas diferenças socioeconômicas gritantes e, agora, você vê com mais clareza e densidade as disparidades municipais.”

Antônio Sabino de Vasconcelos Neto, administrador regional de Taguatinga, concorda. A cidade de 221 mil habitantes, considerada a capital econômica do Distrito Federal, tem 12 mil empresas, 100 mil trabalhadores e problemas, entre os quais hospitais superlotados e criminalidade em alta.

“Os índices de desenvolvimento são de suma importância para qualquer gestão, seja ela pública ou privada. Através dos resultados desses índices aprimoramos o nosso planejamento e assim conseguimos alcançar de forma efetiva os que mais necessitam, e também podemos identificar com mais objetividade as necessidades da cidade”, afirma Sabino.

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Antônio Sabino de Vasconcelos Neto, administrador regional de
Taguatinga

A criação das UDH, no entanto, não foi tarefa fácil. A principal referência, hoje, para a obtenção de dados estatísticos socioeconômicos, são os chamados “setores censitários”, subáreas dos municípios utilizadas para facilitar a coleta de dados estatísticos. No entanto, esses setores censitários nem sempre representam a realidade de alguns bairros ou distritos identificados pela população. Isso porque, em muitos casos, eles não coincidem com a divisão dos bairros em cada município pesquisado. Além disso, os dados dos setores censitários trazem apenas os dados do questionário universal do Censo Demográfico, enquanto os dados da amostra, utilizados no Atlas, são disponibilizados apenas para as Áreas de Ponderação utilizadas pelo IBGE, que geralmente não possuem identidade socioeconômica e não são identificadas pela população.

Por isso foram propostas as UDHs, unidades territoriais mais homogêneas, em termos socioeconômicos, para as quais foi possível disponibilizar todo o extenso conjunto de indicadores divulgados pelo ADH.

Vale salientar que o IDHM não mede a qualidade de vida, mas variáveis centradas em três dimensões: renda, educação e longevidade. Para os técnicos, independentemente das dificuldades metodológicas, a criação das UDH e os dados já coletados e apresentados no Atlas são um grande passo para se conhecer melhor o Brasil.

"Para o pesquisador, o grande avanço das UDHs é permitir uma análise mais consistente das regiões metropolitanas, com base no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal"

 
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