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A produtividade no Brasil

2005. Ano 2 . Edição 10 - 1/5/2005

“A produtividade pode crescer por aumento de eficiência e também por mudanças na composição do emprego. No Brasil nos anos 90, o emprego se transferiu para setores de produtividade baixa, movimento que cumpre reverter, pois neles se concentra o trabalho informal”.

Regis Bonelli

No longo prazo, a produtividade é a principal fonte de crescimento das economias. A produtividade da mão-de-obra - ou seja, a relação PIB/trabalhador - reflete-se diretamente no nível do PIB per capita. O crescimento econômico só ocorre com aumento sustentado da produtividade. Um processo de crescimento baseado exclusivamente no aumento contínuo da quantidade de fatores utilizados na produção, sem ganhos de produtividade, será limitado a longo prazo, pois o rendimento obtido a cada novo aumento na quantidade dos fatores é decrescente devido ao seu maior uso.

A elevação da produtividade reflete a eficiência com que são usados os fatores. Ela se obtém pela introdução de melhorias tecnológicas, no capital humano e no capital físico que permitam aumentar o volume produzido em proporção superior ao aumento dos fatores. Há também ganhos quando os recursos empregados em atividades pouco produtivas são transferidos para outras de maior produtividade.

No Brasil, a década de 1990 foi um período de recuperação dos ganhos de produtividade. Ainda assim, o crescimento médio da nossa produtividade tem sido mais lento do que desejado. Mas esse baixo crescimento médio esconde importantes diferenças setoriais.

A primeira delas é dada pelo desempenho da Agropecuária, cuja produtividade aumentou a quase 5% anuais entre 1990 e 2003 como fruto de um processo de absorção de novas técnicas e culturas. O resultado negativo foi uma redução absoluta e relativa do nível de ocupação no campo - de 25,5% do total nacional para 18,9% ente aqueles anos - que retrata marcada mudança estrutural em curto período de tempo. Processo semelhante caracterizou as atividades industriais, especialmente quanto à Extrativa Mineral, à Indústria de Transformação e aos Serviços Industriais de Utilidade Pública: redução da participação no emprego total e concomitante aumento da produtividade da mão-de-obra. Entre os demais setores da economia, o de Comunicações também se destacou pelo crescimento acelerado da produtividade no período e redução da participação no emprego total.

Na contramão desse processo, os serviços respondem por fortes aumentos na proporção dos trabalhadores empregados, principalmente no que toca ao Comércio, Transportes, Serviços Prestados às Empresas e Serviços Privados não Mercantis. Alguns desses foram caracterizados por ganhos irrisórios ou mesmo perdas de produtividade no período 1990-2003.

Como mencionado, a produtividade pode crescer por aumentos na produtividade dos setores e por mudanças na composição do emprego em favor dos setores cuja produtividade é maior do que a média (mudança estrutural). A experiência brasileira quanto à importância de cada uma dessas causas apresenta resultados interessantes, como se mostra na tabela abaixo.

Nas décadas de 1950 a 1980, o efeito de aumentos na produtividade dos setores, individualmente, foi mais importante do que o de mudanças na estrutura da economia. O peso desse componente variou de 51% nos anos 1960 a 76% nos anos 1980 - década, aliás, em que o crescimento da produtividade foi muito pequeno. O complemento desses pesos é dado pelo efeito de mudanças na estrutura do emprego, na medida em que a mão de obra se deslocou mais do que proporcionalmente para os setores com maior produtividade média.

Mas nos anos 1990 acontece uma reversão, quando esse componente de mudança estrutural passou a ser negativo. Isso significa que a estrutura do emprego mudou principalmente em favor dos setores de produtividade baixa - e contra os de produtividade alta. Todo o ganho de produtividade na década foi devido ao efeito de aumento da produtividade dos setores. Por trás desse fenômeno encontra-se também a crescente informalização das atividades econômicas, que cumpre reverter: setores com produtividade mais baixa são precisamente aqueles onde se concentra o trabalho informal.

Decomposição das Mudanças na Produtividade Média, 1950-2000 (%)
Efeitos 1950-60 1960-70 1970-80 1980-91 1991-2000
Produtividade dos setores 65 51 54 76 142
Estrutura do emprego (composição) 35 49 46 24 -42

Fonte: Cálculos do autor com base em dados dos Censos Demográficos e das Contas Nacionais do Brasil

 
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