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Crédito - Abrindo o cofre

2006. Ano 3 . Edição 20 - 9/3/2006

Finalmente aconteceu: existem diversas linhas de f inanciamento para os empreendedores, e as micro e pequenas empresas mostram resultados crescentemente positivos. O movimento cria trabalho e renda, e melhora a qualidade de vida da população por toda parte

  

  

 

Por Eliana Simonetti, de São Paulo

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No centro das metrópoles, na periferia, em vilas, recantos, rincões afastados de tudo, onde se esteja, no Brasil, de uma coisa se pode estar certo:haverá pelo menos uma vendinha, uma barraca de quinquilharias, um botequim. Uma casa lotérica, quem sabe. Uma farmácia. Micro e pequenas empresas (MPEs) respondem por 99% dos empreendimentos e por 67% das vagas de trabalho no país, e nos últimos anos, têm sido responsáveis por 95% dos novos empregos que dão renda e propiciam melhoria na qualidade de vida dos brasileiros. "Elas são os pilares de sustentação da livre iniciativa e da democracia", diz Laurindo Faria Petelinkar, diretor-superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Mato Grosso do Sul.

A questão, portanto, envolve muitos aspectos. Da economia à política, da geografia à sociologia. E está em pauta. Dois eventos internacionais que ocorrem no Brasil, em março, indicam a atenção dada ao assunto. Primeiro: entre os dias 15 e 17, em São Paulo, jovens empreendedores de todo o planeta se reúnem num congresso idealizado pela Universidade Mundial do Comércio, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), cujo tema é Let's Make a New Deal ("Vamos fazer um novo acordo", em português). Na lista de chamada estão 300 empreendedores estrangeiros de mais de 60 países, 800 empreendedores brasileiros e 400 estudantes. Esta é a décima edição do encontro, cujo objetivo, de estimular negócios e parcerias, tem sido plenamente alcançado. Consideradas as nove reuniões anteriores, mais de 5 mil empresários firmaram cerca de 350 contratos com valores entre 20 mil e 35 milhões de dólares. Boas cifras para contatos que, ao longo dos anos, não somaram sequer 30 dias.

O segundo evento movimenta Brasília entre os dias 27 e 30. É uma conferência da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) denominada "Financiamento para o empreendedorismo e o crescimento das pequenas e médias empresas". Para o Brasil, essa é uma oportunidade e tanto. Aproxima-se da OCDE, que reúne 30 países comprometidos com a democracia e o livre mercado, entre eles os mais ricos do mundo. Tem a chance, também, de mostrar o que tem feito para multiplicar recursos e distribuí-los, de forma não apenas a aumentar o número de empresas, mas a possibilitar seu crescimento e promover, com isso, o avanço de regiões e pessoas ainda muito distantes da prosperidade. "É espantoso o que se consegue quando se fornece algum dinheiro e suporte a quem tem vontade de empreender", diz Stelo Gama Lyra Junior, superintendente de microfinanças e programas especiais do CrediAmigo, o braço do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) dedicado ao microcrédito.

 

 

  

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Bancos e outras organizações oferecem crédito a taxas reduzidas a quem queira montar ou expandir um negócio, seja ele um carrinho de venda de tacacá ou uma mercearia
 

O segundo evento movimenta Brasília entre os dias 27 e 30. É uma conferência da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) denominada "Financiamento para o empreendedorismo e o crescimento das pequenas e médias empresas". Para o Brasil, essa é uma oportunidade e tanto. Aproxima-se da OCDE, que reúne 30 países comprometidos com a democracia e o livre mercado, entre eles os mais ricos do mundo. Tem a chance, também, de mostrar o que tem feito para multiplicar recursos e distribuí-los, de forma não apenas a aumentar o número de empresas, mas a possibilitar seu crescimento e promover, com isso, o avanço de regiões e pessoas ainda muito distantes da prosperidade. "É espantoso o que se consegue quando se fornece algum dinheiro e suporte a quem tem vontade de empreender", diz Stelo Gama Lyra Junior, superintendente de microfinanças e programas especiais do CrediAmigo, o braço do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) dedicado ao microcrédito.

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Fonte:"As pequenas empresas e as condições de acesso ao crédito no Brasil", de José Mauro de Morais, com dados de IBGE-Cempre, 2005; DNRC-MDIC 

credito3_24Fonte: BNDES

 

Micro e pequenas empresas respondem por 99% dos empreendimentos e por 67% das vagas brade trabalho no país, nos últimos anos têm sido responsáveis por 95% dos novos empregos

Elogio Maior programa de microcrédito produtivo do Brasil, o CrediAmigo emprestou, ano passado, 548 milhões de reais a 596 mil empreendedores, ou seja, algo em torno de 920 reais por empréstimo com duração média de quatro meses. A inadimplência registrada foi de apenas 0, 84% (quando a média do sistema financeiro gira em torno dos 5%). Quem toma dinheiro do CrediAmigo? Pipoqueiros, baianas que fazem acarajé, vendedores de água-de-coco, lojistas, desenvolvedores de programas de computador. Não há restrições. "Nossa preocupação é não deixar sem atendimento pessoas que estão à margem do sistema financeiro e na base da pirâmide social", diz Lyra Junior. O dinheiro é liberado em sete dias úteis e, se o cliente for bom pagador, o crédito é renovado automaticamente. O banco tem agentes que conhecem de perto a clientela, acompanham seu trabalho, verificam seus resultados. Quando é procurado por principiantes, gente que perdeu o emprego e que decide montar um negócio por conta própria sem saber ao certo como fazer, o banco encaminha a pessoa ao Sebrae para que aprenda alguma coisa sobre gerência, pesquisa de mercado e coisas do gênero antes de mergulhar na empreitada. Pois bem, o Banco Mundial e o Grupo Consultivo de Assistência aos Pobres - um consórcio de 31 agências de desenvolvimento públicas e privadas - acabam de lançar o livro Access for All ("Acesso a todos", em português), em que são analisadas experiências mundiais de concessão de crédito e seus efeitos na redução da pobreza. Inclui um elogio ao trabalho do BNB e do seu CrediAmigo. A única crítica do Banco Mundial ao sistema brasileiro de crédito como um todo são as excessivas exigências que muitas vezes atrasam a liberação do dinheiro. Os critérios rigorosos são necessários sempre que se trata de recursos públicos, mas também podem ser fatais. É preciso sintonia fina para atingir o ponto certo.

A Vidatis é uma empresa paulista que desenvolve softwares na área de saúde. Nasceu em São Paulo em 2004. Está abrindo um escritório em Salvador, na Bahia. Tem 31 funcionários e só faz crescer. Já ganhou até prêmios internacionais. Dinheiro para isso? Primeiro: do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "O banco oferece financiamento desburocratizado e, com o Cartão BNDES, também financia nossos clientes e fornecedores, o que tem sido uma importante alavanca de negócios", diz Gustavo Capovilla Marchiori, diretor executivo da empresa. Em um segundo momento: do BNB. "O Nordeste é um celeiro de gente de qualidade e os juros oferecidos pelo banco são bastante atraentes. Essas vantagens nos levaram a programar a transferência de nossa produção para Salvador", explica.

O Cartão BNDES é uma modalidade de crédito pré-aprovado para a aquisição de equipamentos de fornecedores de cadastrados no banco que pode atingir até 100 mil reais em prazos que variam de 12 a 36 meses. Os juros, em dezembro de 2005, estavam em 1, 39% ao mês. No ano passado, as microempresas responderam por 80% dos cartões emitidos e por 68% das transações realizadas.

É sabido que o sistema financeiro brasileiro pratica as taxas de juro mais elevadas do mundo - 45% ao ano, em média, nos empréstimos a empresas. No entanto, como os pequenos negócios são importantíssimos, há, para eles, linhas especiais que não ultrapassam 19% ao ano, nos programas governamentais. E o país é repleto de instituições que oferecem crédito a micro e pequenos empreendedores. Há os bancos públicos e os privados , organizações não-governamentais, programas estaduais e municipais e cooperativas. Isso além de organismos de fomento naciosileiros, nais e internacionais que atuam na área. Não por acaso. "A estabilidade, os indicadores positivos da economia, a disponibilidade de informações sobre empresas no Banco Central e outras medidas governamentais estão resultando em maior segurança para os que emprestam", diz José Mauro de Morais, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que publicará em breve dois estudos analisando as condições de mercado para as MPEs e avaliando as diferentes linhas de crédito.

Presente em todos os municípios branaciosileiros, com agências ou correspondentes bancários, a Caixa Econômica Federal (CEF) oferece crédito a clientes e a nãoclientes - mais de 90% deles micro e pequenos empresários. Nos três últimos anos, o crescimento registrado nesse segmento foi de 130%. Os resultados têm sido tão positivos que a Caixa está aumentando sua plataforma de crédito para as empresas de porte médio - aquelas que eram micro até outro dia e subiram alguns degraus na escala dos negócios. Além disso, prepara seus correspondentes bancários (entre eles as casas lotéricas) para que também possam oferecer financiamento em regiões onde não existem agências. "O crédito é fundamental para o crescimento robusto e sustentado da economia e esse é o objetivo do nosso trabalho", diz Francisco Egidio Pelucio Martins, vice-presidente de crédito da CEF.

Como o leque de casos é imenso, a ponto de justificar a publicação de um volume do porte de uma lista telefônica, vamos nos limitar a apenas mais dois exemplos. Um deles é o Programa Banco Cidadão, do estado do Pará. Não é uma instituição financeira, mas um programa de geração de renda que financia e qualifica empreendedores principiantes. Seu fundo é formado por contribuições do Tesouro estadual e da Companhia Vale do Rio Doce. Existe há um ano e meio e atende a 54 municípios emprestando, em média, 1, 6 mil reais a cada cliente. "Temos agentes que acompanham o resultado de nosso trabalho visitando cada empreendedor e repassando as informações on-line à sede, o que reduz a burocracia e as despesas operacionais. Com o crédito oferecido, já geramos 30 mil novos postos de trabalho no estado", diz Orlando Alencar, gerente executivo do Banco Cidadão.

O outro caso é o Banco do Empreendedor Joseense (BEJ), um dos braços do Fundo de Apoio ao Empreendedor Joseense. Trata-se de uma organização não-governamental criada em 1998 pela prefeitura de São José dos Campos, município do interior paulista, para financiar pequenos empresários e comerciantes, formais ou informais, capazes de exercer atividades geradoras de renda. Em sua contabilidade, consta a geração de mais de 300 postos de trabalho e a manutenção de outros 4 mil empregos. "Os pequenos empreendimentos geram trabalho, principalmente para pessoas com baixa qualificação. Além disso, muitos aposentados ou ex-funcionários de grandes empresas abrem pequenos negócios e melhoram sua renda com o suporte do BEJ", diz José Alberto Pinheiro Nassur, diretor administrativo do banco.

 

Retratos do crédito - Pequenas histórias de bons negócios

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Fábio Fukuda é um dos criadores e o diretor-presidente da Atmos, fabricante do primeiro radar meteorológico totalmente nacional. Com pouco menos de um ano de vida, a empresa tem dois bons contratos: está construindo um radar móvel a ser instalado sobre caminhões para pesquisadores da Universidade de São Paulo; e também está modernizando os radares da Universidade Estadual Paulista (Unesp) para torná-los mais sensíveis e precisos. Parte do impulso inicial do empreendimento veio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que financiou a aquisição de equipamentos e peças. "O processo para a obtenção do crédito é complicado, exige muitos relatórios, mas isso é normal, já que se trata de dinheiro público, que tem de ser gasto com muito critério", diz Fukuda. Seus planos para o futuro próximo: a fabricação de um receptor digital, algo que ainda não se faz no Brasil. "Empresas com base tecnológica não podem ficar paradas", explica. O site da empresa: www. atmosradar. com. br

 

 

 

 

 

 

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Davi Aragão da Silva é proprietário da fábrica de massas MassaNova Alimentos, de São José dos Campos, no interior paulista, e cliente fiel do Banco do Empreendedor Joseense (BEJ), uma ONG criada pela prefeitura da cidade. "Todo ano eu faço um empréstimo no BEJ. Isso me ajuda a ter capital de giro e a equilibrar as contas da empresa. Com as facilidades oferecidas, especialmente juros inferiores aos de mercado, os empreendedores têm mais chance de conseguir sucesso", diz.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Denise Socorro Brabo da Mata trabalhava como costureira na cidade de Ananindeua até um ano atrás, quando conheceu o Banco Cidadão, um programa do governo do estado do Pará. Agora é dona de uma confecção e de uma loja, a Erva Doce - empresa formal, legalizada, com quatro empregados registrados. Já tomou três empréstimos do banco. "O programa foi um empurrão para que eu fizesse o que sempre quis fazer. Continuo costureira, mas desenho modelos e também sou empresária", diz. "Não vivo mais de salário. "

 

 

 

 

 

 

 

 

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A BoldCron tem seis anos de idade. Foi criada por um grupo de estudantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para desenvolver soluções sob medida para empresas. Soluções tecnológicas, claro. Começou numa sala de 50 metros quadrados. Obteve crédito de investidores e também do BNDES. Hoje, além da sede em São José dos Campos, no interior de São Paulo, tem escritórios na capital paulista e no Rio de Janeiro. Emprega 49 funcionários e está criando um centro de treinamento para formar pessoas, dobrar sua estrutura e atender à demanda, que é crescente. "Temos pessoal especialmente dedicado a buscar as melhores oportunidades de crédito. Não podemos perder tempo", diz Luis Scalioni, diretor de marketing da empresa. O site: www. boldcron. com. br

 

 

 

Ambiente para o investimento

Compare a situação do Brasil com a da América

 Latina e com a média mundial, em alguns quesitos

 

Burocracia Brasil América Latina Média mundial
Tempo dos administradores gasto com requerimentos e regulamentações (em %)
7, 83
12, 46
8, 16
Tempo gasto com licenças para a operação de negócios (em %)
29, 76
14, 19
12, 21
Tempo médio para resolução de pequenas pendências no Judiciário
4, 81
4, 80
8, 87
Finanças - origem do crédito (em % do total)
Fundos internos de fomento
56, 32
48, 52
63, 64
Bancos
14, 30
22, 61
15, 71
Fornecedores e clientes
15, 24
16, 34
7, 14
Outros
14, 40
12, 53
13, 51
Informalidade
% do faturamento declarada ao fisco
67, 35
72, 48
81, 72
Infra-estrutura
Tempo para obtenção de linha telefônica (em dias)
12, 59
64, 51
36, 89
Empresas que usam a internet para se relacionar com clientes e fornecedores (em %)
73, 14
37, 70
45, 14

O Brasil tem os juros mais altos do mundo, em média de 45% ao ano no crédito para empresas.

Micro e pequenas não pagam mais de 19% ao ano

  

Empreendedorismo Não é preciso ser um estudioso do comportamento humano ou da sociologia para perceber que nove entre dez brasileiros acalentam um de dois sonhos: ter um cargo público vitalício ou abrir um negócio próprio e largar a vida de assalariado. O senso comum tem sido comprovado por pesquisas desenvolvidas pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), instituição criada em 2000 pela London Business School inglesa e pelo Babson College de Boston, nos Estados Unidos. O resultado da última investigação, que envolveu 39 países, foi divulgado em janeiro. O Brasil, que já foi campeão mundial na categoria empreendedorismo, hoje ocupa a sétima posição no ranking. Mas, se o país apresentou queda na quantidade, ganhou em qualidade. "As pessoas estão mais preparadas e o tempo de sobrevivência das microempresas vem aumentando", diz Juliano Seabra, coordenador do núcleo de empreendedorismo do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de São Paulo (Senac-SP).

O Senac montou um sistema de suporte ao empreendedor que compreende três frentes. A primeira é a disseminação de uma nova cultura, em que a renda não seja associada à idéia de emprego e salário, e na qual se admita que, nos dias atuais, os riscos inerentes à criação de uma empresa são bastante semelhantes àqueles a que estão sujeitos os empregados. A segunda é a educação, a formação de pessoas com noções de pesquisa de mercado, de gerência e administração financeira. E a terceira é a divulgação do crédito disponível para microempresas. "As pessoas têm receio de tomar empréstimos e desconhecem que existe uma infinidade de linhas de crédito a taxas razoáveis que podem viabilizar seus sonhos", diz Seabra. No Senac, estudantes dos níveis técnico e universitário são preparados e estimulados a empreender. Ao se formar, quem quer montar uma empresa é encaminhado à fonte de crédito que melhor atende às suas necessidades. "Nossos indicadores mostram que 80% dos alunos têm interesse em abrir uma empresa imediatamente após o término do curso", revela o coordenador do Senac. Diversas outras organizações pelo Brasil afora trabalham de forma semelhante ou têm convênios com o Senac. O resultado é que a situação geral para o investimento em pequenas empresas brasileiras não faz feio diante daquela observada em outras regiões do planeta.

 

 

credito9_24Os empréstimos concedidos pelo BNDES às micro e pequenas empresas atingiu 4 milhões de reais em 2005

 

Com crédito barato e planejamento, pequenas empresas são produtivas e inovadoras

Fenômeno O cenário nacional tem mudado por diversas razões. A principal é a globalização. Pequenas empresas têm uma característica vantajosa nesse ambiente sem fronteiras. Elas podem desenvolver produtos diferenciados, capazes de seduzir uma clientela farta de produtos feitos em massa, todos muito parecidos. Essa é a aposta da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), um serviço ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que anda levando pequenos empresários a feiras na Ásia, na Europa e na América. "Com crédito barato e planejamento apurado, as pequenas empresas tornam-se produtivas, adquirem novas tecnologias e podem sobreviver com vantagens até num cenário de concorrência violenta", diz Flávio Panhoni, professor de Finanças da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).

Há mais novidades saindo do forno que prometem melhorar a vida dos pequenos empreendedores. O novo Estatuto Nacional de Microempresas e da Empresa de Pequeno Porte é um dos primeiros da fila de votação do Congresso. Ele reduz tributos e burocracia e facilita o acesso ao crédito, à exportação, à Justiça e às concorrências para o fornecimento de serviços e bens ao poder público. A diretoria do BNDES aprovou, em meados de fevereiro, novas políticas para as operações de financiamento do banco. Entre as prioridades constam o apoio aos investimentos que promovam a inovação tecnológica e o desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas. Também divulgou o Programa de Capitalização de Cooperativas de Crédito (Procapcred) para fortalecer associações de crédito formadas por pessoas físicas e jurídicas dedicadas a atividades produtivas, comerciais e de serviços em áreas urbanas e rurais. Somente no estado de São Paulo sete cooperativas empresariais de crédito estão em operação. Outras 15 aguardam aprovação do Banco Central. O Banco do Brasil, que tem um ramo dedicado a pessoas de baixos rendimentos, o Banco Popular, conta também com o Balcão de Comércio Exterior, que divulga, negocia e exporta produtos de 5, 5 mil microempresários, produtores e artesãos. Agora simplificou os procedimentos para vendas externas cujo valor não ultrapasse 20 mil reais.

 

 

 

 

 

credito10_24O desenvolvimento tecnológico é considerado estratégico para o país e várias iniciativas têm facilitado o acesso ao crédito a empresas inovadoras

Alguns dos efeitos da abertura dos mercados e da agilidade das comunicações características do mundo globalizado são o aumento da competitividade (nacional e internacional) e o fim da estabilidade empregatícia. Países ricos como a Inglaterra, os Estados Unidos e a Austrália têm programas de apoio e crédito facilitado para micro e pequenos empreendimentos. Naqueles mais pobres, organismos internacionais, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e organizações- não governamentais, oferecem treinamento e recursos financeiros. Isso porque se descobriu que a multiplicação de micronegócios está diretamente ligada ao crescimento econômico, à redução da pobreza e, por conseqüência, das desigualdades Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), no ano passado mais de 66 milhões de pessoas, entre as mais pobres do mundo, receberam pequenas porções de crédito de 3, 1 mil instituições para começar ou expandir microempresas - e 84% dos tomadores desses créditos foram mulheres.

Em dezembro, no Canadá, a ONU promoveu um encontro em que se discutiu o papel do microcrédito na busca dos Objetivos do Milênio, que incluem a redução da pobreza e das desigualdades no planeta. Uma das frases contidas no relatório final, o Microcredit Summit Campaign Report 2005, é de autoria de Paul David Hewson. Diz o seguinte:"No conhecido mantra 'Dê um peixe a um homem e ele comerá por um dia, ensine-o a pescar e ele terá o que comer por toda a vida' falta alguma coisa, o crédito, que é a vara de pescar, o barco, a rede e muito mais. É dinheiro e dignidade. Talvez a frase devesse ser 'Dê um peixe a um homem e ele comerá por um dia, dê acesso ao crédito a uma mulher e ela, seu marido, seus filhos e toda a família se alimentarão por toda a vida' ". Caso o leitor não tenha identificado Hewson, ele é o famoso vocalista do U2, mais conhecido como Bono Vox (apelido que vem do latim e significa "boa voz").

 

Saiba mais:

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
www. bndes. gov. br

Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae)
www. sebrae. com. br

Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)
www. apexbrasil. com. br

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)
www. fapesp. br

Global Entrepreneurship Monitor (GEM)
www. gemconsortium. org

 
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