Livros e Publicações - Edição 82 |
2014 . Ano 11 . Edição 82 - 31/12/2014 Políticas futuras para o Brasil A edição da publicação Brasil em Desenvolvimento de 2014 escolheu debater assuntos que pudessem contribuir para a implementação de políticas públicas na próxima década, levando em consideração o crescimento do Brasil e a redução das desigualdades nos últimos anos. Os avanços sociais, ainda que em ambiente de macroeconomia conturbada, também foram considerados. Nesse cenário, a publicação Brasil em Desenvolvimento, editada pelo pesquisador Leonardo Monastério, pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, e pelo presidente do Ipea, Sergei Soares, apresenta uma visão de desenvolvimento não apenas pelo viés da economia, mas incluindo temas nas áreas social, política, ambiental, de segurança e internacional, ampliando-se o leque para discussões mais amplas sobre o desenvolvimento brasileiro. A publicação mostra, em três teses, a evolução da estrutura de produção brasileira, do emprego e do investimento no Brasil entre 1990 e os anos 2000. A primeira é sobre a mudança das taxas de crescimento de valor adicionado, vínculo empregatício e formação de capital fixo. A segunda tese é sobre as alterações nas taxas de crescimento que causaram transformações na economia brasileira entre 1996 e 2003 e entre 2004 e 2008. E a terceira tese mostra que a estabilidade das instituições e a estrutura do país são essenciais para o nosso crescimento.
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Criado em 2009 para possibilitar às famílias de baixa renda o acesso a moradias, o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) já financiou a construção de mais de três milhões de casas para famílias com renda entre R$ 1.600 e R$ 5.000. Agora o governo quer saber se os beneficiários do programa estão ou não satisfeitos. Atendendo solicitação da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, o Ipea desenvolveu a Pesquisa de satisfação dos beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida, ouvindo sete mil famílias beneficiárias. A avaliação das unidades habitacionais levou em consideração diversos aspectos que medem a satisfação do morador, como iluminação, umidade da residência, temperatura, distribuição e área dos imóveis. A iluminação foi o item mais bem avaliado, com média de 8,91, e o pior avaliado foi a umidade, com notas em torno de 6 pontos.
Sobre o custo de vida, os aspectos abordados foram transporte, aluguel, água, luz e condomínio. Os resultados apontam que os moradores tiveram aumentos de gastos com transporte, porém reduziram despesas com aluguel. Para esse item, a nota foi de 7,93. A satisfação com o imóvel foi avaliada em 8,77, o bem-estar em 8,62 e a não intenção de mudar teve nota 9,44. Embora precise de ajustes, no geral o Minha Casa, Minha Vida foi bem avaliado. __________________________________________________________________________ Déficit de profissionais prejudica o país Entre 1960 e 1970, houve no Brasil um intenso crescimento da engenharia de projetos. Nos anos 1980, por causa da crise econômica e fiscal, a demanda por esse serviço diminuiu drasticamente, levando os profissionais dessa área a procurarem outros ramos de atuação. A partir dos anos 2000, o déficit de engenheiros de projetos acarretou problemas para o país, que não conseguia desenvolver tecnologias nacionais para exploração de petróleo em plena época de descoberta do pré-sal. Com base nesse cenário, o Ipea e a ABDI lançam o estudo. Competitividade da Engenharia de Projetos nos Setores de Petróleo e Gás, Aeronáutico, Naval e de Infraestrutura de Transporte. O estudo aponta que o grande desafio para o país é descobrir como mobilizar a engenharia brasileira desde a universidade até o mercado. O principal gargalo dessa área, atualmente, é que as empresas podem contratar projetos do mundo inteiro utilizando a internet. Assim, as firmas brasileiras precisariam, além de investir em formação, competir internacionalmente por esse mercado dentro de seu próprio país.
__________________________________________________________________________ Estabilidade de preços não é suficiente Os preços, a renda, o consumo e o bem-estar da sociedade brasileira e internacional podem sofrer fortes impactos gerados pela política monetária. O estudo do Ipea Evolução recente das políticas monetária e cambial e do mercado de crédito no Brasil, organizado pelo economista e pesquisador José Ronaldo de Castro Souza Júnior, analisa esses impactos. Um dos resultados do estudo é que a estabilidade de preços proposta pela política de metas de inflação é uma condição necessária para o crescimento sustentável da economia, porém não é em si suficiente. O estudo mostra que em relação às mudanças de preços é necessário que se adotem posições mais enérgicas para que não existam desvios inflacionários de setores com maior rigidez de preços.
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