resep nasi kuning resep ayam bakar resep puding coklat resep nasi goreng resep kue nastar resep bolu kukus resep puding brownies resep brownies kukus resep kue lapis resep opor ayam bumbu sate kue bolu cara membuat bakso cara membuat es krim resep rendang resep pancake resep ayam goreng resep ikan bakar cara membuat risoles
Desafios da questão regional

2005. Ano 2 . Edição 12 - 1/7/2005

"A indústria paulista de alto valor agregado aumentou sua parcela no PIB setorial, movimento na contramão da desconcentração industrial mais geral"

Aristides Monteiro

O lançamento, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos dados de Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios entre 1999 e 2002 trouxe evidências de um quadro de concentração produtiva no espaço nacional que resiste às mudanças. As desigualdades entre regiões (e estados), depois de uma fase de salutar diminuição (1970-1985), passaram a apresentar um padrão de oscilações sem que seja possível definir uma tendência inequívoca de aumento ou redução.

As capitais dos estados continuam sendo os centros produtivos mais importantes em cada estado. Os municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus (estes dois últimos são novos nos primeiros lugares do ranking ) e Belo Horizonte são as cinco áreas mais ricas do país. Os maiores PIBs per capita estão nos municípios-sede de indústrias petroquímicas, sendo os mais importantes São Francisco do Conde (BA), Triunfo (RS), Quissamã (RJ), Carapebus (RJ), Rio das Ostras (RJ) e Paulínia (SP).

Tais constatações não configuram reais novidades e são a pura expressão do esforço da etapa desenvolvimentista brasileira, que consolidou a industrialização no período 1930-1980, especialmente no caso dos municípios detentores de plantas petroquímicas - construídas pelo Estado via instrumentalização do gasto da Petrobras ou de suas subsidiárias.

A análise das estruturas setoriais no espaço nacional fornece pistas adicionais do movimento de concentração/desconcentração produtiva. As disparidades na agropecuária tendem, de fato, a reduzir-se com a maior ocupação das áreas de fronteira (Centro-Oeste, Norte e nos cerrados irrigados do Nordeste) para produzir grãos exportáveis. No entanto, a agricultura paulista de alto valor agregado aumentou sua parcela do PIB setorial. Resultado que, em termos líquidos, reduziu o impacto da desconcentração em direção às áreas de fronteira.

Na indústria o quadro é menos claro. Houve desconcentração no conjunto da indústria de transformação, com a parcela de São Paulo caindo de 58,2% do total nacional em 1970 para 49,5% em 1998. As regiões Nordeste e Sul, que detinham, respectivamente, 5,7% e 12,0% do PIB da indústria de transformação em 1970, atingiram os percentuais de 8,3% e 19,4% em 1998. Também houve ganho relativo para as demais regiões do país. No entanto, quando a análise desce a níveis mais detalhados, por ramos de atividade da indústria, os dados apontam uma reconcentração em São Paulo daqueles que geram maior valor adicionado. A participação paulista no total nacional aumentou nas seguintes indústrias: gráfica, informática, eletrônica e comunicações, alimentos bebidas e minerais não-metálicos. A desconcentração de São Paulo para o resto do país ocorreu, principalmente, em fumo e couro/calçados.

Esse panorama pouco claro acerca das forças que movem as disparidades espaciais, entretanto, somente adquire maior relevo quando se observa a incapacidade da ação governamental de coordenar a expansão das estruturas produtivas para alcançar um desenvolvimento equilibrado regionalmente. As reformas econômicas, devotadas para a inserção virtuosa do país nas correntes internacionais de comércio e de investimento, postas em prática na última década, não deram o resultado esperado. A performance da economia nacional e regional revelou-se fraca no último período (1990-2002), caracterizado pelas reformas liberais, em comparação com o período desenvolvimentista com intervenção estatal (1960-1989).


Aristides Monteiro é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

Taxas Anuais de Crescimento do PIB per capita
1960-1989 1980-1989 1990-2002
Norte 0,71 3,48 0,02
Nordeste 3,47 1,49 1,76
Sudeste 3,46 0,41 1,04
Sul 4,20 1,85 1,21
Centro-Oeste 4,00 2,41 3,11
Brasil 3,64 1,00 1,29

Fonte: IBGE. Elaboração do autor

 
Copyright © 2007 - DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação sem autorização.
Revista Desafios do Desenvolvimento - SBS, Quadra 01, Edifício BNDES, sala 1515 - Brasília - DF - Fone: (61) 2026-5334