resep nasi kuning resep ayam bakar resep puding coklat resep nasi goreng resep kue nastar resep bolu kukus resep puding brownies resep brownies kukus resep kue lapis resep opor ayam bumbu sate kue bolu cara membuat bakso cara membuat es krim resep rendang resep pancake resep ayam goreng resep ikan bakar cara membuat risoles
Política Social e Desenvolvimento

2007 . Ano 4 . Edição 38 - 10/12/2007

Conselho Editorial do BPS

Desenvolvimento nacional é uma noção angular no imaginário social e político dos brasileiros - uma sociedade que se constituiu sob o mito do país do futuro, da promessa de realização do ideal civilizatório. Apesar dessa centralidade, a idéia de desenvolvimento ainda carece de conceituação pacífica entre nós. A experiência tem mostrado, contudo, que qualquer estratégia conseqüente neste sentido deve conjugar os objetivos econômicos com as necessidades que o bem-estar das populações impõe, além da preocupação com o aproveitamento sustentável da natureza. No contexto brasileiro, marcado por extremas desigualdades, altos índices de pobreza e qualidade de vida degradada, pensar o desenvolvimento está intrinsecamente relacionado à tarefa de reduzir as disparidades sociais, garantir oportunidades de inserção digna a um amplo contingente da população e ativar a dinâmica da mobilidade social.

Sendo assim, qualquer projeto que se apresente ao debate deve dialogar com a política social. Na perspectiva do desenvolvimento, é necessário que os seus objetivos compensatórios se ampliem, convertendo-se em mecanismos efetivamente inclusivos e transformadores das relações sociais. Sob este prisma, o fortalecimento da política social só tem a contribuir para a sustentabilidade do desenvolvimento.

Os novos números do PIBProduto Interno Bruto (PIB) têm sugerido interpretações otimistas sobre as relações entre o crescimento econômico e a proteção social ofertada pela política pública. O consumo das famílias, ao lado do investimento, foi o principal responsável pela expansão do aproduto - basicamente porque o desempenho da economia vem possibilitando o crescimento do emprego formal e a recuperação dos valores reais dos salários. Mas também por conta da política de valorização do salário mínimo, que repercute especialmente nos estratos inferiores da estrutura salarial e sobre os benefícios sociais (previdenciários e assistenciais). Agregue-se a isso a expansão do Programa Bolsa Família (cerca de 11 milhões de famílias atendidas em 2006) e têm-se, de um lado, o aumento da renda disponível das famílias e, de outro, a continuidade da redução virtuosa na desigualdade dos rendimentos verificada desde 2004.

Entretanto, um projeto de desenvolvimento exige muito mais. Requer que a economia brasileira cresça mais e com maior eqüidade. O Brasil tem apresentado uma taxa média de expansão do PIB que fica entre um terço e metade das taxas dos países emergentes, sendo que o crescimento da economia brasileira em 2006 ficou à frente somente do Haiti em toda a América Latina. Ao longo dos últimos 20 anos a renda do trabalho perdeu espaço na composição da renda nacional para os tributos e para o lucro das empresas, que se converte em patrimônio para algumas poucas famílias brasileiras. Por outro lado, não é possível pensar em desenvolvimento quando apenas os alunos de 62 escolas públicas do país têm uma educação do mesmo nível da média dos países desenvolvidos, ou quando o quadro sanitário brasileiro ainda é marcado pela incidência de doenças infectocontagiosas centenárias, reveladoras da péssima qualidade de vida de grande parte da população em termos de acesso ao saneamento, moradia adequada, conhecimento ou informação. O desenvolvimento também não condiz com um cenário social em que a violência e a insegurança pública aparecem liderando toda e qualquer enquete sobre os principais problemas brasileiros e o crime organizado controla porções crescentes de território onde o Estado nunca esteve presente em sua inteireza. Tampouco é compatível com os resultados modestos e tão lentamente alcançado da reforma agrária e da produção de habitações populares.

Inserir a política social na discussão sobre o desenvolvimento, reforçando e aprimorando seus instrumentos de atuação (divisão de competências entre os entes federativos, mecanismos de financiamento, gestão e participação social, entre outros), é imprescindível se o que se quer é o desenvolvimento autêntico, que acabe com a miséria, a pobreza, as desigualdades sociais extremas, a superexploração da força de trabalho e a insegurança pública, e promova um ambiente social coeso, solidário e democrático, valorizador da cultura, dos direitos humanos, das diferenças étnicas, etárias, de gênero e de capacidades.

 
Copyright © 2007 - DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação sem autorização.
Revista Desafios do Desenvolvimento - SBS, Quadra 01, Edifício BNDES, sala 1515 - Brasília - DF - Fone: (61) 2026-5334