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Agricultura - Mudança de cenário para 2005

2004. Ano 1 . Edição 5 - 1/12/2004

"O Brasil vem obtendo produtividade crescente, não apenas da terra, mas de todos os fatores usados na produção. Isso torna possível obter resultados econômicos satisfatórios, sustentando a rentabilidade do setor agropecuário"

José Garcia Gasques

O ano de 2004 deve terminar com uma safra de 119,34 milhões de toneladas de grãos, pouco abaixo da obtida no ano anterior. As expectativas voltam-se para 2005, pois algumas lavouras já começam a ser plantadas nas principais regiões produtoras do país. As decisões para o próximo ano já foram quase todas tomadas, faltando apenas aquelas que se referem às lavouras de inverno, cujo plantio só se inicia no próximo ano.

Ainda não há um quadro completo das intenções para o ano de 2005, mas os primeiros levantamentos indicam uma safra entre 131 e 134 milhões de toneladas de grãos. A maior parte do aumento deve-se à expansão da produção de soja em áreas novas e tradicionais no plantio. A produção deve passar de 49,2 milhões de toneladas em 2004 para 63 milhões de toneladas em 2005. Com isso o país mantém-se entre os três primeiros no mundo. Na primeira colocação, com 85,7 milhões de toneladas de soja em 2005, estão os Estados Unidos.

Essa tendência de aumento da produção de grãos também é observada em escala mundial. A estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em seu relatório de novembro, é de 2 bilhões de toneladas em 2005, superior em 8,4% ao resultado deste ano. A maior expansão deve se dar exatamente na soja, que registrará 21,4% de aumento. O incremento da produção de trigo será de 11,9%; de milho, 11,7% e de grãos forrageiros, 8,9%.

O fato notável é que o crescimento da agricultura vem ocorrendo apesar de não haver aumento na área cultivada. Em algumas regiões, inclusive, a agricultura tem cedido espaço ao crescimento urbano. No Brasil ainda existe a possibilidade de ampliação da área plantada.

A próxima safra brasileira ocorrerá em condições diferentes da anterior.

1. Os preços internos e internacionais estão mais baixos e isso pode ser constatado pelas informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No caso da soja, o preço médio nas principais regiões produtoras do país em outubro é 25% a 30% menor em valores nominais do que o observado no mesmo mês do ano passado. Essa redução deve-se inclusive à expectativa de uma supersafra nos Estados Unidos, conforme mencionado.

2. Segundo o IBGE, os custos de insumos como defensivos e fertilizantes estão cerca de 30% mais elevados em relação ao ano passado. O resultado é que o custo de produção será maior no próximo ano, o que reduzirá a margem de lucratividade do negócio agropecuário.

3. A taxa de câmbio estava mais subvalorizada no ano passado, o que estimulava as exportações agrícolas, já que o ganho com as exportações aumenta quando a taxa de câmbio está desvalorizada.

A partir desse quadro geral simplificado, os resultados econômicos para 2005 dependerão essencialmente da produtividade. A vantagem do país é que, há alguns anos, estamos obtendo produtividade crescente. Isso faz com que num cenário de custos mais elevados seja possível obter resultados satisfatórios. Esse aumento da produtividade deve-se ao uso de novas técnicas. A Embrapa estima que 62% de tecnologia estejam embutidos na semente de soja e que, no manejo, 38% sejam relacionados a inovações. No período 2000-2003, a produtividade total da agropecuária cresceu a uma taxa média anual de 4,5%. Essa taxa é considerada alta para os padrões internacionais. Nos Estados Unidos, maior produtor agrícola do mundo, a taxa de crescimento da produtividade foi de 3,1%. Na União Européia, de 2,4% ao ano.

Desse modo, o cenário indicado, de custos mais elevados e preços menores pode ser enfrentado com produtividade alta e crescente.


José Garcia Gasques é pesquisador do Ipea

 
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