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Idosos à míngua

2007 . Ano 4 . Edição 38 - 10/12/2007

Gustavo Trigo

A imensa maioria da população brasileira venera seus pais e avós. No entanto, o que vemos nas ruas são idosos pedindo esmolas ou nas casas sustentando filhos, netos e bisnetos.Muitos não tiveram acesso à escolaridade e lhes restam trabalhos marginalizados e condições subhumanas. Dos 52 milhões de idosos existentes na América Latina, apenas 30% recebem algum tipo de pensão ou aposentadoria.

Muitos dos avós de nossa geração vivem na área rural,onde a porcentagem de pobreza ultrapassa 50%. O Brasil é um dos únicos países que oferecem benefícios não-contribuintes às pessoas com mais de 65 anos. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a população com mais de 60 anos da América Latina crescerá de 52 milhões existentes para 100 milhões em 2025 e para 2050 se estima que o número cresça para 188 milhões de idosos, o que representa uma taxa de crescimento maior que nas outras faixas etárias. Dessa população, um terço vive em situação de pobreza.

Muitos vivem em áreas rurais onde a porcentagem de miséria chega a 50%, além dos baixos níveis de alfabetização. Todas essas desvantagens são ainda mais evidentes nas mulheres, afetadas pela discriminação de gênero, educação, mercado de trabalho, carência de empregos estáveis e falta de acesso aos serviços de saúde. Um número crescente de idosos está cuidando dos netos por conseqüência da migração, dos conflitos e do aparecimento de doenças, como a Aids, que fazem com que os pais não tenham condições de cuidar dos filhos e os deixam sob responsabilidade dos avós.

Para que esses idosos marginalizados saiam da sombra, da escuridão em que vivem, algumas instituições e governos têm se unido. No entanto,muito do que se está no papel não chega aos que realmente necessitam. Em 2002, foi assinado na Organização das Nações Unidas, por 159 países, um documento chamado Plano Madri. Vários itens foram escritos como um comprometimento desses países em fazer com que os idosos tenham vida digna.Por traz de todos esses questionamentos e ações está a Help-Age International, que é uma instituição mundial sem fins lucrativos com caráter consultivo da Organização das Nações Unidas (ONU).

A organização busca garantir esses direitos às classes menos favorecidas, bem como o acesso à saúde especializada. Os objetivos básicos são: responder aos questionamentos que surgem no envelhecimento da população do século XXI, para promover o desenvolvimento de uma sociedade para todas as idades. Os países se comprometeram a realizar esta análise com um método participativo e ascendente - da base ao topo da sociedade -, colocando os idosos como os verdadeiros porta-vozes de suas necessidades.

Entendemos claramente que os idosos têm que ser protagonistas da sociedade, temos que usar seus conhecimentos e sua experiência, dentro da capacidade de cada um. É uma certeza que, ao abandonarmos os idosos,deixamos também nossa história e nossa vida manchadas. É preciso que a sociedade saiba tratar os mais velhos, dando-lhes direitos claros e acessíveis à saúde e ao bem-estar. Nesse sentido, enquanto alguns idosos ficam em casa aposentados,uma boa parte deles está sendo escravizada por sua própria comunidade. Não são raros casos de idosos que vivem em favelas, sem dinheiro para tratamentos médicos adequados e marginalizados.

Um dos maiores problemas é relacionado à saúde. Não adianta só garantir atendimento básico em hospitais como um direito universal. O que diferencia os idosos dos demais vai muito além de igualar o atendimento. Um idoso precisa de atendimento especializado desde que sai de uma ambulância ou chega a um hospital. É preciso pessoal capacitado para atender esse público, desde recepcionistas até médicos geriatras.

Está certo que muitos dos nossos idosos, o Brasil é um exemplo disso, estão em clubes de terceira idade, o que é um grande avanço.Mas é preciso lembrar que boa parte dos outros vive na escuridão, sem poder dançar, ir a excursões e cinemas e levar uma vida digna como deve ser direito de todos. A sociedade, os governos, todos precisamos garantir esses direitos.

 
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